CHRIS POV
Acordei, com a visão opaca, por causa da escuridão do quarto e também porque eu estava muito cansado. Continuei deitado, olhando para o teto.
Depois de um tempo pensando na minha vida, olhei para meu lado esquerdo.
Com a minha visão se adaptando ao escuro, pude perceber uma garota trocando de roupa.
Oh-oh, aquela era a Vivian.
Ela olhou para mim e para o Frank sem descobrir que eu estava acordado e logo após, saiu do quarto.
- Você estava vendo, não estava? - Frank disse, revelando-se que também estava acordado.
- F-foi sem querer... - Respondi meio sem graça.
- Seu safado!
- Olha quem fala!
Levantei-me e vi que havia mudas de roupas limpas para nós usarmos. Peguei e fui para o chuveiro.
[...]
Vestia uma camiseta da Hurley cinza e uma bermuda jeans, e tênis da DC. Entrei novamente no quarto onde ficamos hospedados e Frank estava lá, agora também arrumado vestindo um gorro preto, uma blusa da Gap, bermudas pretas e um tênis quase igual o meu.
- Já pode se apaixonar! - Ele disse.
- Vai se foder. - Respondi educadamente.
Vivian voltara e vestia um short jeans com um blusão da Nike, mas não era isso que me fazia ficar de boca aberta e sim o fuzil com baioneta, as duas glocks e um facão acopladas em seu tênis cano alto da All Star.
- Da onde você tirou tudo isso?
- Olha! - Ela me mostrou no quarto vizinho, o que me fez ficar de queixo caído: várias belezinhas de fogo juntos, como bazucas, espingardas, rifles, armas brancas e granadas e em cima de tudo um bilhete.
"Chris, meu amigo... Desde ontem, estive pensando no que dissera, que sem seus amigos, não teria sentido viver. Bem, eu também penso assim e é por isso que sempre priorizo meus parceiros do que a mim próprio. Nós somos um pouco iguais e é por isso que vou te ajudar. Essas armas são suas e de seu grupo. Não aceito devoluções. Sejam fortes e nunca desistam um do outro. PS: Tivemos que ir para a cidade vizinha, pois recebemos relatos de sobreviventes. Maria disse para não morrerem e Elisa dá boa sorte a todos. Cuide dos seus e sobrevivam! "
Descemos as escadas em silêncio e pegamos um carro qualquer pela rua, levando todas as armas que tínhamos recebido de Lucas. Iríamos voltar para nossa casa.
Ao chegar, abrimos o portão e estacionamos o carro dentro da garagem da casa. Frank estava com as chaves e quando abrimos, pudemos perceber o quão aquela casa se tornou grande e vazia demais.
Peguei uma garrafa de vodka e três copos.
Ficamos sentados por horas relembrando pequenos momentos bons em que estivemos juntos, mas que ninguém nunca deu importância. Se eu soubesse o quão próximo eu ia ficar deles, que meu coração machucaria por eu me importar e que pensar em perder eles me deixaria inconsolável, agradeceria pela vida que eu tinha antes.
[...]
Me deitei no quintal da casa, olhando as estrelas no céu. Deitei-me e coloquei uma música qualquer e do lado, a Smirnoff comigo. A Vivian surgiu, sentando ao meu lado. Diminuí o som da música.
- Ainda bebendo? Não quero você tendo algum coma alcóolico...
- Eu trouxe essa bebida para eu tomar, para fazer-me esquecer tudo que aconteceu. Mas eu não tive coragem para acabar comigo... – Eu disse enquanto segurava a garrafa. – E o Frank?
- Já falei com ele, mas sabe como é né. Ainda está triste pelo que aconteceu com Ana Lú...
- E quanto a você?
- Sabe, mesmo que cause tristeza e dor pelos nossos entes... – Vivian deu uma breve pausa. – Devemos seguir. Não adianta ficar lamentando e esquecer que você possui uma vida. As pessoas vão e um dia, também iremos, né?
- Sim...
- Por que está lutando pela sobrevivência, Chris?
- Eu nunca pensei nesse assunto... Só quero... Viver.
- É triste ver alguém que você ama morrer diante de seus olhos. Quando minha irmã faleceu... Não sabia mais o que fazer... Mas uma luz veio a minha cabeça e disse à mim que a Gabi não queria essa vida para mim. Ela queria que eu vivesse...
A Gabi deve estar orgulhosa de você lá do céu, Vivian.
Depois de vários assuntos questionados e debatidos, decidi falar uma coisa que vem batendo em minha cabeça desde a conversa com Lucas Campos.
- Decidi ir para a capital.
- Quando vamos? – Ela perguntou.
- Acho que você não entendeu, Vi... Somente eu vou.
- Do que você está falando, Chris?
- Elisa disse que Manaus possui muito mais armas e produtos para estocar. E nós precisamos ficar mais fortes para aguentar coisas piores. É por isso que quero dar uma checada na cidade e ver se alguém possa nos ajudar... Lucas disse que Exército está procurando sobreviventes, acho que deve ter algum lugar seguro por lá.
- Tem certeza que não é melhor irmos todos juntos? Frank também preferiria isso...
- Não quero chamar a atenção nem de pessoas sádicas como os The Beasts, nem de zumbis. Você sabe, lá é a capital! Essa cidadezinha em que vivemos não é nada comparado a 30 mil habitantes!
Vivian apenas ficou em silêncio, com ar de desaprovação.
[...]
Os dias passaram rápido demais. Eu arrumava meus pertences dentro de uma mochila. Três mudas de roupas, uma escova de dente, comida e água, sem falar das armas: duas glocks, dois facões, e um fuzil, com três pentes.
- Meu irmão, tem certeza disso? Podemos ir com você, não precisa ser tão teimoso! – Era Frank, que assim como Vivian, persistiam para eu não ir.
- Absoluta certeza! E não, não quero que vocês se arrisquem!
- Cara, ir para a capital é...
- Se suicidar, eu sei! Alguma hora essa cidade vai perecer e precisaremos nos mudar. Lá em Manaus, podem existir muito mais chances de sobrevivermos. O exército do Governo deve estar fazendo algo, eles não devem ter ficado parados!
Ele olhou entristecido.
- Eu só não quero ficar sozinho e sem ninguém! Eu... – O interrompi, dando um murro em seu rosto. – POR QUE RAIOS?!
- Você não irá ficar sozinho! A Vivian está aí!
- Mas eu...
Vivian havia chegado também. Acho que era hora de se despedir.
- Só me prometam... Que vocês vão cuidar um do outro! Prometam-me que irão ficar mais fortes e mais habilidosos do que já são!
Eles apenas assentiram, com lágrimas nos olhos.
Peguei minha mochila e saí do quarto. Nunca gostei de despedidas, pois dizer um adeus era entristecedor demais e não poderia recuar, nem desistir. Olhei confiante para a porta da frente, mas antes de sair, alguém me segurou pelo braço.
- Não morra, DE JEITO NENHUM! Irei te esperar, nem que demore a vida toda! – Vivian disse séria.
- Eu não irei, eu prometo.
Eu somente espero.
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Apocalypse Z [EM REVISÃO]
Science FictionChris é apenas um adolescente como qualquer outro, que se sentia entediado com uma vida tão patética e simples. Tudo muda ao descobrir que sua família foi infectada por algum tipo de vírus que transforma as pessoas em mortos-vivos, ou mais popularme...