O Guardião

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 – Oh, vampirinho! – Bash chamou cantarolando.

June ergueu a perna e desferiu um chute no familiar.

– Ai!

– Que merda você pensa que está fazendo? – June ralhou, com seus olhos verdes cravados em Bash como duas adagas especialmente afiadas.

– Confia em mim, June. Uma vez na vida pelo menos.

– Chamou, familiarzinho? – O vampiro estava parado apoiado no portal de entrada daquele calabouço. Estava de braços e pernas cruzadas.

– Eu tenho uma proposta pra te fazer – Bash disse com a fala mansa.

O vampiro se aproximou, parando em frente à Bash, tinha que erguer o queixo para olha-lo nos olhos, considerando que o familiar foi preso erguido do chão. Os olhos negros como dois abismos se fixaram nele e uma insinuação de sorriso esticava seus lábios.

– Vamos ouvir então.

– A maioria dos vampiros não toma sangue de familiar porque o gosto é excessivamente amargo, mas eu tenho um segredo pra te contar. Se você tomar uma quantidade especifica do sangue de um familiar, pode adquirir poderes mágicos. Agora, se você deixar minhas amigas em paz, eu retiro a marca que me protege e deixo vocês beberem meu sangue.

– Ficou louco de vez? – June protestou.

– Você não pode fazer isso, Bash! – Maggie o olhou profundamente.

Bash estava blefando, óbvio. Acabara de inventar essa história de que sangue de familiar poderia dar poderes mágicos ao ser ingerido. E tampouco poderia retirar o heptagrama de sua mão, apenas Vincent poderia fazer isso, se o feiticeiro já tivesse dado a Bash "o que ele mais queria na vida". Também não estava sendo particularmente altruísta. Seu plano era fazer o vampiro solta-lo e mordê-lo para que Bash pudesse controla-lo, através de sua magia de sangue e, então, fugir com June e Maggie.

O vampiro sorriu abertamente e o familiar sentiu-se um pouco inseguro.

– Sabe de uma coisa, familiar? Eu vou ter que declinar. Nosso feiticeiro está vindo, ele vai tirar a marca de vocês dois – Ele apontou com o dedo indicador para Bash e June – E vamos ficar com vocês três mesmo. Mas valeu a tentativa.

Então, ele deu as costas e saiu. O sangue de Bash ficou gelado.

– Espera! – ele gritou, mas não houve resposta.

E foi naquele exato instante que eles ouviram um estrondo vindo de sabe-se onde. Uma explosão que chacoalhou a estrutura de onde quer que estivessem, causando uma rachadura no teto, de onde caiu pó da pedra.

– O que foi isso? – Maggie indagou, encarando a recém formada rachadura no teto.

– Acha que Lennox chegou? – June questionou, incerta.

O vampiro que acabara de sair do calabouço voou à frente deles e se chocou violentamente contra a pedra da parede, afundando-a onde seu corpo atingira. Em seguida, ele caiu no chão, parcialmente desacordado.

Algo dizia a Bash que não era Maximus Lennox, considerando que ele parecia ser um aliado dos vampiros e não seu inimigo. Não havia razão para ele fazer uma entrada tão brusca.

Quem passou pelo portal daquele calabouço era certamente um feiticeiro e surpreendeu seriamente Sebastian, cujo queixo caiu, deixando sua boa aberta de espanto. Com seu andar bamboleante, Minerva Margaux surgiu quase como uma aparição divina.

– Agora só precisamos encontrar Amber – anunciou Dante, depois de ter achado a gorda pasta com os arquivos sobre Salvatore Lex e a substancialmente menos recheada pasta de Leona Phoenix. Ele as colocou em um bolso dimensional para que não tivesse que ficar carregando.

O FeiticeiroWhere stories live. Discover now