t w e n t y n i n e

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Notas iniciais:

CHEGAMOS AOS 100K!!!!!!!!! Vocês não imaginam a minha felicidade.

Por isso, para comemorar, quero fazer uma maratona de capítulos. Ou seja, tentarei postar capítulo novo todos os dias!!!!!

Obrigada mesmo a todos que estão lendo. As coisas estão meio paradas agora, mas garanto que ainda tem muita emoção pra rolar... rs.

Não se esqueçam de votar e comentar. Bjs e boa leitura!





LARA

— Trouxe cupcakes pra gente — eu disse, animada, assim que cheguei ao quarto dele.

Usava minha roupa favorita hoje: um vestido cor-de-rosa, cheio de detalhes bonitos espalhados pelo tecido, e a sandália que ganhei de aniversário esse ano; uma comemoração pelos meus quinze anos.

Meu pai estava encostado nos travesseiros, sua pele morena brilhando à luz do sol. O rosto já tinha bastante rugas, algo incomum de se acontecer aos quarenta, e seu rosto esbanjava um sorriso sereno.

Hmm... estava com saudades dos doces da lojinha — comentou ele, se ajeitando na maca conforme eu abria a caixa.

Eu passei lá com a Mirella. Eles fizeram promoção pra gente.

Tirei um cupcake lá de dentro, uma mistura de coberturas e cores, e o entreguei ao meu pai. Eu sabia que era um exagero levar uma caixa inteira, mas queria aproveitar esses momentos com ele.

E ainda que minha mãe não estivesse levando a situação com tanto otimismo, eu tinha certeza de que ele se recuperaria. Tanta certeza que era até estranho. Mas eu não ligava; meu pai iria sarar. Iria voltar para casa. E tudo acabaria bem.

Mas não acabou. E quando vejo-me lembrando disso, de pequenos momentos antes de tudo desabafar, só consigo pensar no quanto eu fui idiota. Tendo esperanças, achando que as coisas voltariam a ser como antes.

Mas nada voltou. E, na verdade, acho que minha vida nunca esteve tão bagunçada como está agora.

LOGAN

Quero pedí-la em namoro.

Tá, eu sei que esse é um péssimo momento pra se pensar nessas coisas. Mas quando Lara grudou no meu braço, deu a mão para mim e quis claramente meu apoio com a situação da mãe, não deixo de pensar que pelo menos alguma coisa ela deva sentir.

E também porque eu reli nossas mensagens enquanto ficava sentado numa salinha de espera. Tinha pego o café, é claro, mas não podia simplesmente voltar pro quarto e tirar a privacidade da Lara com a mãe. Então aproveitei para reler as coisas que ela me disse, e sinceramente, não parecia uma conversa de um amor não correspondido.

Porém, ainda assim, sei que com a coragem que eu tinha de me aproximar de Lara Becker antes de conhecê-la (coisa que permaneceria do mesmo jeito até hoje se não fosse por Charlie, mesmo eu não gostando de admitir), não vou ter coragem o suficiente de acelerar as coisas entre nós. E não importa quantas vezes mais eu releia nossas mensagens, sempre vou ficar com dúvida se é mesmo algo recíproco.

Ou seja, eu estou numa enrascada.

Paro abruptamente a caminhada pelo corredor, dois copos de café na mão — tive que voltar lá pra pegar mais —, enquanto observo Lara encostada contra a porta do quarto da mãe. Ela não parece bem.

Volto a andar, agora mais rápido, até que esteja parado ao lado dela. Lara sequer olha para mim. Parece vidrada em algum ponto vazio do chão, uma expressão nítida de tristeza no olhar.

Amor VirtualWhere stories live. Discover now