O Feiticeiro

Pássaro na Gaiola

Maggie estava andando de um lado à outro na sala principal, aflita. Mais cedo, pouco antes de Minerva sair, ela havia dito a Maggie que ela e Vincent iriam iniciar a estratégia deles para acabar com essa recém declarada guerra. Mas não havia dado muitos detalhes.

Beck estava jogado no sofá, com os pés poiados na mesinha de centro, analisando suas unhas como se fossem deveras interessantes.

– Não precisa se preocupar tanto, Maggie – Dante informou ao entrar na sala juntamente com Sam, que flutuava logo atrás dele. Ele estava com o rosto corado e os cabelos estavam presos a testa pelo suor. Ele havia ido treinar mágica na floresta, andava muito empenhado nisso desde o incidente que levara a vida de Bulaklak embora. – Vincent vai ficar bem. Não acho que ele seja capaz de morrer.

Maggie se sobressaltou. Na verdade, não tinha sequer pensado sobre Vincent, estava mais concentrada em Minerva e se sentiu subitamente mal por isso.

– Você sabe o que eles foram fazer? – Maggie quis saber, encarando-o.

– Eu sei – Dante limpou o suor da testa com as costas de sua mão. – Eles foram atrás de Maximus Lennox. Minerva acha que sem ele Salvatore vai ficar um tanto perdido.

Ficou claro que Dante sabia de algo a mais do que isso, mas como não disse, ela não quis insistir.

– Este... – Minerva engoliu em seco, quase conseguindo sentir o calor do fogo no Garten arder contra sua pele novamente. – Este é o feiticeiro que lutou com Vince, não foi?

Sam e Dante assentiram com a cabeça.

– Eles irão conseguir – Amber falou, em seu usual tom grave e crepitante, soando da lareira, onde seu fogo queimava vivo como sempre – Maximus é forte e inteligente, um feiticeiro excepcional, mas não é páreo para Minerva e Vincent juntos. E Bash também está com eles.

– Amber conhece eles melhor do que ninguém aqui – Sam comentou – Afinal, ela estava com eles desde que eram crianças.

Aquilo atraiu a atenção de Maggie. Ela fitou o fogo bruxuleante na lareira.

– É mesmo?

– Sim – Amber respondeu – Eu costumava ser uma elemental muito agressiva e Niara, a mãe deles, me aprisionou na lareira de sua casa. Eu os vi crescer. Foi Vincent quem me libertou e eu decidi que ficaria com ele, isso já faz mais de trinta anos.

Ellie surgiu vindo do quintal dos fundos e todos a observaram atentamente, principalmente Dante, que parecia verdadeiramente preocupado. Ela olhou para todos na sala e pareceu surpresa em vê-los ali. Seu cabelo estava, como sempre, uma confusão de cachos ruivos, ela não parecia sequer se preocupar em arruma-los.

Maggie sabia que ela havia saído do quarto de Vincent quando já era quase tarde, não era ingênua ao ponto de não saber o que havia acontecido entre os dois. Na verdade, desde que chegou ao castelo, havia percebido a maneira intensa com a qual Vincent a olhava, com um sentimento que Maggie só podia interpretar como sendo amor.

Não sabia a quanto tempo quis, e desejou de verdade, que ele a olhasse daquela maneira. Mas, naquele momento, não se importou de ver outra mulher saindo de seu quarto.

– O que está havendo? – Ellie questionou.

– Nada. – foi Sam quem disse.

– Maggie está preocupada porque os feiticeiros foram pegar outro feiticeiro – Beck falou, entediado – Acho que é isso.

Ellie franziu o cenho, olhou do vampiro para o fantasma, depois para Dante.

– Lex!?

– Não – Dante negou – Maximus Lennox.