🎩 Capítulo 50 🎩

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Escolhemos todos ficar no mesmo quarto, para o espanto do dono do local, tanto pela questão da segurança, já que estávamos fugindo; quanto pelo motivo do breve tempo que iremos passar aqui. Achei que meu enjoo estava aliviando, mas me enganei severamente. Agora, além do vai e vem do meu estômago, minha cabeça começou a doer levemente, mas nada está pior que esse mal estar constante. Estou sentada e encostada na cabeceira de madeira da cama de casal acolchoada e sinto que quero morrer. Minha perna começa a doer loucamente e não sei o que fazer. Não sei o que tenho. Será que é a maldição se concretizando? 

— Maurício. — Começo. — E se for a maldição? — Me sinto embrulhar quando tento falar.

— Não, Tara! Isso não é real. Não se fie a esse mito. Um papel e uns dizeres não podem definir seu futuro, nem escolherem por você. Talvez seja uma virose ou... não sei! Só não é uma maldita maldição! — Ele passa as mãos pelo cabelo, exasperado. 

Não consigo acreditar fielmente nisso, sei que é fútil pensar que essa inesperada falta de saúde seja a consequência do rompimento com meus supostos deveres com as tribos, mas não sei mais o que pensar... até que vem uma ideia à mente.

— Vamos nos casar! — Falo no impulso. — Vamos nos casar agora! — Me desencosto da cama, pronta para pular dela e acabar de vez com esse pesadelo que está sendo minha vida, mas tudo que faço é me levantar.

— Tara, amor — Sua voz sai tão delicada que meu coração aperta. Ele parece tão aflito quanto eu. — Eu teria me casado com você no primeiro dia em que pus meus olhos em ti. Me casaria agora. Não precisaríamos sequer de um padre para selar nosso matrimônio, bastariam o céu e as estrelas como testemunhas de nosso amor e a reafirmação de nossos corações, que já dizem sim para a eternidade juntos, mas não podemos apressar isso com você nessa situação. 

— Maurício, querido, sabe que eu o amo. O amo tanto que dói. Meu peito aperta se eu penso que podem nos separar. E é por isso que peço...te imploro: Case-se comigo, e case agora. — Tenho absoluta certeza que meus olhos suplicam tanto quanto meus dizeres desesperados.

— Mas... — começa ele, contudo sua frase é interrompida quando Íris entra. Não percebemos nem quando ela saiu e só notamos sua entrada porque a porta é batida com um pouco mais de força que o necessário, provavelmente, de forma proposital. 

— Tome isto, Tara — Ela me entrega uma pequena vasilha, como um pote oco para sopa. Me aproximo e dou uma olhada. Péssima ideia, meu enjoo volta como uma enxurrada. 

— E...E o-oque é i-isto? — Minha careta é quase involuntária. 

— Sua solução temporária. Enquanto os dois discutiam, procurei a cozinha deste lugar e pedi para as cozinheiras alguns dos ingredientes para que eu pudesse utilizar na minha receita. Isto irá auxiliar no seu mal estar, sua febre também poderá ser reduzida em sequência, se tivermos sorte. Assim, daremos um jeito de casarem logo. Se o problema for a maldição, estará livre de tudo, não? Até mesmo dessa perseguição sem sentido.

— Você é genial, Íris. E eu nunca poderei demonstrar minha gratidão. — Ela dá um sorriso.

— Não seja boba. Sua amizade já é o suficiente para mim. — Sorrio de volta e pego a vasilha de suas mãos.

Enquanto levo aquele líquido de cheiro pouco agradável, escuto meu noivo bufar baixo e, quando olho de esguelha em sua direção, o vejo apertar o osso do nariz, franzir a cartilagem da ponta e juntar as sobrancelhas em uma expressão. Ignoro-o e bebo. Tusso com o gosto amargo que pega minha língua desprevenida, prendo minha respiração e volto a beber tudo. 

— Maurício — Escuto Íris chamá-lo. — a carta ao duque...já foi enviada? — Resolvo me sentar novamente na cama.

— Foi a primeira coisa que decidi fazer quando chegamos aqui. Pedi que viesse para cá como uma mudança de planos brusca, mas necessária. Escrevi que explicaria melhor ao chegar aqui. Como não estamos tão longe da vila, acredito que não vá demorar tanto para vir. Apesar de extremamente ocupado, ele sabia de nossa missão e, como o homem honrado que sei que é, deve estar esperando por notícias.

— Ele pode ser conhecido como "coração de gelo", dito como misterioso e reservado, mas apresentou-se como um exímio cavalheiro. Está sendo muito solícito conosco, sem ganhar nada em troca, apenas aborrecimentos. — Falo.

— Realmente. — complementa Íris. — Em um mundo em que a troca de interesses é a moeda de valor, encontrar alguém que se absteve disso por nós, sequer íntimos dele, é raro. Ainda mais, em sua posição social. — Ela dá uma pausa e um breve silêncio se instaura. — Como se sente, Tara?

— Estressada. — Encosto minha cabeça e fecho meus olhos. 

— Não, falo do seu enjoo. — Abro o olho esquerdo e tento sentir o que meu corpo transmite. Ainda há uma sensação ruim, minha perna está latejando um pouco e, definitivamente, me sinto quente, porém tudo isso parece ter abrandado mais. 

— Melhor. — Abro o outro olho também. — Com certeza, melhor.

— Ótimo! — Seu sorriso aparece resplandecente e vejo Maurício me avaliando, conferindo se falo a verdade ou se estou apenas blefando. — Então, vamos casá-los logo!

— Só temos que achar um padre que queira fazer o casamento agora. Isso será uma missão difícil, a não ser que conseguíssemos o que os escoceses fazem e não estamos nada perto da Escócia. — Diz o negativo, sombra escura, nuvem cinza do Maurício.

— Eu vou procurar e... — Íris é interrompida por uma batida à porta. O visconde se encaminha até lá desconfiado e abre apenas uma fresta para dar uma espiada. Contanto, ele logo a escancara, nos revelando o elegante duque em um sobretudo preto do outro lado. 

— Não precisam procurar nada. Eu tenho a solução para o senhor e para a senhorita. — Sua voz é grave e baixa. Ele retira seu chapéu com uma mão, enquanto a outra segura uma elegante bengala de madeira clara. — Paredes finas. — Ele se explica, movimentando a mão que segura seu chapéu para indicar as supracitadas. — Voltando ao assunto, resolverei seus problemas. — Ele não tem um ar arrogante ao falar isso, apenas sinceridade nua e crua. Como esse homem consegue ter tanta certeza das incertezas? Isso é um dom.

— Como? — Questiono, possuindo minhas dúvidas.

— Eu casarei vocês.  

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Olá, leitores (as) maravilindos(as)! Falei que tinha voltado! Nossa saga com a Tara está chegando ao fim, e prometo que tentarei entregar mais um capítulo ainda esta semana, combinado? Mas não se desesperem, meus devoradores de páginas ( e, neste caso específico, telas, já que este livro é virtual rsrs), porque o próximo livro está chegando também!

Até a próxima!

XoXo!  💋




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⏰ Ostatnio Aktualizowane: Feb 04, 2023 ⏰

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