🎩 Capítulo 14 🎩

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- É bom vê-la novamente, Tara!- ele me olha com um sorriso insolente, brincalhão, predador e sedutor. Eu nem sabia que um único repuxar de lábios, poderia ter tantas significações.

- Eu gostaria muito que o senhor começasse a tratá-la mais formalmente.- Ao meu lado, Maurício explode e faço utilização dessa palavra em específico porque, quando o olho pelo canto do olho, vejo que ele está claramente irritado, sua face está tão vermelha que temo sua sanidade e a de Luan também.

- Perdoe-me senhor, mas Tara não pareceu se incomodar, muito pelo contrário.- ele levanta ambas sobrancelhas e esse gesto infantil me faz ter um déjà vu. Eu sinto que já o conhecia há tempos e isso me fez perder um pouco do equilíbrio, já que lembranças misturadas invadiram sem dó minha mente. Cambaleei para trás com isso e meu noivo me segurou pelas costas levemente.

- Estou bem.- afirmo, respondendo a inquisição que ele não disse com palavras, mas não precisava, pois seus olhos falavam, ou melhor, perguntavam, por si só.

- Tem certeza?- ele segurava minha cintura, sem perceber. Uma energia perpassou meu corpo.

- O que houve, Tara?- Olho para o lado e o garoto, o qual não é mais um simples quase desconhecido que salvou minha vida, está parado ali próximo a mim.

- Acho que minha pressão caiu ou algo do gênero, não sou conhecedora da medicina, mas foi apenas uma tontura boba.- falo, mas meu olhar ainda está focado no jovem.

- E o que eu já disse sobre formalidades, meu caro? Acho que elas são essenciais no seu caso.- O que está acontecendo com Maurício? Por que ele está agindo desse modo? Já li sobre a arte da sedução, mas como já disse antes, não sei nada sobre casamento, noivado, romance e amor... pff... até parece que esses últimos terei que me preocupar algum dia.

- Eu não sou demente, Visconde. Entretanto, agradeço sua preocupação para com minha sanidade mental. Acho que o senhor deveria se preocupar mais com sua noiva.- estou atordoada de mais com a conversa, com as imagens espalhadas de alguém parecido com Luan e com a sensação de déjà vu para falar alguma coisa.

- Exatamente! Vejam só, o senhor tem cérebro! Falou perfeitamente. Minha noiva.- Maurício tem uma expressão bem calma, mas qualquer um pode perceber que ele estava gritando por dentro como se estivesse travando uma batalha com o bom senso, decidindo se ele deve ou não prevalecer. Eu não quero descobrir quem vai sair vitorioso, tanto na luta interna do Visconde, quanto na externa entre os dois homens ao meu lado. Interrompo.

- Que tal entrarmos todos, harmoniosamente, para um chá?- Só não sabia que o que iria sair da minha boca seria tal besteira. Que idiota. Meus parabéns, Tara Fernandes. Mas para minha surpresa, Luan responde.

- Claro. Por que não?- Me recomponho e ando em direção a porta de casa, mas nem preciso bater, pois, o Sr. Fitz, prontamente, a abre. Por céus! Por onde andava o homem quando eu mais precisava agora há pouco? Entro e encaro o Sr. Fitz que, apenas eu percebi, deu um leve dar de ombros. Clara, que eu quase tinha esquecido da existência, já que ela manteve certa distância dos acontecimentos e me deixou naquela cilada sozinha, devo enfatizar, entrava seguida dos dois homens.

☀️

- Então, qual o motivo de nos honrar com sua visita, senhor Luan?

- Oras, deixe de tais formalidades, Tara, por favor, eu insisto, me chame de Luan, como antes.- Fico enrubescida, olho para Maurício, seu semblante apresenta raiva e ele não deixa de encarar o outro convidado. Algo que me chamou atenção foi que, de algum modo, a frase "como antes" dita, foi mais intensa, como se significasse um "antes" de anos, todavia, isso não é possível já que não tem nem sequer uma semana que conheço Luan.- Enfim, o motivo de eu ter vindo foi este.- ele esticou o braço e em sua mão tinha uma caixa e eu nem tivera notado que ele estava com ela esse tempo todo.- Para a senhorita. Pegue, por favor.- Ainda que resistente, peguei.- Abra.

Quando abri a caixa o que havia lá me fez sorrir.

- Uau. Não tenho nem como agradecê-lo.- tirei minha tiara de folhas douradas e não pude nem descrever a saudade que eu estava dela, de minha companheira. Não sou materialista e nem dramática quando digo que nunca saio sem ela.

- Nem precisa. É sua. Voltei no local e a achei.- ele estampava um sorriso.

- A senhora Bourbon está aqui, senhorita Fernandes.- entrou, anunciando o Sr.Fitz.

- A senhora Bourbon?- Por qual motivo ela viria aqui?

☀️

- Senhora Bourbon, por favor, junte-se a nós no chá.- ela tinha um ar divertido, mas sempre que a vejo ela tem isso com ela. Além de ser linda, parece ser uma ótima pessoa. O que é uma raridade.

- Luísa está de bom tamanho.- ela sorri.- Entretanto, eu não vim aqui para um chá.- ela diz simplesmente, está em pé e não se mexeu muito, carrega uma sombrinha, branca com detalhes, fechada. Parece que ela caminhou até aqui e não que foi trazida.

- Então...- começo, instigando-a a continuar. Olho para trás, os dois rapazes observam a cena e quando percebem que paramos de conversar, como se tivessem tomado um choque para a realidade, levantam para desfazer a falta de educação para com a dama recém chegada.

Maurício chega até Luísa primeiro, curvou-se e projetou um beijo em sua mão.

- Luísa.- voltou a estirar-se.- Como vai?

- Muitíssimo bem, Maurício.- ela sorri gentilmente, mas antes que ela possa sequer falar algo, ele questiona-a novamente.

- E quanto a Marg, Carlos e Felipe?

- Bem, Felipe está trabalhando muito, vive conciliando o trabalho de Marquês com o de médico, quando chega em casa está exausto demais, mas vai bem. Marg e Carlos parecem crescer cinco vezes mais rápido que o normal... Esses dias, pude jurar que Marg e Carlos estavam lendo um livro juntos!

- Do jeito que são crianças espertas, não duvido nada.- ele abre um sorriso quase paternal. Ele ama mesmo essa família.- Diga a Felipe para tirar umas férias dos trabalhos de vez em quando, com dois empregos ele vai surtar.

- É o que eu sempre digo.- ela desvia o olhar e percebe Luan que está um pouco atrás do Visconde.- E quem é o senhor, meu caro?- ela olha simpaticamente para ele e aguarda sua apresentação. Luan se aproxima.

- Lady Bourbon.- ele se curva e dá um beijo na mão dela.- Me chamo Luan Pari. Sou um conhecido de Tara.- ela arregala levemente os olhos e olha para mim e para Maurício e de volta para Luan.- Houve um incêndio na estalagem em que estávamos e eu a ajudei.

- Eu soube do ocorrido, sinto muito pelo o que vocês passaram.- e ela tinha sinceridade na voz, nada que fosse pela cortesia, ela apenas, realmente, parecia sentir mesmo. -Contudo, passado é passado, veremos o futuro de agora em diante.

- É o que pretendo.- falou muito baixo Luan, embora, todos estivéssemos escutado, enquanto olhava para mim. Um arrepio me percorreu, mas não era o mesmo que eu sentia quando Maurício me tocava ou me olhava ou fazia qualquer coisa que envolvesse ele e eu. Era um arrepio diferente, ao qual eu não saberia classificar por hora.

- Senhorita Fernandes, querida.- começou Luísa.

- Tara, por favor.

- É claro. Tara.- olhei para Maurício, lancei um olhar e um sorrisinho, enquanto pensava "RÁ, aprenda com ela." Ele retribuiu um pequeno sorriso, que apenas eu percebi, e foi aí que notei que ele havia entendido o que eu pensava, nossos pensamentos pareciam sincronizados, como se fôssemos um só. Como se nossas almas fossem uma só. Isso era estranho e inacreditável ao mesmo tempo, existe uma palavra que defina a junção de tais emoções paradoxais? Se não existe, deveria.- Podemos falar a sós?- Voltei a encará-la. Ela queria falar a sós? E comigo? Por que?
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Hmmm o que será que a Luísa quer com Tara? No próximo cap, vcs ficarão sabendo mais...
Parece que o mistério fica mais forte a cada página, não é?
Até a próxima!
Xoxo! 💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Where stories live. Discover now