Capítulo CXXXVIII - SARA

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Mais dois lances de escada e chegaríamos ao segundo andar, onde nós deveríamos dar cobertura à Malu e ao Zeca. Eu ainda não tinha parado para pensar no que significava essa tal cobertura, mas achava que era um assunto para mais tarde. Como eu estava quase colapsando de tanto medo, era melhor resolver uma coisa de cada vez.

Enquanto caminhávamos a passos rápidos, vimos duas pessoas vindo em nossa direção. Tratava-se de dois internos, que estavam com bastante pressa. A garota parou para respirar, enquanto o rapaz a apressou.

– Eu preciso respirar, Bruno – argumentou ela, esbaforida.

E foi aí que tudo fez sentido. Aquele que estava na minha frente era o cara que fez a minha melhor amiga sofrer e isso não ia ficar assim.

Marchei até ele com firmeza e o empurrei contra a parede do corredor com tanta força quanto a minha raiva permitiu. Ele me olhou com surpresa, sem entender o que estava acontecendo.

– Você é o cara mais idiota desse planeta – rosnei, entre dentes, segurando sua camiseta com força.

– O que está acontecendo? – perguntou o Tonho, aproximando-se de mim, sem entender bulhufas.

Achei que essa era uma ótima maneira de apresentá-los um ao outro e, ao mesmo tempo, dar um baita susto no imbecil.

– Você conhece esse cara, Tonho? – indaguei, com um sorriso de deboche nos lábios.

– É claro que eu conheço – respondeu, sisudo. – Ele me arremessou contra a parede uma vez.

Touché! Eu tinha acertado na mosca.

– E você sabia que esse mesmo cara está fazendo a sua irmã de otária? – insisti, achando graça da sua cara de susto.

– Como assim?

– Não é nada disso! – exclamou o Bruno, abrindo a boca pela primeira vez, tentando se defender.

Expliquei brevemente – e sem dar muitos detalhes, porque eu não queria colocar a Helô em maus lençóis com o irmão – dando ênfase na parte em que ele trocava a Helô pela Flávia.

– Ei! Eu não tenho nada a ver com essa história – explicou a garota, pronunciando-se finalmente. – Eu e o Bruno não temos nem nunca tivemos nada. Vocês ficaram loucos? Ele fica o tempo todo suspirando pela Helô pelos cantos, o que eu acho meio ridículo. Agora, se ela realmente acreditou que o Bruno a trocou por mim, ela parece ter superado bem rápido, porque acabou de passar de mãos dadas com outro cara.

Larguei a camiseta do Bruno e lancei um olhar interrogativo na direção do Tonho. Ele parecia confuso e eu também devia estar. A dupla dela era o Tião, o que não fazia o menor sentido. Então a surpresa deu lugar à vergonha alheia, porque eu entendi o que tinha acontecido.

– Sua irmã é uma idiota, Tonho. – Suspirei.

– Infelizmente eu tenho que concordar com você – disse o Tonho, batendo com a mão espalmada no rosto.

Voltei minha atenção para o Bruno, que ainda estava no mesmo local. Eu sabia que ele era telecinético e poderosíssimo e, portanto, poderia ter nos arremessado para bem longe. Mesmo assim, ele não fez. E não era por consideração a mim ou ao Tonho, era por consideração à Helô. Agarrei sua camiseta novamente e me aproximei bem dele.

– Ela está em alguma das salas no térreo – sussurrei. – A Nice está do lado de fora da sala. Vá lá e concerte a besteira que você fez, antes que eu volte atrás na minha decisão.

Sem contar tempo, eles saíram correndo com bastante pressa.

– O que você disse pra ele? – perguntou o Tonho, curioso.

– Só o que precisava ser dito.

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Haja confusão!!!

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Beijinho ;*

As Últimas Cobaias - Livro 3Where stories live. Discover now