🎩 Capítulo 10 🎩

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- Deixe-me ajudá-la.- ele abre um sorriso para mim e isso incomoda minhas entranhas.- Não temos tempo de ficar aqui, mas vamos para um lugar menos movimentado.- eu sei o que eu deveria estar pensando, aliás, eu sei o que minha mãe diria: "Tara, não confie em estranhos", mas convenhamos que esta não é uma situação nada comum e quando você está perdida e alguém diz que vai te ajudar, você simplesmente aceita, não é? Bem, espero que ninguém me julgue, embora, eu quase nunca ligue para isso, de qualquer maneira. O moço misterioso segura em meu pulso e anda rápido contra a maré de pessoas. Assim que chegamos, em um lugar que eventualmente passa uma pessoa ou outra atordoada, ele me solta e tira o chapéu para passar, depressa, a mão no cabelo, como se estivesse pensando no próximo passo. Acabo por notar, o homem que me ajudou e uau! Por algum motivo sinto que o conheço.

- Desculpa, mas eu conheço o senhor?- sei que meus olhos se estreitam, pelo fato de eu estar tentando recordar onde eu já o vi...

- Creio que não, senhorita.- por um segundo, pensei ter visto o semblante dele mudar.- Meu nome é Luan Pari.- ele estende a mão.

- Tara Fernandes.- ofereço minha mão que ele pega e planta, de maneira bem lenta e-não sei como ele fez isso-sensual.- Prazer.- ele levanta a cabeça lentamente, mas sem soltar minha mão e sem deixar de olhar em meus olhos.

- O prazer é todo meu.- seu tom de voz ficou mais sedutor. Meio sem graça, eu passo a mão pelo cabelo e o choque vem: Cadê minha tiara?- Eu gostaria muito de continuar desfrutando de sua companhia, mas temos que achar uma saída...- ele olha para mim, percebendo minha afiliação.- A senhorita está bem?

-Minha tiara...- falo mais para mim, mas ele parece ouvir já que, depois de olhar para os lados, ele diz.- veja! Ali tem uma placa indicando uma saída. Faremos o seguinte: Vá na frente, vou ver se sua tiara não caiu aqui perto, atrás de nós.

- Obrigada!- agradeço, olhando para ele.

- Vá.- e eu saio correndo em direção a saída, me sentindo tola por ficar chateada por ter perdido uma tiara, mas ela é importante para mim.

Quando abro a porta, me assusto com o que vejo.- Fogo!- o incêndio deve ter partido daqui, pois todo o aposento que dá para a porta dos fundos, está completamente em chamas, na hora que vou me virar para ir embora, entretanto, a porta fecha e eu começo, histericamente, a bater.- Socorro! Luan! Alguém! Maurício!.- Algo cai perto de mim e no ímpeto de me afastar, esbarro na porta com as costas, o pavor toma conta de mim e por querer voltar a bater na porta o mais rápido possível, caio, girando meu tornozelo e fazendo o peito do meu pé ir contra o chão, dobrando-o. Ai. Faço uma careta de dor e neste exato momento a porta se abre e Luan vê o fogo dominando o local, percebe que estou com dor em algum lugar e simplesmente me pega no colo. Quando já estamos mais ao longe, digo:- Obrigada, senhor Pari.

- Apenas Luan, por favor, senhorita Fernandes.

- Tara.

-Tara.- ele repete e continua andando, mas seus olhos estão focados nos meus. Desvio do olhar, corando.

-Tara!- dessa vez, ouço alguém distante me chamar. Silêncio. Até que...- Tara!- é Maurício.

🔆

- O que o senhor acha que está fazendo?- as palavras saem da minha boca sem que eu perceba, mas já é tarde demais, pois elas já foram ditas. Ótimo. Não fui com a cara dele.

- Como assim?- ele se faz de sonso, ainda com as mãos nos braços de Tara.

- Eu posso ajudá-la daqui em diante.- digo friamente, encarando-o.

- Eu não preciso da ajuda de ninguém, oras!- Tara se desvencilha das mãos de nós dois.- Homens...-bufa ela sozinha.- sempre achando que as mulheres precisam ser salvas por eles.- ela começa a andar sozinha até a carruagem, claramente vejo dor em sua expressão, mas ela se mantém forte para que consiga completar seu caminhar sozinha. Meu Deus, essa mulher vai acabar comigo. Ela se vira para nós, que estávamos parados observando a cena.- Ah, mas não sou mau agradecida, tampouco má reconhecedora de boas ações. Agradeço ambos. Luan- Por que maldição ela está o tratando com tanta informalidade?- Precisa de uma carona?- Agora ela quer que ele vá conosco?

- Não. Muito obrigado, Tara.- Olho para ele com cara feia. Ele fez de propósito ao enfatizar o nome dela, nem eu a chamo assim. Quem ele pensa que é?

- Eu quem agradeço. Vamos nos ver de novo, espero?- ele a está encarando com um olhar malicioso do qual eu nada estou gostando.

- Com toda certeza.- há algo selvagem nos olhos dele que encaram minha noiva e eu preciso interromper isso, percebo que já estava ao lado dela, nem ao menos me lembro de ter caminhado, graças ao instinto de protegê-la.

- Vamos, Srta. Fernandes.- seguro levemente em seu braço e a impulsiono em direção a carruagem, assim que coloca o pé no degrau para subir a carruagem ela vira a cabeça para o sujeito.

- Não somos daqui. Somos da cidade vizinha, caso nos queira procurar.- caso, ele queira te procurar. O que no que depender de mim, não acontecerá. Ela é minha noiva e, além do mais, esse homem visivelmente não tem boas intenções com ela, não deixarei que ele toque em um fio de cabelo de Tara.

- A propósito...- começa ele, embora já estejamos dentro do veículo com a porta fechada.- sinto em dizer que não encontrei sua tiara.

- Tudo bem.- olhei para o rosto dela. Não estava. Mas por quê? 

Os cavalos começam a trotar e o tal Luan é deixado para trás (Aleluia!), dando lugar a paisagens mais agradáveis do que sua face. Fico em silêncio absorvendo o que acabara de acontecer. Não é possível que ela tenha se encantado por ele, mas na verdade é sim, pois já estavam se tratando de maneira íntima e, afinal, fora ele quem a salvara e não eu, seu futuro marido, o homem que deveria estar perto dela sempre que ela precisasse...Talvez eu não devesse casar com ela, acho que ela nunca me quis e como iria querer? casar com alguém forçadamente não é o que as jovens sonham, não esta, pelo menos. A verdade é que não temos escolha, estamos acorrentados, graças a um terrível engano que acabou em um beijo escandaloso na frente de grande parte da alta sociedade e como fofoca é algo levado a sério, temo que seja a única profissão de alguns, a notícia se espalhara mais rápido que fogo e, para ser sincero, acho que essa não é uma boa hora para falar sobre a eficiência das chamas. O enfoque é que ninguém teve culpa de estar preso nesse compromisso, então eu não deveria casar com ela, porém eu preciso. E algo me diz que não é apenas pela obrigação, algo me diz que eu não sobreviveria muito tempo sem essa curiosa (de todas as maneiras possíveis) mulher ao meu lado.

- Está tudo bem com você?- seu olhar tem a sincera preocupação e isso faz meu coração bater mais por ela... Eu não posso estar me apaixonando... Não posso. Não com Lizzie. Não com Tara.- Não. Não está, mas vai ficar.- digo para ela.- Eu espero.- murmuro.

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Hey, pessoal! Para quem não sabe Lizzie é do livro 01, mas se você não leu, não se preocupe que vai ter breve explicação mais para frente, entretanto, não custa nada ler, neh?

Visconde M tá com ciúmes ou apenas eu notei? 😏😏😏

Até a próxima, babys.

XoXo!💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Where stories live. Discover now