Um Strong Owl nunca bebe. E se o faz, com moderação.

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Não podia beber tanto, porque não queria acordar com uma ressaca do caralho no exato dia da missão. Se Maia me escolhesse. Mas o que é uma festa sem bebidas e porre, sem encher a cara? Qualquer coisa basta enfiar o dedo dentro da garganta e vomitar a madrugada inteira. Porém se eu tiver que fazê-lo.

— Por que isso te incomoda? — Dei ênfase ao dizer ''isso'', pronunciando-o tão lentamente para que parecesse um insulto. E realmente era.

— Porque sempre que fica de porre faz besteira, ainda mais quando está chateado. — Explicou, sem muito interesse no que estava dizendo. Ele sabia por que eu estava tão zangado com ele.

Não iria retornar ao assunto novamente. Se ele quisesse se desculpar ou justificar, que ele começasse. Afinal, tinha que partir dele, não é?

— Quer saber? — Ele levantou uma sobrancelha, questionando-se mentalmente, suponho. — Vou dançar.

Bati o copo na mesa, mas o som fora inaudível por conta da melodia rítmica e eufórica da música, com sutis toques sensuais. Os olhares das pessoas eram os mais insignificantes, no momento. Somente fui para o lado de Jung Hoseok e dancei, sensualmente.

Kim sabia o peso de tudo isso. Sempre fui o garoto tímido e reprimido em festas. Mas quem se importava? Se eu estivesse sentado, nunca me notariam e dançar, por mais que não fosse grande coisa, envolveria apenas alguns olhares. Todos estavam focados demais em bajular Jeon Jungkook e na popularidade dele.

Movimentei os quadris de um lado para o outro e Hoseok sorriu para mim. Nós não nos falávamos tanto. Quase nunca, pra ser sincero. Mas sentia que ele estava orgulhoso.

Minhas próprias mãos caminhavam pelo meu corpo. Estava me sentindo tão casual e inteiramente sexy. Valia a pena estar ali, rebolando para mais de trinta alunos apreciarem.

Certo, talvez fosse mesmo verdade que fiz strip-tease para um cara mais velho e que também talvez eu tenha gostado de como o cara reagiu a tudo.

Mordi o lábio inferior, olhando por sob os cílios para Taehyung. Minha intenção era provoca-lo, uma vez que ele achasse um absurdo fazê-lo, ainda mais para tantas pessoas. O real motivo de tudo isso nem eu sabia, mas tinha que ter o jogo de cintura. Muito melhor do que ficar deprimente no quarto enquanto tem uma festa incrível rolando, feita especialmente pra te fazer esquecer quaisquer problemas, ou não se ele estiver na festa.

Talvez tivesse intenção de enfeitiçar Jeon a mim. Quem sabe assim a Áurea não sofresse por mais um tempinho?

Ao meu lado, senti tocarem minha cintura. Taehyung. Nada podia me fazer esquecer o quão grande e firme eram suas mãos. Poderia fazer qualquer um derreter apenas com um simples toque.

Dançando do meu lado, me puxou para perto de seu corpo. Não queria ter que olhá-lo de desaprovação novamente, então tentei me afastar. Mas só fez com que ele insistisse em me manter por perto.

— Você tá tão desesperado por atenção? — Questionou, perto o suficiente para que outras pessoas não ouvissem. Era carinhosa a forma como ele não iria gritar na frente de todos e me fazer passar vergonha, mesmo que talvez eu merecesse isso.

— Desesperado por distração. — O olhei profundamente em seus olhos cinza pela primeira vez na noite, sustentando-o conforme meu corpo acompanhava a sintonia da música. Mesmo que não quisesse acompanhar as íris que queriam me dizer algo, mas cala-se constantemente. Odeio ter que aturar o fato de que tem alguma coisa que ele queira me dizer — ou não. Mas que, de qualquer jeito, tem alguma coisa.

— Ah, é? Que tipo de distração? — Os lábios tremeram, enquanto uns aglomerados de pessoas juntavam-se a nós para dançar.

Iria entrar no jogo provocativo de Kim, porque realmente estava desesperado e muito louco. Além de que ele estava sensual e convidativo, porém, de repente os ombros braquelos e frágeis de Áurea tombaram com o dele. Talvez ela tenha chamado Jeon para dançar consigo a fim de esfregar alguma coisa na minha cara. O xis da questão é: ela ia morrer tentando.

Strong of Character - Quente como o infernoWhere stories live. Discover now