Pacto de Sete Pontas

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Niara ouviu o grito horrível de pura dor de Ellie vindo do andar de cima e, seguido a este som, houve um baque contra a janela. Quando a bruxa se aproximou do vidro para checar, viu que uma tempestade de neve ocorria do lado de fora, o que era estranho, considerando que o céu estava limpo minutos antes. Não era uma nevasca natural.

Subitamente, o dia ficara escuro, o céu coberto de densas nuvens negras, o vento açoitava impiedosamente as árvores, que se envergavam conforme a ventania as atingia. Os flocos de neve desciam rápido, acumulando-se no chão, camada por camada.

A bruxa subiu as escadas o mais rápido que seus joelhos ruins permitiam. Bulaklak e Dimitri tinham chegado à sua frente e estavam parados na entrada daquele que costumava ser o quarto de seu filho Vincent.

Assim que se aproximou do cômodo, a temperatura foi despencando e uma brisa gélida atingiu a face de Niara. Quando respirava, o ar se condensava diante de seu rosto.

Ellie estava ajoelhada no chão, o corpo completamente curvado para frente, sua testa tocava o piso e seus braços envolviam a si mesma. Ao redor dela, tudo estava congelado, o chão, as paredes, a cama e os demais móveis, tudo coberto por uma camada de gelo. E a menina chorava incessantemente, seus soluços eram doloridos.

Niara notou que flocos de neve caiam do teto e que, todo ele, estava completamente coberto por estacas de gelo muito afiadas, brilhando como uma ameaça silenciosa.

– Ellie – A bruxa disse cautelosamente. Ellie era uma Fonte, era poderosa e não fazia ideia de como controlar seus poderes. Sua súbita instabilidade causara uma nevasca do lado de fora e congelara o quarto, qualquer passo em falso poderia resultar em uma catástrofe. – O que está acontecendo?

A menina ergueu a cabeça, seus cachos ruivos brilhando como se estivessem em brasa, seus olhos tinham uma cor violeta e brilhavam como ametistas, uma manifestação de seus poderes.

– Se foi – Ela acariciou o dorso de sua mão, o olhar perdido – Minha ligação com Vincent, se foi. Não existe mais.

Repentinamente, as correntes que envolviam Vincent e a cadeira tombada sobre seu corpo desaparecerem, como se nunca tivessem existido. Então, alguém o agarrou por suas vestes e o içou do chão, batendo violentamente suas costas contra a parede.

Não que Vincent se importasse com dor física naquele momento. Desfazer a ligação com Ellie foi como ser esfaqueado uma dezenas de vezes, como ter vários de seus ossos quebrados ao mesmo tempo. Mas sua dor física não era o que mais lhe afligia, e sim o fato de que Ellie provavelmente sentira o mesmo com o rompimento da conexão.

Não queria machuca-la, nunca a machucaria. Mas precisou.

Salvatore o encarava de maneira alucinada, o olho demonstrando toda a fúria que ele sentia, a boca retorcida em ira, cada centímetro de seu rosto estava congelado em uma máscara moldada por raiva.

Ele ergueu a mão, os dedos contorcidos e envolvidos por um brilho turquesa.

– Lex! Não pode machucar Vincent – rugiu Maximus, aproximando-se.

– Ouviu o que ele disse, Maximus – o pretor vociferou – Ele destruiu a ligação e agora não temos nada! Sabe-se lá onde essa puta da Eleanore está agora.

O sangue de Vincent ferveu ao ouvir Salvatore falar de Ellie daquela maneira.

Colocaria seu plano em prática agora.

Vincent fez um movimento de mão, para afastar Salvatore, mas ele sequer se mexeu, a magia do feiticeiro passou pelo pretor como se não passasse de uma brisa fresca. Ele notou que havia uma aura de energia envolvendo completamente o corpo de Salvatore.

O FeiticeiroNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ