Apocalypse Z [EM REVISÃO]

Capítulo 42

GIOVANNI POV

Quem diria que algumas pessoas tiveram a ideia mirabolante de fazer uma barreira em toda as Ilhas Malvinas! Talvez o mundo não tenha acabado, como muitos dizem.

Fizeram da ilha uma pequena cidade onde pouco menos de três mil habitantes vivem aqui. O lugar está começando a ter superlotação e de acordo com minhas fontes, a Ilha de Páscoa e Santa Helena serão adaptadas para sobreviventes terem um lar.

Meu celular começa a tocar e isso deixa meu coração acelerado.

– A-alô? – Uma garota disse receosa, e de acordo com o tom de voz, só podia ser uma pessoa.

– Viv? Eu não acredito que finalmente consegui te contatar!

– Giovanni, meu Deus! Não suma mais desse jeito, pelo amor! Que acontece...

– FAAAAALA, moleque doido! – Esse era o Nicolas, meu melhor amigo que sempre esteve comigo desde que essa maldita pandemia aconteceu.

– HÁ, HÁ, ruivo! Que bom!

– Irmão Gio? – E essa era a anjinha mais linda do planeta, minha irmã, Rebeca. – Por onde andou? Sinto sua falta!

– Eu também, Beca, mas aguente que as coisas irão melhorar!

- Giovanni, é a Vivian... O que aconteceu com você? Por onde anda?

– Basicamente, é uma longa história...

FLASHBACK

– O que você vê de especial neles, garoto? São apenas um punhado de aborrescentes, assim como você. – Foi o que Pâmela havia me perguntado. – Não passam de jovens querendo sangue!

Antes de ocorrer os acontecimentos no México causados pelo Exército Rebelde, Pâmela me tirou de lá, antes mesmo de eu poder reagir.

Pâmela era mulher jovem, de cabelos ruivos, pele pálida com muitas sardas em seu rosto e alta. Era uma atiradora de elite, mas apesar de se envolver com o exército, ela não havia sido corrompida por ideias estúpidas de conquistar o mundo. Ela apenas queria o que a Vivian também queria: salvar as pessoas.

Porém, a mulher tinha uma ideia contrária sobre os pensamentos da Vivian. Ela achava que os jovens que se rebelavam contra a EPICZ eram iguais aos mesmos: pessoas que fariam de tudo para começar uma guerra em busca de seus ideais.

Ela me "resgatou" e nos levou para um lugar que não sei exatamente onde é, ela também não me contou sobre isso. O que apenas sei é que aqui é alguma ilha que foi "dedetizada" de zumbis e que vários engenheiros do mundo todo foram convocados para construir uma cúpula gigante.

"O que eu vejo de especial neles?" foi a pergunta que ela me fez. Ela disse que se ela gostasse da minha resposta, todos os meus amigos poderiam viver aqui neste lugar.

– É a felicidade, Pâmela. Eles me deram casa e uma família que cuida da minha irmã e que se preocupa comigo. Eu sacrificaria tudo pelas pessoas que cuidaram da gente!

Pâmela nada fez e apenas assentiu, com um leve sorriso no rosto.

–Eles são realmente ótimas pessoas, não? – A pergunta dela me deixou confuso, ela sabia de alguma coisa sobre eles?

– Então...?!

– Eu sempre soube que eles são jovens bons! Todo o mundo conhece os feitos do Exército Rebelde! Mas eu realmente precisava saber se o que você estava dizendo era verdadeiro mesmo! Não podemos deixar que a EPICZ descubram que há outra legião ajudando os necessitados!

E então ela me explicou que se o exército corrupto descobrisse que há várias pessoas protegidas por eles, jogariam uma bomba nas Ilhas Malvinas, Páscoa e Santa Helena e manipulariam os sobreviventes para que os mesmos entrem no time deles.

– Estávamos assistindo a luta no México entre vocês e eles. Infelizmente, tínhamos ordem de não nos envolvermos. – Ela suspirou. – Eu e alguns de minha equipe estávamos relatando os fatos para nosso superior e quando te notei, percebi que não era da EPICZ. Te tirei daquela bagunça antes mesmo de acontecer aquelas revoltas e... Meu, enforcar os generais e deixá-los em público foi realmente um exagero, mas ainda assim foi uma vitória...

Eu apenas assenti com a cabeça e escutei as suas histórias. Pâmela era uma nova aliada, uma nova amiga. Ela deixou eu ligar para meus amigos e dizer sobre este lugar.

Nós teríamos um lugar para viver em segurança!

PRESENTE

– ... E foi isso que aconteceu, Viv.

– Cara, eu estou muito surpresa com tudo isso! Eles realmente nos acham maneiros? – Ela ri, me fazendo também rir. – Giovanni, estaremos à caminho, sim. Mas a nossa base foi invadida por zumbis, não temos mais os jatinhos.

– Vou falar com a Pâmela, não se esquente! Ah, Viv! E a sua missão?

– Ah... Está encaminhando.

– Acho que a Pâmela pode nos ajudar. O pessoal aqui também tem ódio eterno da EPICZ! - Dou risada.

– Quando chegar em Malvinas me contate! Estamos contando com você.

CHRIS POV

Já faz meia hora que a Vivian se isolou no quarto dela com Nícolas para discutir seus planos. Parece que aconteceu alguma coisa boa depois da ligação. Depois de vinte minutos, os dois aparecem.

– Nós temos uma notícia muito boa... – Ele disse.

Todos estavam mudos e atenciosos esperando o que a Vivian diria.

– Iremos para a Ilhas Malvinas. O lugar é seguro e está protegido contra zumbis por um outro exército que tem os mesmos objetivos que nós.

– E onde fica isso? – Isabella perguntou.

– Um pouco mais abaixo da América do Sul. – Bangladesh responde.

– Gente, prestem atenção. É possível que a EPICZ esteja nos caçando! Não pelo fato de termos assassinado a maior parte de seus líderes, afinal, eles nem ligam para quem morre...

– Parem de enrolar e contem logo, merda! – Caio reclamava.

– Há alguns anos atrás, a EPICZ tentou sequestrar eu e Frank. Nós assassinamos friamente nove soldados. Mesmo assim, fomos capturados por eles e fomos presos, torturados da pior maneira que vocês possam imaginar! Mas algo aconteceu: os zumbis conseguiram adentrar a base deles e nós fugimos. Fomos acusados propositalmente de ter feito uma chacina. É por isso! Me perdoem por nunca ter dito isso pra vocês!

Um silêncio se estabeleceu na sala de estar. 

- Vivian! Você é minha amiga! Irei com você até o fim! - Eu disse. - Você fez tantas coisas boas para todos nós, é óbvio que não irei abandoná-la!

Todos assentiram, concordando com todas as palavras que eu disse. Ela chorava, emocionada.

– Então é o seguinte: – Foi Nícolas que começou a falar. – Daqui duas semanas vamos para Malvinas. Nessa viagem pode acontecer tudo ou nada! Temos que estar preparados para qualquer coisa!

A palestra foi terminada, mas Vivian continuava parada, com a cabeça abaixada. 

– Vi... – Eu me aproximei dela. – Está tudo bem, nós vamos ficar bem!

– Eu sei... – Ela sorriu. – Nada de ruim vai acontecer com vocês!