Maria Luiza Vitale viveu um inferno toda a sua vida com seus pais biológicos, e mesmo tendo a chance de deixar aquilo tudo para trás nunca conseguiu, por medo do que viria depois, afinal, as consequências poderiam ser boas ou ruins. Mas tudo muda qu...
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“Imagine uma nova história para sua vida e acredite nela.”
– Paulo Coelho
Horas antes de Kalissa ir conversar com Alexandre Maria Luiza aproveitou um pouco de seu tempo com seus dois irmãos mais velhos. Cassandra e Ítalo foram para o apartamento deixando os três em um shopping, onde Malu conseguiu fazer sua higiene matinal, tocar de roupa e comer um pouco.
— Olha só como a minha irmãzinha é linda.
Kalissa fala sorrindo, encostada na pia do banheiro do shopping, ao ver Maria Luiza sair da cabine vestida com novas roupas depois de um banho rápido em uma cabine especial dali, ela vestia uma calça jeans justa, rasgada no joelho, um all star preto, um pouco alto, blusa da com estampa da Disney e por cima um moletom bege, um pouco mais largo.
Vestimenta de sua preferência, muito diferente de sua irmã que lhe toma a mão lhe puxando para pentear o cabelo em frente ao grande espelho. Kalissa vestia uma calça escura um tanto solta, jeans, com uma blusa preta sem mangas, um corset de cintura por cima da mesma cor, e a jaqueta cor salmão amarrada na cintura, e nos pés uma bota cano curto de cadarço e salto curto.
Malu evita ao olhar para o seu reflexo, e Kalissa nota isso enquanto penteia o cabelo da rosada com uma escova de cabelo recém comprada, ela suspira ao ver sua carinha acuada. Logo se lembra de uma noite de pijama que fez com ela e Alana, e começa a cantar.
— Procurando bem Todo mundo tem pereba Marca de bexiga ou vacina E tem piriri Tem lombriga, tem ameba Só a bailarina que não tem.
Kalissa começa a cantar, fazendo Malu sorrir e levantar a cabeça ao ouvir a bela voz de sua sorella, enquanto penteava seu cabelo sorrindo para ela pelo reflexo do espelho. A rosada tinha certeza que era para anima- lá e adorava ser mimada desse jeito por Kaly, que sempre que lhe encontrava fazia questão de lhe tratar exatamente como seus irmãos, isso fazia seu coração esquentar.
— E não tem coceira Verruga, nem frieira Nem falta de maneira ela não tem...
Kalissa continua ao brincar de cócegas com a mais nova fazendo ela gargalhar. Logo Malu começa a cantar com ela enquanto seu cabelo era preso com uma trança. Ao acabar Kaly lhe abraça por trás dando um beijo longo em sua bochecha, e diz descansando o queixo no seu ombro.
— Sabe o que eu vejo nesse espelho?
Maria Luiza nega ao entrelaçar suas mãos com a da irmã que lhe abraçava pela cintura.
— Eu vejo uma garota muito forte que enfrentou o próprio diabo e saiu viva, saiu disposta a continuar mesmo com o peso de todas as suas dores em si. Isso Malu, é a maior prova de sua força: continuar.
Ela não conseguia aceitar.
Não conseguia ver o que sua irmã via, só conseguia ter dor e raiva de si mesma ao se olhar no espelho. Se culpava por tudo o que passou mesmo não tendo culpa, dentro de si sempre enfrentava um julgamento do qual ela era sempre a acusação, e nunca a defensa, nele ela sempre perdia, sua sentença era sempre perpétua.
