Capítulo XCII - TONHO

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 O meu lápis havia sumido.

Eu não sabia quem tinha sido o responsável pelo seu sumiço e nem me importava com isso. Eu só queria encontrá-lo o mais rápido possível. Vasculhei cada cantinho da casa, mas não tive sucesso na minha procura. Então, numa busca mais avançada, encontrei algo bastante inusitado.

– O que você está procurando? – perguntou a Sara, entrando no quarto.

– O que é isso? – tornei, ignorando sua pergunta e mostrando a certidão de nascimento que eu segurava nas mãos.

Sua cara deixou claro que ela não ficou nada contente com a minha descoberta.

– Você sabe ler. – Deu de ombros. – Já sabe o que é isso.

– É claro que eu sei o que é. O que eu não entendi é por que você não me contou sobre isso. Eu pensei que você confiasse em mim.

Mais do que zangado, eu estava decepcionado com a Sara. Eu pensei que ela confiasse em mim, que nossa relação tivesse evoluído, mas pelo visto eu estava enganado.

– A questão não é a falta de confiança, Tonho – explicou. – É a falta de incentivo. Eu tinha certeza que se eu te contasse, você acabaria tentando me convencer que era um ideia ridícula e que era melhor deixar pra lá.

– É claro que eu não faria isso – grunhi, irritado.

– Faria sim. Porque é isso que você sempre faz. Você tenta sugar o otimismo de todo mundo e provar que seu modo pessimista é a única maneira de viver. É por isso que todos tomam atitudes pelas suas costas.

Sem saber o que dizer e me sentindo apunhalado pelas costas, apenas concordei com o que ela dissera. Entreguei-lhe a certidão e deixei o quarto, enquanto me achava o maior otário do mundo.

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Eita! Esse lance de ficar fazendo as coisas sem que os outros saibam sempre acaba em confusão.

Não esqueçam do voto e do comentário.

Beijos

As Últimas Cobaias - Livro 3Onde as histórias ganham vida. Descobre agora