• Capítulo VIII •

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“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente

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“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.”

– William Shakespeare

No outro dia Edgar estava jogado em uma mesa de bar qualquer, sem saber o que fazer com os problemas que ele mesmo tinha arrumado, sem querer voltar para casa ele preferiu ficar ali até que o dono do lugar o mandasse embora. Na casa dos Lewis, tarde da noite estava Mirian no quarto da sua única filha. Ela se perguntava onde estaria seu marido e a sua filha estavam, enquanto se sentia sozinha, odiando seus próprios pensamentos. Não era ruim como Edgar, mas tão pouco era boa como Maria Luiza, ela somente era uma mulher presa entre sua própria ambição e a frustração de um amor perdido.

Malu era fruto de um de seus caprichos. Mirian era filha de um casal da alta sociedade brasileira, um político e uma socialite esnobe.

Cresceu tendo tudo aos seus pés, achando que o mundo era dela, até dar de cara com um de seus colegas de faculdade, no intercâmbio que fazia no Canadá, um bolsista, que podia não ter onde cair morto, mas era bonito e tinha ambição de ir longe, e por incrível que pareça ele não se  interessava por ela, algo que a mesma desacreditava, afinal era a mais popular entre as garotas de sua turma, mas ela insistiu tanto que ele se dobrou aos seus desejos.

Nas festas, saraus, baladas e etc. Em todo tipo de evento ela dava em cima dele, mesmo que o garoto negasse compromisso, não só com ela, afinal era o típico bad boy, ele no máximo ficava fixo com as meninas sem relacionamento sério, algo que Mirian queria, mas ela tanto insistiu que rolou. E dessa única vez a loira engravidou pois com sua lábia o fez transar sem camisinha, acreditava que um filho o prenderia a ela, somente a ela. A criança era fruto de um amor doentio, com o passar dos meses ele foi se acostumando com a nova realidade e com a ideia de ser pai, era carinhoso e romântico com ela, até que os pais de Mirian descobriram do bebê, cortaram sua mesada, e então ele perdeu o emprego, a faculdade acabou e mesmo com o diploma poucos o contratavam.

Edgar começou a descontar no álcool suas frustrações, Mirian culpava a criança que para ela não era mais que sua ferramenta, e aos poucos, o quase nulo amor que tinha do marido foi se esvaindo, até chegar no ponto em que está.

— Edgar, onde estava?

Ela pergunta assim que vê o seu marido fechar a porta, com o rosto machucado, as roupas um pouco rasgadas e um semblante nada feliz. O mesmo responde tentando se aproximar de sua esposa lhe dando um beijo.

— Estava por aí querida, aproveitando esse lindo dia que Deus nos deu, por quê, é pecado agora passear?

— Meu amor, você está bêbado, e são nove da manhã, Edgar. – ela fala se afastando dele, o empurrando ao notar o forte cheiro de álcool, e pergunta segurando o seu rosto o olhando irritada e desconfiada. — Por onde andou em, com as piranhas que dão em cima de você?!

A Felicidade em Meio a SolidãoWhere stories live. Discover now