Apocalypse Z [EM REVISÃO]

Capítulo 10

CHRIS POV

- Estamos atrasados demais. - Falei. – Vamos nos separar pra pegar os alimentos, ok?

- Sim, senhor! - Ela respondeu e logo após saiu correndo com um carrinho de compras.

Fui colocando tudo que eu achava pelo supermercado: frutas, verduras, comidas enlatadas ou industrializadas, sucos e até produtos de higiene.

Senti meu celular vibrar. Parei para ver o SMS, me lembrando de que combinamos de nos comunicar caso acontecesse algo. Não era mensagem do outro grupo, mas sim de Vivian.

"Algumas pessoas entraram pelos fundos. Eles estão bem armados. Mínimo de cinco pessoas. Tome cuidado."

Merda, isso era a pior coisa que eu esperava.

Além de ter que enfrentar os malditos "ressuscitados", tinha me esquecido que neste novo mundo, as pessoas irão fazer de tudo para poder sobreviver.

E como assim, TOMAR CUIDADO?

Eu sei me cuidar! Quem deve tomar cuidado é ela! Apesar de ser forte, ainda é uma garota! É frágil e sentimental!

Deixei o carrinho com as mercadorias de canto e fui procurar por ela. Encontrei-a na padaria, que voltava apressada para o ponto de encontro que combinamos.

Estava indo em direção a ela, mas fui obrigado a recuar: um dos sádicos que ela tinha me avisado por mensagem, acabou de aparecer e a avistou.

- Ora, ora... O que temos aqui? – Ele chega por trás da Vivian e a segura pelo braço.

O homem era alto e usava roupas pretas. Seu rosto se mantinha em anonimato, pois usava uma máscara de Halloween, como se quisesse estampar que realmente era sádico.

- Ei, seus desgraçados! Venham aqui! Olha só o que encontrei! Uma ratinha em nosso território...

Três pessoas vieram a cena e pela suas fisionomia corporais, eram dois homens e uma mulher. Todos usavam máscaras horripilantes para não serem identificados.

Um dos homens se aproxima e vai até o carrinho de compras e observa os mantimentos. Depois, passa a mão em seu machado e em seguida, aperta o rosto de Vivian.

- Uma garota bonita e que sabe manipular um machado. Você é igual a nós, hein? – O homem mascarado diz, talvez o líder deles.

Vivian começou a rir.

- Eu NUNCA seria como vocês, seus sádicos! - Ela disse.

O então "líder" daquela turma, não gostou de sua atitude. Ele se virou para trás e de surpresa, acertou um soco em suas costelas.

- Saiba seu lugar, sua vadia!

- Saiba VOCÊ o seu lugar! – Vivian continuava provocando e, desta vez, cuspiu no chão. Apesar de estar gemendo de dor por causa do soco, ela era orgulhosa demais para se dar como vencida.

- Cansei de jogar com você! Agora você vai ver o que é rir por último! – Ele tomou uma serra elétrica que estava com seu parceiro e a ligou. – Como será que é ser uma carne moída?

Chega.

Estava na hora de eu agir.

Discretamente, fui me arrastando para pegá-los por trás. Assim que cheguei, peguei o mais próximo de mim, um homem gordo e que deveria estar na faixa dos 30. Levantei-me e rasguei seu pescoço com meu facão e o joguei no chão. O homem ainda tentava segurar seu corte feito na garganta, mas jorrava sangue demais pelo chão. Finalmente caiu.

Voltei para onde estava.

- AHHHHH!- A garota gritou, tapando a boca com as mãos. – ERICK ESTÁ...

- MALDIÇÃO! – O líder desligou a serra elétrica e voltou a fixar os olhos na Vi. – TEM MAIS PESSOAS AQUI COM VOCÊ?! SÃO QUANTOS?!

- Morra... – Ela simplesmente respondeu, sorrindo.

O líder então deu um soco muito mais forte em sua barriga, fazendo Vivian cuspir um pouco de sangue. Ela estava caída no chão e urrando de dor.

Eu precisava me locomover para outro lugar antes que eles me encontrassem. Entrei escondido perto das prateleiras de bolacha. Fiquei agachado, esperando meus alvos chegarem.

Um homem baixinho se aproximou de onde eu estava. Ele usava um walkie-talkie para se comunicar com os outros.

- Jô, não tem ninguém aqui na Leste. – Avisou.

Porém, ele estava enganado.

Esfaqueei suas costas sem ele me notar. Ele tentou revidar suportando aquilo, mas não conseguiu, deixando-me somente com um corte leve no braço.

Retirei minha faca do corpo do menino, que não aparentava ter menos de 15 anos e quando segui em frente, o líder apareceu:

- Você é o amigo daquela vadia? Ou melhor, foi você quem matou meus amigos?

- E você? Fica batendo em meninas, seu desgraçado!

- Que pena! Você parece ser um bom sobrevivente, mas como machucou os meus amigos, não terei pied... - Quando ele ia ligar a motosserra, um tiro foi disparado em suas pernas.

Era a parceira deles. Ela jogou a máscara de lado, mostrando ser uma garota de pele parda de cabelos ruivos e curtos. Ela estava chorando.

- Eu não quero mais viver desse jeito! Não aguento mais!

Fiquei a observando, caída, desejando que tudo isso fosse embora logo, pois ela já não suportava a ideia de sobreviver, a ideia de ter perdido a família e todos com quem falava e amava.

- Levante-se. – Vivian estava ao lado da menina, que chorava aos prantos. – Vai ficar tudo bem, venha conosco. Qual o seu nome?

- Nara... Nara Gonçalves... – Ela dizia, com as mãos cobrindo seu rosto.

- Vai ficar tudo bem. – Eu me aproximei da menina também. – Nós iremos sobreviver juntos, ok?

Uma enorme felicidade transbordou de seu rosto.

- OS MAIS FORTES SOBREVIVEM!

Um tiro certeiro acertou a cabeça da menina esperançosa, fazendo a cair de joelhos e morrer instantaneamente. Vivian se desesperou, começando a sacudi-la. E eu, pasmo, olhei para trás, o maldito líder ainda estava vivo e ria histericamente. O tiro que Nara Gonçalves deu não foi suficiente para acabar com o inimigo.

Corri em direção ao homem, furioso e soquei seu rosto incontáveis vezes. Só parei quando percebi que minhas mãos estavam totalmente cobertas de sangue.

Procurei Vivian, que agora andava lentamente em direção ao sádico, com o machado arrastando no chão. Sua expressão facial me dava calafrios.

- Chris... – Ela disse, sem olhar para mim. - Devo terminar uma conversa com este homem, então, por favor, pegue os alimentos e não olhe para cá, eu já estarei indo te ajudar.

Apenas assenti e fui andando, enquanto eu olhava para o relógio do celular e via que faltava cinco minutos para Frederick estacionar. Ainda assim, pude ouvir as últimas palavras de Vivian para o sádico:

- E agora, quem é que vai rir por último, seu merda?