Maria Luiza Vitale viveu um inferno toda a sua vida com seus pais biológicos, e mesmo tendo a chance de deixar aquilo tudo para trás nunca conseguiu, por medo do que viria depois, afinal, as consequências poderiam ser boas ou ruins. Mas tudo muda qu...
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"A única forma de chegar ao impossível é acreditar que é possível."
- Alice no País das Maravilhas
Aquilo era mais do que um enredo de um dos livros que adora ler, de um filme ou teatro, era a sua vida, e na vida real um casamento desse gênero dava muito certo ou muito errado, e não era somente os dois naquilo, tinha a Milena, uma criança que já tinha sofrido mais do que deveria, e só tinha dois meses de nascida.
— Quer mesmo um casamento sem amor?
Pergunta o encarando um tanto mais calma, menos tensa, somente inconformada com a situação.
E Alexandre lhe encarava da mesma forma, percebendo no olhar dela que se fosse para ela aceitar aquilo não iria ser impondo algo. Precisava disso tanto quanto ela, sabe bem que está nas mãos dela, e então decide ser sincero como foi na noite anterior.
— Eu tô cansado Maria Luiza, tô cansado de ser impenetrável para todo mundo, cansado das fofocas e noticias sensacionalistas que me rodeiam desde o incêndio. Viu a preocupação de minha mãe, nossa reputação entre a alta sociedade e nossos objetivos estão despencando, e eu não posso fazer nada dessa cama, dessa cadeira de rosas. Eu tô me sentindo estagnado, impotente, eu preciso de uma solução.
— Um casamento será a solução?
Ela pergunta ainda indignada com aquilo tudo, indo até ele, que diz ao suspirar gesticulando, sem mais opções para fazer ela aceitar.
— Algo que seja mais forte do que um incêndio, que o meu rosto, mais forte do que uma cadeira de rodas. Uma história tão fantástica que é capaz de tirar a minha condição como alvo deles. Eu preciso de você, preciso que seja a minha espada, e pode ter certeza que eu seria o seu escudo, eu estaria te dando tudo em sua mãos, isso é mais do que eu já dei a qualquer um. Eu preciso de você Maria Luiza.
— Ele tá falando a verdade.
Ítalo fala abrindo a porta, se sustentando no batente da porta, ao contra gosto de seu primo que o encara sem paciência. Malu cruza os braços, e olha para Alexandre que nega com a cabeça rapidamente.
— Me colocando como bote expiatório?!
— Não. Seríamos parceiros, uma dupla, eu jamais soltaria sua mão independente de nossas brigas.
— E Milena no meio disso tudo isso? Ela é um bebê Alexandre, mas vai crescer e do nada ver os pais se separando, descobrindo que eu não sou mãe dela.
Ela pensava em toda aquela possibilidade sentindo seu coração se apertar. E percebendo isso Alex estande a mão para ela que hesita em pega- la, pensando no melhor para a menina. Queria que Milena fosse diferente dela, que tivesse uma vida melhor do que a que teve com seus pais biológicos, desejava que a menina tivesse uma família, não uma mentira, mesmo que fosse para o seu bem.
