Feitiços Básicos

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 Era muito cedo quando June desceu para os jardins, um fina garoa caia, mas isso não a impediu de se ajoelhar na terra úmida para colher ervas e flores. Estava usando um grande chapéu para se proteger e um casaco bem grosso para se manter aquecida.

Havia uma cesta estava apoiada em um de seus braços, enquanto aquele que estava livre, arrancava as plantas da terra com um cuidado calculado para não danifica-las.

Apesar de Vincent cuidar de tudo com magia no castelo, June fazia questão de tratar a terra, de suas ervas e flores com suas próprias mãos. Ela gostava da magia, mas também achava que as plantas cresciam melhor quando tratadas pelas mãos dela, do modo convencional. Era ela também que que fazia os arranjos dos vasos do castelo e que cuidava das demais flores.

Assim que terminou, ela voltou para o castelo carregando a cesta cheia de ervas e flores recém colhidas. Estava prestes a subir as escadas em direção ao herbário, quando viu o casaco e a cartola de Vincent apoiados no cabideiro próximo a porta de entrada. Ele havia voltado.

June encontrou o feiticeiro deitado no sofá e aquilo não a surpreendeu. Vincent tinha algum problema em caminhar até o quarto e dormir em sua própria cama.

Ela deixou a cesta no chão e pediu, silenciosamente, para que o castelo providenciasse um cobertor. Não demorou mais do que alguns segundos para que o objeto viesse voando até ela, como se uma mão invisível o segurasse no alto. June o pegou e cobriu delicadamente o corpo de Vincent. Era uma manhã bastante fria, mesmo estando próximo a lareira.

Os olhos dele se abriram, revelando as lindas íris violetas que ele possuía. Vincent olhou para o cobertor que agora o cobria e sorriu.

– Cuidando de mim, June?

– Alguém precisa, já que você não faz isso por si mesmo. – ela falou em um tom irritado.

Vincent riu, enquanto se sentava, ajeitando o cobertor sobre seu colo.

– Eu comprei uma coisa pra você.

Aquilo pegou June desprevenida, ela caiu sentada no sofá ao lado dele, franzindo o cenho.

O feiticeiro ergueu a mão, imediatamente seu casaco foi parar nela. Ele o apoiou em seu colo, alcançando o bolso interno, tirando dali uma pequeno saquinho de veludo negro, entregando-o para June.

Ela abriu o pequeno saquinho e o balançou sobre a palma de sua mão, onde caiu uma delicada pulseira de prata com várias esmeraldas em forma de folhas, além de um pequeno pingente em formato de um girassol, a flor favorita dela.

– Por que isso? – ela perguntou, olhando diretamente para ele.

Vincent riu novamente.

– Só você, June, pra questionar um presente.

Ele pegou a pulseira da mão dela e a envolveu ao redor do pulso da menina, fechando o fecho. June segurou o pingente e olhou mais atentamente para a joia, sentiu seus olhos marejarem, mas piscou várias vezes para afastar as lágrimas.

– Eu sei que você ficou chateada desde que Eleanore chegou. – Vincent falou – Não queria que você se sentisse mal por isso, é só que ela precisa de um lugar, você entende?

– Então, você quer me comprar com um presente? – ela deduziu.

– Não – ele estava sorrindo – Comprei um presente por quis te agradar, porque você é importante para mim.

June virou a cabeça para que ele não visse suas bochechas enrubescendo. Seu coração havia se avivado repentinamente, como se agora houvesse um beija-flor batendo asas em seu peito.

O FeiticeiroTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon