🎩 Capítulo 25 🎩

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A carruagem balança e para não ter clima estranho, nessa estão apenas Clara, Maurício e eu. Luan decidiu ir na própria, já que o Visconde está com cara de poucos amigos. Contudo, para que ninguém se perdesse e acabasse atrasando a viagem, decidiu-se que seguiríamos a carruagem de Luan, já que, um pouco depois do duque começar a explicar a rota em um papel, ele disse saber onde ficava.
Parando para pensar...Como ele não sabia onde ficava a localização antes do duque começar a introduzi-la para nós? Ele não pertence a uma das tribos, como bem disse? E por que ele disse só agora que era descendente indígena, por que não dizer antes? Me questiono, enquanto a noite recai sobre nós. Estamos nesse balançar há quase quatro horas e já estou ficando cansada. Saímos da cidade o mais rápido possível, viajamos no começo das 19 horas. Acabo me lembrando do estranho encontro entre meus pais e Luan e da conversa que Clara e eu escutamos, eles conheciam ele e temiam algo em relação a ele. A tribo dele. E será que isso me envolvia e continua me envolvendo? Será um erro trazer Luan conosco? E mesmo que fosse, conseguiríamos ter impedido ele de ter vindo? São várias perguntas, mas, infelizmente, nenhuma resposta. Até agora.

☀️

A carruagem para e me acordo com o movimento de inércia.

- Chegamos.- anuncia Maurício. Aparentemente fui a única que adormeceu, mas nada posso fazer, minha consciência estava no limite, fazendo-se perguntas, questionando minha sanidade e minha coerência de escolhas.

- Que horas são?- É a primeira coisa que minha voz grogue pronuncia em bom (ou quase) som. O Visconde retira o relógio do bolso e força a vista por causa do escuro, a única coisa que nos faz enxergar uns aos outros é o brilho da lua que invade a janela ao lado dele, já que a minha, as cortinas cobriram.

- Hmmm. Quase 01:00h, não fomos em uma velocidade tão alta.

- Será que se incomodarão com uma visita a esta hora?- Questiona Clara ao meu lado. Uma vista rápida: Clara e eu estamos no mesmo banco, de frente para o Visconde que está sozinho no outro.

- Esperamos que não. Até porque já chegamos aqui, não queremos voltar, não é?

- Diga isso por você.- fala Clara, mas não me encara, olha para a janela ao lado (a que está aberta) e parece assustada, olhando para a floresta densa que nos cerca, a cor verde musgo escuro, graças a pouca luminosidade.- Não sei se estou preparada para isso. E se eles forem agressivos?- De repente, ela se volta para nós com um olhar de puro pânico e a voz baixa alguns tons e treme ao falar novamente.- E se eles forem canibais?

- Claro que não, Clara! Que ideia!

- Bem, você pode confirmar com 100% de certeza?- ela está assustada, quase não parece a mesma, a comportada Clara que mostrava para todos, mas que quando estávamos apenas nós duas, ela era ela até se dar conta que estava em serviço por tempo integral. Eu gostava quando esquecia de que trabalhava para meus pais e pensava que era unicamente minha amiga.

- Não, na verdade, nada parece ser 100%. Parando para pensar aqui, sempre temos aquela pulguinha atrás da orelha que nos faz ter aquele 0,01% de incerteza, nos deixando o privilégio da dúvida. Decerto, deve existir exceções, mas nenhuma vêm à minha cabeça agora.

- Por mais que eu goste de suas divagações, Tara, este não é um momento adequado. Não podemos aborda-los tão tarde e, sendo eufemista, já está fora de hora.

- Está bem.- digo.- Vamos.- digo para ninguém em específico, mas depois olho para minha amiga e falo.- Clara, olhe para mim, não vai te acontecer nada, entendeu?

- Ah, é? E como você sabe?- sua voz está chorosa, ela realmente acha que essa tribo, seja lá qual iremos encontrar, zoewas, tribalis ou ambas, irá nos machucar.

- Porque eu não vou deixar. Nem que eu tenha que impedi-los ou atrasá-los para que você corra e se salve. Você está me ajudando e veio por mim e eu nunca esquecerei disso. Você é mais que uma criada, é e foi minha única amiga e eu te amo muito, por isso não vou deixar que ninguém toque em um fio de cabelo seu sem sua permissão.- os olhos dela parecem marejar e de ímpeto ela me abraça e eu retribuo com toda minha sinceridade.- Agora, vamos.- e enxugo uma lágrima que escorria na bochecha dela.- Vamos enfrentar o nosso primeiro desafio.

☀️

O local estava repleto de casas com o teto de palha e as tochas grandes iluminando o ao redor anunciam para nós, visitantes, que a tribo estava acordada, algumas pessoas saem das cabanas para ver quem chegou e algumas demonstram no rosto estranhamento conosco, outros receosos, mas, é um homem mais velho, numa estatura mediana, de cabelo grande e grisalho e com um grande cocar de penas coloridas, que vem até nós.

Ele está com o peitoral à mostra e apenas uma tanga que vai até metade de suas pernas, feita de fibra de folha e entrecasca de árvore. Usa um colar de pedras que não são conhecidas por mim.

- O que trazem vocês aqui?- ele nos olha e seu olhar se demora mais em Luan.

- Desculpe-nos a hora, senhor.- Começo um pouco sem jeito, já que não sou tão boa comunicadora, olho para Maurício que assente, uma forma de confirmar que eu continue. Volto a encarar o homem.- Mas poderia me dizer que tribo é esta?

Ele fica mais desconfiado, seus olhos ficam miúdos à medida que ele me encara, como se para tentar descobrir se estou mentindo, lança um olhar para Luan e diz, de repente, os olhos voltando-se lentamente para mim.

- Essa é a Zoewas e eu sou o cacique.- engulo em seco. Será que ele sabe quem é minha família? E se ele for? Maurício parece perceber minha aflição e segura minha mão, apertando-a levemente, me dando forças para continuar e, justamente, na hora que decido fazer isso, o chefe da tribo volta a falar.- Eu não sei quem são vocês e nem o que querem aqui, mas- ele olha para Luan.- preciso falar com você, rapaz. Sei quem é você.- Ele se vira e começa a andar, Luan o acompanha e não fala nada conosco, mas não tenho tempo para esses joguinhos misteriosos, em menos de três dias, estarei vestida de noiva, dentro de uma igreja e falando "aceito", então, minha ousadia grita mais alto, só não mais que eu quando chamei o cacique. Ele virou e todos olhavam para mim. Respira, Tara. Coragem.

- Antes que o senhor fale com Luan, preciso dizer que vim para cá para descobrir minha história e preciso do senhor para isso.

- E eu poderia saber o porquê?

- Porque parte de minha família, a parte de minha mãe, pertence a esta tribo.- ele fica mais interessado e sua voz transparece isso quando ele pergunta.

- E quem é sua mãe?- seu semblante parece mostrar que ele já desconfia. Ele se aproxima.- Quem é você?- coloco os ombros para trás, estufo os seios e digo com toda coragem presente em meu ser.

- Sou Tara Fernandes, filha de Iraci.- a surpresa dele é perceptível, seu queixo parece despencar, seus olhos se arregalam levemente e com isso, ele demonstra saber sim quem eu sou.

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Oláaaaaaaa! Quanto tempo, pessoal!

Espero que tenham curtido esse capítulo ;)

Desculpem a demora para postar...

Até a próxima!

XoXo!  💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Where stories live. Discover now