s i x t y f o u r

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LARA

Minha mente está uma confusão quando deixo o carro de Logan.

Me sinto estranha, confusa sobre tudo o que eu disse a ele. Logan não gostou de ouvir. Consegui ver isso claramente. E eu não posso dizer que fiquei muito feliz com o que falei também. Mas acho que é o melhor pra mim. E eu já esperava que Logan não entendesse... então, tudo o que posso fazer agora é torcer pra que ele ao menos tente se colocar em meu lugar. Compreender a situação, nem que seja apenas um pouco.

Porém, eu também não esperava que fosse me sentir tão triste assim enquanto caminho até o edifício, deixando Logan para trás. Tive de fazer um esforço enorme pra não pedir que ele me acompanhasse, aquela necessidade de tê-lo comigo brilhando cada vez mais. Me sinto horrível. Péssima. Meu peito parece até doer, a lembrança da expressão nervosa de Logan provavelmente sendo algo que vai me perseguir para sempre.

É um sentimento tão grande que me assusta, que me faz pensar não ser só uma paixão intensa; mas sim uma necessidade, uma... dependência? Tenho medo de não estar fazendo a coisa certa, de estar confundindo aquilo que eu sinto. Pois não posso dizer que entendo tanto assim sobre psicologia... mas estou aqui hoje para descobrir. Pra ser alguém melhor para mim e, dessa forma, para os outros também.

Se eu continuar vazia, posso acabar machucando pessoas que já estão inteiras. Como Logan. E eu o amo demais para deixar isso acontecer.

Então vou concertar. Vou me concertar. Vou acabar com esse vazio de uma vez por todas.

Estou pensando nisso quando enfim empurro as portas do grande edifício, me deparando com um pátio gigantesco e estiloso. No centro, está o balcão que presumo ser o da recepção. Caminho até lá com nem um pouco de segurança.

— Olá. Tenho uma consulta com a Dra.Ross agora — eu anuncio timidamente, apoiando minhas mãos na superfície e tentando mantê-las firmes enquanto a secretária levanta os olhos para mim.

Já sinto que vou me arrepender dessa decisão, mas, depois de alguns momentos constrangedores de perguntas e entrega de documentos, sou liberada para seguir até o elevador. Um misto de medo e arrependimento está dentro de mim enquanto caminho até lá, pensando no quão bom seria ter Logan aqui comigo. Como naquela vez em que ele me acompanhou até o hospital para visitar a minha mãe... seu sorriso gentil, sua mão colada à minha...

É até fácil fingir que isso é real agora, conforme aperto o botão do andar de cima e confiro trinta vezes no bilhete que recebi se apertei o número certo. Consigo facilmente fingir que Logan é meu namorado, que temos uma relação séria e definida e que ele está me acompanhando até a minha consulta. Que sussurra aquelas palavras confortantes em meu ouvido e que passa as mãos pelas minhas costas, me passando apoio...

Droga. Por que tem que ser tudo tão difícil?

Pensando nisso, e sentindo esse desespero todo, pego meu celular depressa e digito uma mensagem a Logan. Quase desisto de mandar, mas, com os dedos tremendo, clico logo no botão de enviar antes que eu tenha tempo de me arrepender. Não posso fazer isso com Logan. Não enquanto estiver tão confusa.

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Amor VirtualWhere stories live. Discover now