🎩 Capítulo 18 🎩

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"Cara senhorita Tara Fernandes,

Estou muito bem, obrigado por perguntar. E a senhorita como vai?

Assim que recebi sua carta, confesso ter ficado um tanto surpreso, já que, sem querer ofendê-la, não a conheço. Sei de que livro está falando, o Sr. Bourbon questionou-me sobre ele há pouco tempo e assim fiquei sabendo no interesse dos Fernandes para com o mesmo.

Foi um livro que me chamou atenção de imediato por tratar de algumas tribos indígenas e comecei a estudá-lo.

Empresta-lo-ei para a senhorita quando quiser.
Basta apenas me avisar e terei o maior prazer em empacota-lo da melhor maneira para que eu mesmo, ou os correios, o leve ou, caso queira, mande alguém buscar.

Atenciosamente,

Senhor Alexander, Duque de Gray."

Assim que o Sr. Fitz entregou a carta, tentei guardar minha ansiedade e curiosidade e não abri-la de imediato, preferi primeiro tomar meu banho e vestir-me para dormir. No entanto, não pude dizer que tive a mesma paciência para esperar o dia seguinte com o intuito de escrever uma resposta. Não. Corri para a mesinha branca na parede oposta à minha cama e comecei a respondê-lo. Com os primeiros raios de sol, pedirei para que entreguem com extrema urgência na casa do duque. Fiquei feliz, pois eu não seria contestada sobre meus atos, já que meus pais retomaram a viagem misteriosa, logo após Clara e eu termos os ouvido no escritório.
Meus pais andam estranhos, mais estranhos que o normal. De certo que anormalmente enérgicos e andam cochichando no escritório e não duvido que em outros lugares também.
Pego o papel e com a pena na mão, começo a escrever.

"Caro Sr. Duque de Grey,

Agradeço por sua grandíssima generosidade"

Risco grandíssima e amasso o papel, jogando-o para trás.

Pego mais um e recomeço.

"Caro Sr. Duque de Gray,"

Ou devo trato-lo como Alexander, Duque de Gray, assim como ele próprio se intitulou na carta?

Penso.

Não. Não tenho intimidade para tal ato. Deixarei assim. Retomo de onde parei.

"Caro Sr. Duque de Gray,

Agradeço por sua atenção e por disponibilizar seu tempo para me responder.

O senhor diz que está estudando o livro e que se interessou bastante pelo mesmo. Se não for incômodo, gostaria de saber mais sobre. Contudo, não precisa se dar ao trabalho de escrever o que descobriu e suas próprias considerações, deixe-me arranjar um modo de encontrá-lo. Com preferência em um lugar reservado, levando uma pessoa de confiança comigo.

Se puder, gostaria de buscar o livro hoje mesmo. Irei pessoalmente. Esta carta deve estar chegando em suas mãos pela manhã, passarei por aí no fim desta tarde, está bem?
Se não quiser me atender, basta rejeitar minha visita pedindo que seu mordomo dispense-nos, eu e a pessoa que irá comigo, dizendo que o senhor está indisposto. Contudo, se nos receber, estará me fazendo um grandioso favor.

Atenciosamente,

Senhorita Tara Fernandes."

Deito-me com a certeza de que amanhã será um novo dia, só ainda não defini se para o lado bom ou para seu oposto.

☀️

Depois de ter pedido para entregarem a carta, faço meu desjejum e vou para a varanda externa. Minha casa é afastada de qualquer movimentação de pessoas, não temos vizinhos e as únicas pessoas que vejo com frequência são os empregados. Contudo, vejo ao longe uma carruagem vindo e sem se aproximar tanto, já reconheço o veículo.

Maurício.

Ele deve ter voltado da cidade vizinha, o que será que ele faz aqui? Logo hoje que eu iria fazer uma visita ao duque. Eu iria chamar Clara para ir comigo, é claro, mas se o Visconde souber desse plano, pode achar arriscado, já que meus pais não estão e estou indo conversar com um desconhecido não comprometido e reservado...pff... não há com o que se preocupar. Sou uma pessoa bastante independente, saberia me virar bem no mundo, é uma pena que meus pais não tenham achado o mesmo, mas concordemos que os motivos ainda são desconhecidos. Bom, eu não fiz nada ilícito quando era criança, não que eu me lembre, pelo menos. As únicas recordações que tenho são de Clara e eu brincando de boneca e agora aquele sonho de minha infância com um garoto. Como pude esquecer aquilo? A mente é mesmo curiosa.

A carruagem para em frente à minha casa e o Visconde desce dela. Me levanto para cumprimentá-lo.

- O que faz aqui, Maurício?- pode soar uma frase rude, mas meu tom não foi, acreditem em mim, teve um ar até brincalhão. Ele chega mais perto e curva-se, plantando um beijo em minha mão.

- Bem, tenho que ter motivos para visitar minha noiva, Tara?- ele me encara e um dos cantos de sua boca sobe. Isso faz meu coração acelerar e minhas mãos começarem a suar. Ele me chamou informalmente, disse meu nome e ainda me olhou desse jeito! É incrível como as simples coisas podem nos fazer pensar que estamos no paraíso. Sorrio e isso nem foi intencional, foi meu corpo respondendo aquelas palavras comuns, mas que fizeram a diferença. Caramba, nem estou me reconhecendo! Por que estou tão empolgada por Maurício ter feito isso? Até Luan me trata assim e a felicidade não chega nem perto desta que sinto agora. É muito mais que a conquista de ter conseguido vencer o desafio que foi fazer com que dissesse meu nome.

- Claro que pode. Percebo que começou a entender as coisas também, não é?- meu sorriso não quer sair.

- Você é minha noiva e sou seu noivo, se até o tal Luan a chama assim, então por que eu não?- ele abre um sorriso, mas o meu desmancha um pouco, não sei o motivo. É como se isso fosse um jogo e essa resposta estivesse incorreta. Eu esperava que ele fosse acertar. Qual a resposta que meu coração quer ouvir? Esta para mim está bem clara, mas ainda assim, me entristeceu e fico confusa. Era o que eu esperava ouvir, mas será que era o que eu queria? E o que eu queria?- O que houve, Tara? Ficou tão introspectiva de repente.- ele assume uma expressão de preocupação, franzindo a testa e me avaliando.

- Não é nada.- e do nada, me recordo de meu compromisso.- Então,- Ajeito minha postura, jogando mais meus ombros para trás, encaro a face de Maurício e meus olhos ficam levemente arregalados, astutos e minha mente trabalhando.- Irá ficar a tarde inteira?

- Eu estava pensando em passar a manhã e levá-la para um almoço, estilo piquenique no parque. Mandei, inclusive, um estabelecimento preparar toda a comida e eu iria buscar.- ele fica mais desconfiado agora, é como se entendesse minhas expressões há décadas.- Por que? Quer que eu vá?- eu não quero, mas preciso. Não posso responder positivamente, se não ele perceberá que tenho algum compromisso e se achar que estou me arriscando, irá querer evitar que eu faça isso.

- Você é meu noivo, oras! Devemos passar algum tempo juntos, afinal de contas. Tudo dentro das regras, obviamente. Pedirei para Clara ir conosco. Agora, vamos entrando.- ele me oferece o braço e eu aceito, colocando a mão na dobra de seu cotovelo.

E agora, como farei para ir clandestinamente até a casa do Duque? Se Maurício se demorar muito aqui, ficará muito tarde para uma visita dentro das convenções sociais. Quer saber? Dane-se! Eu farei esta visita hoje mesmo, de qualquer jeito. Este livro estará em minhas mãos em poucas horas e assim poderei desvendar este mistério.

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Tara está fazendo de tudo para desvendar este caso da sua própria vida, mas que custo será necessário pagar para obter as respostas?

Ah, antes que eu me esqueça, talvez me atrase em alguma postagem (ou na quinta ou no domingo), não é nada confirmado, mas achei melhor avisá-los com antecedência, caso eu não poste. A Semana está mais corrida que feriado no meio da semana, mas farei de tudo para publicar nos dias certinhos...  

Até a próxima...

Xoxo. 💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن