🎩 Capítulo 36 🎩

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—  Bom dia, pajé!— diz Íris.— Não sei se o senhor já foi apresentado aos visitantes.

—  Não.—  ele dá um sorriso meio melancólico, mas ainda assim, sincero.—  Não fui.— ele se vira em direção ao nosso pequeno grupo, ligeiramente mais atrás da índia.— Como vocês estão?

—  Bom, estamos bem.— começo. Mas me recordo do plano rapidamente e já decido começar a colocá-lo em prática. — Na verdade,— faço a simulação de uma careta, encolhendo meu corpo um pouco e tocando a barriga.— para ser bem sincera, se me permite,— ele me observa e balança a cabeça levemente de modo afirmativo.— não estou tão bem assim.

—  Como assim, querida?— Maurício chega mais perto e segura minha mão desavergonhadamente.

—  Problemas femininos, Visconde.— olho para ele.—  Nada com o que se preocupar. Dentro de cinco minutos devo estar bem.- ele concorda, entendendo imediatamente o sinal.

—  Uma pena que esteja sentindo dor, senhorita Tara.—  diz o pajé.— O dia está quente e ótimo para um banho no rio, mas deveria ter notado que não ia participar.

—  Ah, é?— começo a me preocupar. Será que ele descobriu tudo e estamos totalmente perdidos? 

—  Sim, seus trajes. Creio que vestido não seja a melhor vestimenta para eventos como este, já sua amiga, parece bem aberta a participar do evento.— ele parece esperar uma resposta de Clara.

—  Sim, senhor. Nunca tomei banho de rio, resolvi experimentar. Parece uma experiência única. 

—  Nunca? É mesmo? Bom, minha jovem, não sabe o que está perdendo... Venham, vamos todos então! Senhorita Tara, há um lugar fresco e com sombra ali perto para sentar-se e apreciar a vista, não será tão divertido quanto estar na água, mas é melhor que ficar em pé aqui.

—  Decerto que sim. Grata, paj...Oh céus...— me curvo um pouco. Sou uma ótima atriz! Eu poderia muito bem entrar em um teatro depois disso, ninguém objetaria meu talento. De fato.

—  Está tudo bem, senhorita?— ele parece preocupado, mas mantenho minha perfeita atuação e o respondo com uma voz demasiadamente afetada.

—  Uma dor incômoda apenas.

—  Farei companhia a senhorita, caso se sinta mau. — diz Maurício.

— Oras! Não seja tolo. Não é necessário, além do mais, está fora de cogitação uma dama sozinha na companhia de um homem, ainda que ele seja seu noivo.

—  Eu os acompanho, então.— interrompe Íris.— Sou moradora da aldeia, não tem problema faltar de vez em quando a ida ao rio. Assim, Clara pode aproveitar pela primeira vez sua aventura e ficamos com você, caso precise de ajuda imediata.

—  Está bem. Clara, minha amiga, está tudo certo para você?

—  Perfeitamente, madame. Quero que a senhorita fique bem.

—  Aproveite por mim, por favor.

—  O farei. — e assim começamos a nos afastar para sentar embaixo da sombra de uma árvore grande. Clara ao longe nos encara partir, aflita.

Por clara

Eu consigo. É isso que mentalizo assim que eles saem e me deixam sozinha ali.

—  Pode vir, Clara. Não se acanhe. — diz o pajé, que ainda está ali. As pessoas estão se divertindo na água e um garoto começa a se aproximar. 

—  Estou indo.- decido seguir o pajé, parece mais seguro. Começamos a entrar no rio e sinto o líquido frio encostar em minha pele, alguns peixinhos passam perto de meus pés e dou um gritinho ao mesmo tempo que pulo para trás.

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Where stories live. Discover now