• Capítulo I •

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"Algumas vezes, coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver

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"Algumas vezes, coisas ruins acontecem em nossas vidas para nos colocar na direção das melhores coisas que poderíamos viver."

- Autor desconhecido

Maria Luiza tinha acabado de acordar e já entrava em pânico ouvindo objetos quebrando e os gritos de sua mãe assustada no andar de baixo, tudo o que ela queria era dormir e acordar em paz pelo menos uma vez na vida, pensava que conseguiria na noite anterior, pois seu pai estava em uma viagem rápida de negócios, ou pelo menos era isso o que ele tinha dito, e com isso passou o dia todo fora, então ela e sua mãe conseguiram ter paz.

Para ela foram poucas às mudanças em seu cotidiano, menos insultos, gritos, ameaças e agressões, não que não houvessem com a ausência de seu pai, mas diminuíam de forma considerável, já que sua mãe gostava de fazer o papel de "mãe protetora", mas com certeza era melhor do que ficar em carne viva, tinha sido um dia tranquilo até onde dava, mas parece que a ilusão tinha tido um fim ao amanhecer no outro dia, e lá está ela novamente tremendo de medo.

- CADÊ A CADELA DA SUA FILHA QUE NÃO LEVANTOU AINDA?!

Assim que a mesma percebe a presença de seu agressor ela acorda de uma vez de seus devaneios. E ao ouvir os gritos de seu pai a sua primeira reação foi se encolher na cama apertando o seu travesseiro já tremendo de medo, de baixo de seu edredom, rezando para que não doesse tanto dessa vez.

"Que não deixe marcas profundas dessa vez. Meu Deus, eu lhe imploro: que não doa tanto."

Ela pede em pensamento, em pânico ouvindo os passos deles se aproximarem cada vez mais próximos.

- Edgar, tenha calma ela já vêm homem!

Mirian fala tentando deter o seu marido de ir até a sua filha, afinal não sabia o que ele poderia fazer irritado da aquele jeito, bêbado do modo que estava poderia fazer uma loucura maior, e Malu ainda não tinha melhorado da última surra. Edgar chegou em casa furioso pois soube que seu emprego estava por um fio, afinal há um mês atrás roubaram a empresa em que trabalha e a maioria dos funcionários foram cortados, só estavam ali os que eram realmente significativos para a empresa. E o mesmo não é um exemplo de funcionário do ano, chega sempre atrasado, cria confusão com os colegas de trabalho, e sem falar das dividas que criou com a empresa ao pedir empréstimos para pagar suas contas. Tudo o que ganha geralmente vai para as suas bebidas e apostas no cassino no centro da cidade, sua mulher que banca a casa com seu curto salário de enfermeira, e mesmo assim podem perder a casa se atrasarem mais ainda as contas.

- Aonde você não entendeu que estamos quase falidos depois do rombo que deram na empresa?! - ele diz irritado chegando perto da porta de Malu, jogando uma garrafa de whisky em direção da esposa que por pouco escapa. - Mirian, estou farto das duas, você não me serve de nada e sua filha é um estorvo que só me dá dor de cabeça!

- Nossa filha Edgar, eu não fiz com o dedo!

Ela diz se sentindo ofendida, o olhando irritada e ele dá um riso sarcástico, falando ao bater da porta da garota.

A Felicidade em Meio a SolidãoWhere stories live. Discover now