f i f t y t w o

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LOGAN

— Me ajude com o pedido.

Charlie levanta a cabeça imediatamente. Ele parece surpreso e até meio assustado.

— É sério? Vai fazer isso, tipo, agora?

Dou de ombros.

— É. Talvez semana que vem ou na próxima, não sei.

Ele olha para frente, surpreso ao fitar a rua pelo para-brisa.

— Uau. Você tá realmente melhorando na coisa da lentidão.

Empurro ele com força, fazendo com que Charlie dê risada baixinho.

Estamos em frente à casa de Melissa, pois fiz questão de levá-los até o colégio hoje antes de buscar por Lara. Digamos que eu precise de ajuda para planejar as coisas.

Acho que eu jamais faria isso tão rapidamente em circunstâncias normais. Posso odiar o fato, mas meu amigo tem razão. Quando namorei Caroline no fundamental, uma morena alta que parecia ser bem mais velha do que sua idade real, eu literalmente não dava a mínima para isso de namoro. Me sentia bem na zona de conforto, então se nós acabássemos namorando ou se simplesmente ficássemos naquele meio-termo, não faria a menor diferença para mim. Eu não me importava.

Mas com a Lara.... eu nem preciso dizer para mostrar que está na cara. Com ela parece legal imaginar um futuro, um mundo distante ou próximo onde estamos esparramados numa cama, num quarto fechado, com ela nos meus braços para que eu possa fazer absolutamente o que quiser. Com total liberdade e privacidade; sabendo que Lara Becker é só e apenas minha.

Só o pensamento já me causa uma energia pelo corpo. É diferente de tudo o que já senti e, ao mesmo tempo, é algo pelo qual eu talvez tenha esperado a vida toda. Até inconscientemente. É o tipo de coisa que a gente sempre sabe o que significa, que não tem como esconder nem mesmo de si próprio quando acontece.

Uma vez, em algum programa de t.v bobo, me lembro de ter ouvido algo sobre isso. Que quando nos apaixonamos, nós sempre "sabemos disso". Sem que ninguém precise dizer.

A dúvida me atingiu pela primeira vez na sétima série, quando tive uma paixão por Gabriella Loren; uma loura que era três anos mais velha do que eu. Vivia me perguntando se era "amor de verdade", ou se era apenas algo bobo que iria passar logo.

Realmente passou. Dois meses depois. Algumas pessoas inclusive dizem que, quando uma paixão ultrapassa o número de quatro meses, ela vira amor. Nunca soube se essa merda é verdade, mas comecei a ficar realmente preocupado quando minha "paixão" por Lara Becker atingiu a marca de dois anos.

E veja só onde estamos hoje.

— A Mel tá demorando, melhor eu ir lá ver — diz Charlie de repente, sem nem esperar por minha resposta antes de abrir a porta e pular para fora do carro.

Ah, o amor. Tão lindo, doce e obsessivo...

Dou risada sozinho antes de sentir meu celular vibrar do bolso. Pego por ele, notando a palavra obsessão realmente fazer sentido quando mal leio a mensagem de Lara e já me vejo respondendo.

 Pego por ele, notando a palavra obsessão realmente fazer sentido quando mal leio a mensagem de Lara e já me vejo respondendo

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Amor VirtualWhere stories live. Discover now