Apocalypse Z [EM REVISÃO]

Capítulo 11

CHRIS POV

Já tinha pegado os alimentos e colocado tudo em um carrinho de compras, mas continuava aguardando Vivian. Ela estava demorando demais.

- Ei, foi mal! - Ela apareceu. – Peguei mais algumas coisinhas... Doce também pode, né? – Disse sorrindo.

Suas roupas estavam com muitos espirros de sangue e eu tentava evitar olhar para ela, afinal ela tinha matado uma pessoa a sangue frio.

Não... Nós matamos.

Se não tivéssemos escolhido essas atitudes, só Deus sabe o que seria de nós.

Estávamos no portão novamente, aguardando Frederick. Os zumbis haviam diminuído de cinquenta para dez. Devem ter encontrado alguma presa.

- Por que ele está demorando?

- Ele deve estar atrasado, então, não esquente a cabeç...

Procurei algum tipo de movimentação no mercado. Estava me sentindo vigiado. Só havia um mercado que repousava em silêncio e escuridão. Devia ser só impressão minha.

[...]

Finalmente, ele havia chegado. Como só tinha poucos no estacionamento, Fred devia ter decidido entrar logo com a picape para ser mais rápido. Ele saiu correndo para nos ajudar e botar na parte traseira do carro. Vivian ia subir na traseira, só que ela sentiu uma enorme dor por causa das severas pancadas que ela recebera.

- Merda, o que aconteceu lá dentro? - Fred perguntou, ajudando-a subir no carro.

- Nada! - Ela respondeu. - E eu tô bem, não se incomodem! Vamos, temos que voltar antes que escureça.

Fomos embora daquele lugar, aliviados por ter dado tudo certo. "Espero que os outros tenham conseguido as armas e estejam bem", pensei.

- Fred, por que se atrasou? - Perguntei.

- Ah, isso... Fui ver o caos que a cidade ficou. Incêndios, casas desabando, pessoas sendo atacadas pelos zumbis e enfim, uma verdadeira destruição em massa... A rodoviária está superlotada, cheia de pessoas tentando fugir dali, não sei para onde! Outros estão se suicidando, muitos matam seus próximos para sobreviver. Uma verdadeira calamidade!

- E o pior, é que não podemos fazer nada.

Fred virou o carro a esquerda e já estávamos na rua da casa da Vivian. O grupo do Frank já se aproximava de nós, parece que todos estavam bem.

- Todos bem? – Gritei pelo carro, querendo uma confirmação.

Frank fez sinal de positivo. Olhei para meu celular, verificando as horas. Já eram quase 16 horas em ponto. Pensei que tudo acabaria ali, naquela tarde de verão bonita.

Não foi isso que aconteceu.

O carro começou a se descontrolar, perdendo a direção e batendo no poste de iluminação ao lado direito da rua.

Levantei meio zonzo. Os mantimentos ainda estavam intactos. Olhei para dentro do carro, pois eu estava na traseira tomando conta das sacolas. Fred estava zonzo também e sua testa sangrava e a Vivian parece que não havia se ferido mais do que já estava. Ana abriu as portas do nosso carro. Eles deviam ter visto tudo o que aconteceu, já que estavam ao nosso lado.

- Vocês estão todos bem?! – Ana Luíza ajudava-nos a sair do carro. – Alguém atirou no pneu de vocês!

- Cara, isso tá bem detonado. Essa arma... Por que atiraram no carro de vocês e não no nosso?

- Eu não sei... – Eu disse nervoso.

- Chris, essa Hilux não vai andar mais. Os pneus traseiros estão furados e a queda deve ter dado problemas no motor. - Pedro falou, causando tristeza no Frank, que ainda sonhava em andar nesse carro. - Vem, vamos levar essas coisas para o outro carro, antes que os zumbis apareçam!

- Mas que merda... Fiquem armados, qualquer coisa estaremos prontos. - Falei, carregando uma das sacolas de comida.

- Mas é engraçado... Por que atiraram em vocês? Eu não estou vendo ninguém nas ruas...

Essa era uma boa pergunta. Se fosse o caso de termos matado aqueles sádicos, seria por causa disso... Mas todos estão...

ESPERA UM POUCO!

Peguei meu celular de novo e reli a mensagem de algumas horas atrás que a Vivian havia me enviado, dentro do mercado.

"Acabaram de entrar umas pessoas estranhas aqui no mercado. Devem ter se aproveitado de nós quando os zumbis se afastaram. Eles estão armados com bastões com pregos encravados na madeira, facões e uma motosserra. MÍNIMO DE CINCO PESSOAS. Toma cuidado."

Como assim, cinco pessoas? No supermercado só haviam quatro! A não ser... Olhei para frente. Forcei a minha visão para ver uma movimentação que ocorria lá longe. De moto, um homem numa motocicleta e com a máscara de personagem de Halloween vinha e segurava a metralhadora que acertou nosso carro. Aquilo não era coincidência, aquele homem era do grupo de sádicos que foram mortos por mim e pela Vivian! Joguei tudo no outro carro e meio nervoso, disse:

- CORRAM PARA O CARRO! – Eu gritei.

- O que houve? Zumbis? - Pedro perguntava, subindo na traseira do veículo enquanto pegava um rifle que estava lá.

- Pior. Encontramos uns psicopatas no mercado e esse aí deveria estar com eles... Vamos, eles são encrenca!

- A melhor coisa a se fazer é fugir, todos estão esgotados de cansaço.

Eu estava do lado de fora da picape na traseira com o Pedro, Fred e a Ana Luíza. Segurava um calibre 12. Procurei nos arredores em que passávamos e nada de um motociclista com uma arma.

Chegamos em casa.

Gabi saiu correndo de casa para destrancar a porta e abrir para nós.

- Todos bem? – Ela disse, sorrindo.

- Mas é claro! – Vivian respondeu retribuindo um sorriso, sem demonstrar que estava machucada. – Somos a equipe Amamos a Jardinagem né?

Após as irmãs se abraçarem, Gabi decidiu ajudar a carregar os alimentos que estavam dentro do carro com a irmã e Frederick. O resto de nós transportava as armas para casa.

Eu estava vigiando as ruas. Os zumbis que estavam na rua não estavam muito perto e não havia sinal de suspeitos querendo nos matar.

Até que o barulho do ronco do motor da motocicleta surge de repente.

Eu não sei como ele conseguiu nos seguir sem que conseguíssemos o perceber, mas o maldito estava com uma metralhadora.

Tudo foi em questão de segundos.

- PROTEJ... – Vi aqueles segundos passar lentamente.

Todos atentos, se jogaram ou se abaixaram para se protegerem.

Lágrimas saíram de meus olhos.

Aquela foi o pior dos sentimentos que tive em toda minha vida.