Capítulo 5

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CHRIS POV

Para conseguirmos passar e ir à casa da Vivian, precisávamos acabar com os dez zumbis que estavam na nossa frente e bem rápido, já que havia uma horda chegando por trás com seus passos mancos mais apressados.

- Qual o plano, Chris? - Vivian perguntou, com seu sorriso que nunca saía do rosto.

- Deixar a passagem livre o mais rápido que puder! - Respondi.

A Vivian saiu na frente em disparada e eu logo depois, já que eu daria total cobertura para ela. Ela ficou cara a cara com os zumbis e saiu arrancando suas cabeças, sem piedade. Porém, ao matar o quarto, dois zumbis a pegaram pelos braços e pernas e fizeram com que o machado escapasse de suas mãos.

Eu estava a alguns metros de distância dela e poderia ajudar, mas um dos zumbis veio em minha direção e para meu azar, era um zumbi com uma grande força.

Assim, ele conseguiu me derrubar fazendo-me deixar escapar de minhas mãos o revólver, sendo obrigado a pegar rapidamente meu facão.

Acertei em cheio a sua cabeça e sem demora, peguei novamente minha arma e voltar minha atenção a Vivian, que também havia conseguido escapar das mãos dos mortos-vivos, mas que continuavam atrás dela.

Seu machado continuava muito longe para ela conseguir pegar.

Era minha deixa.

Atirei.

Por mais impossível que isso seja, o tiro foi certeiro. Eu mal acreditava, pois estava longe demais para ter êxito. Isso foi sorte ou eu realmente tinha um dom?

Mas eu ainda não podia ficar comemorando.

Havia mais três zumbis e todos estavam perto dela. Seu machado estava muito longe para ser pego.

Corri para socorrê-la, mirando no alvo, mas percebi que não havia mais balas para serem atiradas.

O sorriso da Vivian sumiu de seu rosto e tudo que pude ver era seu próprio nervosismo.

Nada mais podia ser feito.

Acabei me virando de costas, não queria ver sua morte e fui indo rumo ao carro.

Até começar a escutar um barulho de motocicleta se aproximando cada vez mais.

Voltei a olhar para trás e um motociclista desconhecido (já que estava com um capacete) vinha em nossa direção com um calibre 12. Quando chegou perto dela, atirou nos zumbis que quase a mataram, fazendo com que seus miolos explodissem. Ele parou, ajudou ela a se levantar e disse:

- Que raios vocês estão esperando?! Bora! - E abandonou sua moto, indo em direção ao carro conosco.

Entramos no carro as pressas, pois eles já estavam nos perseguindo a poucos metros atrás de nós.

O desconhecido entrou no carro e bateu à porta com tudo.

- Ufa! – Ele disse e depois de dois minutos, percebeu que ainda estava com o capacete e nos revelou sua identidade.

- PEDRO?! – Eu e a Vivian quase falamos juntos, surpresos.

Pedro Albuquerque estudava na mesma escola que nós, mas em série diferente. Ele era moreno, tinha cabelos e cor dos olhos castanhos. Não sabia muita coisa sobre ele, além de ser um desses adolescentes que só viviam na rua, andando de skate e indo em festas. Apesar disso, era um menino bastante esperto e calculista.

Por fim, ele disse:

- Tudo beleza?

Frederick deu a partida e o carro começou a se locomover lentamente até não suportar o peso de seis pessoas por estar tão detonado.

- Bosta! - Fred exclamou, batendo no volante.

- Todo mundo para fora do carro! Vamos a pé! - Gritei, ofegante.

Alguns zumbis tinham se distanciado indo para outra rua. Deduzi que deveriam ter mais pessoas se escondendo por ali e infelizmente acabamos os atraindo para lá. O total de zumbis que nos perseguiram, agora,era de aproximadamente trinta.

Sem munições, saí correndo na frente. Será que os outros estão bem? Olhei para trás e vi que o Pedro atirava nos que se aproximavam de nós, a Vivian com seu machado, Fred cobrindo o Frank com um bastão já que ele não tinha como se defender por estar carregando a Ana Luíza. Viramos na esquerda para fazer meia volta e encontrar nosso abrigo.

Por mais que a gente fugisse dos zumbis que nos perseguiam, outros se juntavam e corriam atrás de nós.

Dava para escutar os tiros da espingarda, o som das cabeças sendo dizimadas sem piedade e o barulho das pauladas nos zumbis.

Era nossa sobrevivência em jogo.

Ou iríamos virar um daqueles seres.

O bastão do Fred já havia se despedaçado, as balas já haviam ido pelo saco e a Vi estava muito cansada para continuar usando o machado. Tudo que nós podíamos fazer agora, era correr.

Finalmente chegamos à casa da Vivian e ela tirou do bolso, com as mãos tremendo, a chave do portão para entrarmos. Os zumbis estavam a poucos metros da gente. Abrimos a grande e pesada porta e fechamos rapidamente, nessa hora os zumbis estavam se debatendo para entrar. A Vi ainda tinha que trancar a porta sem que os zumbis a pegassem e estava muito complicado com aquela euforia toda, mas ela finalmente conseguiu.

Tudo estava trancado e estávamos bem.

Caí no chão, cansado e aliviado.

Escutei as vozes de Frank pedindo para abrir a porta da casa para deixar a Ana descansando. Todos entraram, só sobrando eu e o Pedro ali fora. Ficamos olhando para os zumbis, que faziam algazarra no portão, tentando ainda abrir o portão, só que sem sucesso.

- E aí? Como que você... Se safou?

- Ah, cara! Eu estava na rua quando tudo começou... Peguei uma moto que achei por aí e fui para minha casa, ver se minha família estava bem. No meio do caminho, encontrei um homem morto com essa belezura – Ele mostrou a calibre 12 – e decidi pegar. Quando cheguei em minha rua, escutei vozes e decidi ajudar e BAM eram vocês! - Ele disse.

- Saquei...

- E você?

- Ah, cara. É tão longa a história que...

A Vivian apareceu na nossa frente, interrompendo nossa conversa. Ela estava de braços cruzados.

- Entrem logo, pelo o amor de Deus! Não quero que aconteça mais nada de ruim hoje!

Apocalypse Z [EM REVISÃO]Where stories live. Discover now