Capítulo 8

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CHRIS POV

O barulho do despertador irritante me fez acordar. Já eram quase 8 horas. Sentei-me e fiquei imóvel como sempre fazia quando acordava, refletindo.

Comecei a escutar os barulhos de fora do quarto então me obriguei a me levantar.

Vivian estava na sala com Ana Luíza, juntando utensílios na mesa de jantar que podiam ser usados como armas. O total foi de sete facões, um revólver com cinco balas, uma enxada e uma daquelas tesouras para aparar árvores. Olhei para a Vivian, um pouco assustado.

– Minha mãe gostava de jardins, ué! – Ela me respondeu.

O silêncio permaneceu por uns quinze minutos até o resto de o pessoal chegarem de algum lugar que eu não sabia. Estavam empolgados e cansados. Parecia que estavam fora de casa há horas.

-É um Savero e uma Hilux, Chris! Estão em perfeito estado e já estão aqui na garagem de casa! – Frank dizia como se tivesse encontrado uma Ferrari.

– Espero que saiba que quem vai dirigir a Hilux sou eu. – Cortei seu barato. – Iremos fazer o caminho mais longo.

Cada um pegou a arma que queria utilizar. Frank pegou dois facões, Pedro idem, mas também carregava sua espingarda. Ana pegou a tesourona estranha e Fred a enxada e um dos facões. Vivian disse que apenas com um machado daria conta. E eu, peguei o que sobrou: Dois facões e o revólver.

Estamos prontos para encarar o inferno novamente.

- Que tal, o nome da nossa equipe ser... Amamos a Jardinagem?

Todos começaram a rir da idiotice de Frank. Era apenas uma leve descontração antes de sairmos para a "guerra".

- Eu gostei desse nome! – Gabi disse, sorrindo.

- Então seremos a equipe Amamos a Jardinagem! – Vivian disse e depois beijou a testa de sua irmã e logo após, deu um celular a ela. – Se acontecer algo, se esconda e me ligue. O meu número é o primeiro da discagem.

Assim, cada um desejou sucesso e sorte para os integrantes, afinal estaríamos em campo.

A cada hora que se passava, eu me importava mais com todos. Laços foram se criando e isso é uma coisa tão nova para mim que chega a ser estranho.

Assim que Vivian deu as chaves para Gabi e entrou no carro, junto de Fred, pisei fundo no acelerador. Lá vamos nós, em nossa excursão de matar.

Lembrei-me das palavras de Frank, antes de subirmos no carro:

– Tomem cuidado, por favor! E lembrem-se: Devemos voltar antes das 18 horas.

– Claro. Qualquer coisa se comuniquem pelo celular. Por incrível que pareça, ainda tem linha.

Viramos na rua da casa de Ana Luíza e não havia praticamente um zumbi por ali. A rua estava deserta.

- Não devemos ser os únicos grupos nessa cidade e os zumbis devem ter sentido o cheiro dessas pessoas. Devemos ter cuidado, não sabemos se são pessoas de boa índole. – Frederick disse.

Apenas assenti.

Assim que nossa conversa cessou, Fred foi conversar com Vivian, pois ela estava pensativa demais. Não querendo escutar suas melações desagradáveis, peguei meu fone de ouvido e conectei em meu celular, para entrar no clímax de enfrentar o que estava por vir.

Como estava no aleatório, a primeira música que caiu foi uma chamada Tell Me What You Want, da banda metaleira Korn.

Chegamos ao mercado.

Que grande merda!

Vários mortos vivos estavam cobrindo o estacionamento todo com seus passos mancos, comendo o resto de pessoas que tentaram entrar ali. Fiz uma estimativa e deveria ter, no mínimo, cinquenta zumbis rodeando o mercado.

Como chegar lá?

– O que devemos fazer? Entrar pela porta dos fundos?

- Os zumbis são atraídos por cheiro e som... Devo atirar e fazer com que eles me sigam até vocês terminarem lá?

- Essa ideia nem pensar! É muito arriscado! Será que não tem algum jeito de descer e chegar lá, sem que nos percebam?

FRANK POV

A rua da delegacia estava deserta.

Nossa missão era fácil: entrar, pegar o máximo de armas úteis e sair fora.

– Vamos com cuidado... – Ana disse, como se ninguém tivesse isso em mente.

Quando entramos lá, o lugar estava coberto do chão até o teto com sangue. Houve uma guerra ali, mas não havia nenhum zumbi incômodo em nenhum dos cantos.

Revistamos os armários, as gavetas e tudo que poderia guardar uma arma. Todos nós procurávamos na mesma sala, por questões de segurança.

- É melhor nos separarmos. Vai ser mais rápido... – Pedro disse e antes que eu pudesse dizer algo, ele já tinha sumido de minha vista.

- Frank... – Ana me chamou.

- O que foi? Você está bem?

- Não sei se posso me acostumar com essa vida de sobrevivente... Não tem lógica, eu não sei explicar! O que ganharemos com isso? Voltaremos a viver normalmente? Ainda há esperança neste mundo?

Fiquei apenas a observando e depois fui até ela e beijei sua testa.

- Tudo vai voltar como era antes. Aposto que existem pessoas encontrando ou criando uma cura, resgatando sobreviventes... Mas até lá, você precisa ser forte.

Meu romantismo foi interrompido por Pedro, que disse que encontrou uma mina cheia de armas. Afastei-me de Ana, que ainda continuava cabisbaixa.

Preciso manter Ana Luíza protegida. Ela é tudo que eu tenho.

Apocalypse Z [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now