Capítulo 9

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FRANK POV

Aquilo certamente era uma mina de armas. Seis revólveres, umas nove escopetas, umas cinco pistolas, armas de choque e um lindo rifle! Possuía muita munição também... Havia outras armas, mas não consegui identificar por causa da escuridão em que a sala estava. Fiquei muito empolgado por termos encontrado um rifle.

- Ok, é melhor pegarmos tudo o que conseguirmos e jogarmos no carro.

- Firmeza.

Pedro e a Ana estavam despachando tudo no carro. Eu ia fazer o mesmo quando escutei um som provocante.

Vinha do andar de cima.

Subi lentamente as escadas para não causar nenhum tipo de algazarra e descobri que ali era onde os presos ficavam. Observei aquela cena perturbadora. A cela lotada de zumbis estava em pânico, tentando encontrar um jeito de escapar e vagar sem direção que nem o resto dos outros.

Um deles acabou me vendo e uma sinistra movimentação começa a acontecer: Antes, eles faziam sem esforço, esticando seus próprios braços para sair das grades. Mas quando me viu, em ritmo acelerado, eles começaram a tentar arrombar a pequena porta de ferro. Comecei a prever o que ia acontecer então desci as escadas rapidamente. Pensei na possibilidade de eu estar imaginando coisas ou até estar delirando, de eu estar mesmo com um pouco de medo.

Zumbis poderiam usar seus cérebros e trabalhar em equipe para arrombar uma porta? Lógico que não.

Comecei a imaginar os grunhidos dos mortos-vivos. Estavam na minha cabeça. Dei tapas em mim mesmo e disse para mim mesmo: "Pare! Se concentra no trabalho". Tomei a coragem necessária e estava mais confiante.

Mas... Por que o barulho continuava?

Foi aí que tive a sensação que deveria olhar para trás.

- Merda!

Corri o mais rápido que pude. Onde eles estavam? Precisávamos sair daqui agora! Pela quantidade de gente naquela pequena cela, uns duzentos zumbis estavam atrás de nós. O medo era tão grande que nem vi quando esbarrei com Pedro.

- Caralho, olha por onde anda! Se isso explodir estamos mortos! - Ele falou para mim e vi que na caixa que ele segurava tinham pequenas granadas.

- Vamos sair daqui! Não dá tempo de explicar! - Falei, ofegante.

- Não pegamos tud...

- FODA-SE! – Peguei uma granada de sua caixa e a joguei na direção dos zumbis que estavam atrás de nós.

- What a Hell...- Pedro disse, e pôs se a correr quando viu os monstros sendo incendiados.

As salas ao fundo foram se desmoronando com o poder daquela pequena granada. Apesar da maioria dos zumbis terem sidos queimados, ainda existiam muitos atrás de nós.

Após sairmos da delegacia, o lugar todo foi derrubado se transformando apenas em concreto e terra. A sorte que tivemos foi grande, estávamos sem nenhum arranhão! Ana estava lá fora, e quando viu os zumbis correndo atrás de nós, entrou na Savero desesperada.

- MAS QUE DIABOS VOCÊS CONSEGUIRAM FAZER?! – Ela gritou quando alcançamos o carro.

- BOTA ESSE CARRO PARA FUNCIONAR! – Pedro gritava de trás do carro.

A minha mão tremia tanto que acabei deixando cair a chave do carro. Eu estava suando, estava nervoso, não sei nem como me sentia! Só queria fugir o mais rápido possível dali.

- Saiam rápido daqui! - Uma voz desconhecida disse.

Um homem que aparentava ter uns 40 anos nos orientava. De onde ele apareceu? Eu não sei, mas ele estava ajudando a gente e isso era com certeza bom.

Pedro havia tossido de um modo forçado. Quando reparei, o velho usava o uniforme da polícia. E quando vi o nome "Beckman" escrito em seu peito do lado esquerdo, tive certeza absoluta que aquele era um dos homens do alto escalão da cidade, o major Beckman. Eu estava tão impressionado que não notei que os zumbis já estavam fora da delegacia. Agora com a chave no carro, já podíamos partir.

Mas o Beckman permaneceu no lugar, que raios, por que ele não saiu com a gente?

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? ENTRA LOGO, COROA! – Disse, já acelerando o carro.

Ele olhou pra mim, quase sem esperanças e disse:

- Rapaz, sou muito velho para acompanhar o ritmo de vocês! Eu creio que vocês vão ser o futuro da nossa espécie! Cuida dessa garotada, menino! - E ele me saudou, lutando bravamente com os zumbis com uma espingarda até eu não conseguir mais o ver, sumindo na multidão de zumbis.

- FRANK! ACELERA! - Pedro reclamou.

- Vai se foder, pelo menos tenha um pingo de respeito! Esse cara nos ajudou! - Eu falei, já com o pé no acelerador.

- Ok, da próxima vez, avisa quando for nos matar!

- Dá pra vocês pararem?! Parecem umas criancinhas! – Ana Luíza estava sem paciência.

- Desculpa, amorzinho! – Pedro disse, ainda me provocando.

CHRIS POV

- Devia existir algum plano melhor do que este... – Vivian dizia enquanto passava sangue de zumbi em seu corpo como se fosse protetor solar.

Recuamos o mercado um pouco e demos de cara com um zumbi solitário. Usando seu sangue, os zumbis sentiriam cheiro de zumbi e não de humanos.

- Os outros planos seriam muito arriscados... – Disse à ela, que sentia um pouco de nojo ao passar aquilo em seu rosto.

- Mas essa ideia é mirabolante... Como soube dessa estratégia?

- Bem, eu apenas testei uma vez. Não tive garantia que iria funcionar.

- Não queria apressar vocês, mas já são 14 horas... – Frederick disse, esperando no banco do motorista.

Assentimos e subimos na traseira da Hilux até chegar ao nosso destino.

- Em vinte minutos voltamos. – Falei para Fred. - Acho que podemos escapar ilesos nesse tempo. Esconda o carro e não morra.

- Entendido, líder. - Ele respondeu, me fazendo rir dessa piada de líder.

O carro partiu em silêncio e ficamos ali, banhados a sangue e com nossas armas.

Passávamos pelo mercado sem fazer um som sequer e os zumbis nem notaram que estávamos ali. Era como se o próprio sangue fizesse de nós imune a esses monstros.

Subimos os degraus do supermercado e finalmente, chegamos ao local.

Era hora de fazerumas comprinhas.

Apocalypse Z [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now