Capítulo 28

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CHRIS POV

As semanas passaram tão rápido desde a morte de Renata. Laura já havia se recuperado um pouco da lesão e estava de alta, podendo sair daquela cama de hospital tediosa. Ao saber da morte de Renatinha, ela entrou em choque, assim como todos nós ficamos.

[...]

Vejo no relógio que são 13 horas e vou até o refeitório. Naquele lugar, há mesmo muitos sobreviventes refugiados. Numa mesa, encontrei Marcelo, Bangladesh, Vivian, Nícolas e Laura conversando e rindo, enquanto comiam ensopado de galinha junto com vinho. Havia na mesa caixas de cigarro também.

Até fumar se tornou menos arriscado do que viver neste mundo.

- Chris, parceiro! Chegou bem na hora! - Marcelo diz pra mim, me mostrando a garrafa de vinho levantada.

Pego um prato de comida e me sento ao lado deles. Eles riem e bebem, bebem e riem. Toda minha família junta ali, como se o fim não existisse. Olho para Laura e vejo-a estar contente. Não precisávamos mais lutar desesperadamente, não precisávamos nos sufocar mais.

Depois do almoço, me sentei na cama e fiquei olhando, no canto, minhas armas. Este mundo nos fez tornar outras pessoas. O que o velho Chris pensaria deste novo Chris? Meus pensamentos se interromperam quando Laura entra no quarto.

- Você está tão quieto ultimamente. - Me falou. - É ainda por causa da Renatinha?

- Ainda estou triste, mas não... Não é por isso. – Respondi, enquanto ela se sentava ao meu lado.

- Me conte.

- Me sinto...Tão diferente. Parei para pensar o que fiz nesses últimos anos... Matei pessoas e coisas que já foram pessoas... Minha mãe e meu irmão... Isso faz de mim... Menos humano?

O silêncio reinou por longos dez minutos.

- Não eram pessoas, Chris. Eram monstros.

- Não estou falando dos zumbis, foram pessoas de v...

- Eu estou falando de seres humanos, também. Você matou para sobreviver! Era eles ou você! Neste mundo, temos que fazer escolhas assim. Eu sei como você se sente, mas só por que nestes últimos anos você não teve remorso, não quer dizer que você não tem coração, porque pelo contrário! Você tem um grande coração e é gentil, sempre nos protege.

- Laura...

- Eu não te conheço tão bem como Marcelo, Frank ou Vivian, que conviveram com você a mais tempo, antes mesmo de começar toda essa bagunça, mas sei que você é uma boa pessoa! Dá para olhar em seus olhos isso...

Ficamos nos olhando fixamente e senti um clima intenso predominar aquele quarto escuro. Peguei na sua mão novamente e quando pude perceber, já estávamos nos beijando.

Deitamos na cama, sem pausar os beijos. Eu estava em cima dela, olhando para aqueles olhos negros e escuros.

- Você também é uma boa pessoa, Laura... E também é muito linda. – Disse enquanto acariciava seu rosto.

- Isso... Não é verdade. – Ela disse envergonhada e logo após, beijei-a novamente.

Tive que recuar um pouco, eu estava ficando um pouquinho excitado. Laura percebeu e ficou vermelha, se sentando novamente ao meu lado.

- Você veio aqui mesmo só para perguntar se eu estava bem? - Falei, tentando mudar de assunto.

- Sim... Mas também era para falar que seus amigos são realmente muito legais, faz jus com tudo que você tinha dito.

Apocalypse Z [EM REVISÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora