Capítulo 48

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PEDRO POV

Depois do que aconteceu com Chris, conseguimos chegar as Ilhas Malvinas sem nenhuma interferência. O grupo de Maria já havia chegado no local e nos receberam bem, nos abraçando e aliviados por termos chegado em segurança.


Quer dizer, até eles perceberem que Chris não estava conosco.


O povo da ilha, junto com o pequeno exército deles, foi bastante solidário: Eles fizeram uma lápide para todas as pessoas que faleceram na nossa caminhada e não conseguiram chegar até onde estamos.


Era triste ver todos nós vestidos de preto, com as cabeças abaixadas. Alguns tristes e outros continuavam mantendo a seriedade nos olhos. Nossos amigos, companheiros... Se foram. Nunca mais iremos vê-los. Nunca mais.


Todos estavam ali, mas a pessoa que eu mais queria... Não havia comparecido. Já faz um mês que tudo isso passou e Vivian ainda não conseguiu digerir que Chris está morto. Eu não a vejo há dias! Ou seriam semanas? Ela vive trancada em um quarto totalmente escuro e só sai de lá pra comer ou ir no banheiro.


Será que foi assim que ela ficou... Quando perdeu a Gabi?


Não consigo imaginar o que Chris passou para tentar ajudá-la a sair do clima de luto.


- Pedro? – Maria me beliscou, me fazendo acordar dos meus pensamentos. – Todos estão esperando seu discurso... Faça o seu melhor.


Esse trabalho também deveria ser da Vi, mas como ela ainda não estava bem o suficiente para isso, decidi me prontificar. Eu havia feito um texto enorme para ler, com palavras bonitas e elegantes, mas quando olhei para cada rosto amigo, achei que eu deveria ser sincero com tudo que sentia, então acabei amassando o papel e joguei fora.


- Caros... Amigos e amigas... Estamos aqui, nesse fúnebre enterro dando as condolências para todos aqueles que estiveram na nossa jornada. Muitos dos nomes escritos na lápide eram muito próximos de mim. Outros, nem tanto. Mas uma coisa é certa: enquanto nós estivermos vivos, nunca iremos esquecer seus nomes e rostos, pois cada um de vocês teve um papel importante nas nossas vidas. Nós os amamos e os consideramos como irmãos de uma família unida não por sangue, mas sim, por laços de união e compaixão. Então, que Deus possa guiar vocês, - Olhei para a lápide e li todos os nomes que estavam lá. -, e que vocês possam descansar em paz. Amém.


- Amém. – Todos disseram em uníssono.


Confesso que nunca fui religioso e, muitos ali, já não acreditavam mais em Deus, mas em um momento como esses... Crer que eles estão num lugar melhor, não é demais.



Assim que terminei meu discurso, todos foram embora. Alguns tinham planos de viver uma vida simples por aqui, outros se ofereceram para participar do pequeno exército deles, junto com Pâmela.


Bangladesh era o único que restara, além de mim.


Apocalypse Z [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now