Capitulo 103

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POV EMILLY

Já estava há quase quatro dias no hospital. Eu já não estava aguentando mais ficar deitada o dia inteiro, mas a dor da cesariana é a pior, eu mal conseguia andar, para fazer minhas necessidades, eu sempre tenho que chamar uma enfermeira, o bom é que o Marcos é médico, não há melhor maneira de ser cuidada. Falando nele, ele não tem me deixado sozinha nem por um segundo, eu tenho que brigar com ele pra ele ir descansar, ele pegou um mês de férias na sua clínica, só pra cuidar de mim. Eu fico impressionada em como ele tá babão, não tenho dúvidas que será um pai maravilhoso, os seus olhos sempre brilham quando eu dou de mamar para as crianças, eu me emociono sempre que ele me olha com tanto carinho.
Estávamos no quarto do hospital, ele me fez contar toda a história do Coman novamente, ele contava a história sempre que podia, eu sabia a história de trás pra frente, mas ele sempre caia na risada quando ouvia ela da minha boca, eu contava como se eu estivesse nela. Três batidas na porta e o Doutor entrou no quatro.

- Senhorita Emilly, como está se sentindo ? - o Doutor entrou no quarto com a prancheta na mão e cumprimentou o Marcos com dois tapinhas nas costas.

- Tô muito bem - respondi animada- Já posso voltar pra casa né ? - perguntei esperançosa, fazendo ele rir.

- Sim já pode, avisei o seu marido hoje pela manhã, estou surpreso que ele não tenha te contado Ainda - pela cara que o Marcos fez, o Doutor entregou algum planinho dele.

- É, eu também- dei um tapinha no braço do Marcos e ele reclamou passando a mão nele- Por que tu não me contou Marrrcos ? - meu sotaque ficou bem forte, fazendo os dois palhaços rirem de mim.

- Nossa Chelo, tu tá muito bravinha - ele provocou - Eu queria que tu soubesse por ele, queria ver sua carinha contente, os nossos filhos também voltam hoje. - Ah ele é tão fofo quando quer. Me derreti só por ele ter falado aquilo.

- Bom, a senhorita já está liberada, quer que eu chame alguma enfermeira pra te ajudar a se trocar? - neguei já me levantando da cama- Então tá tudo certo, foi um prazer tê-los aqui, sejam muito felizes com sua nova família. - O Doutor nos cumprimentou e saiu.

- Cadê a roupa que tu trouxe meu bem ? - perguntei rodando os olhos pelo quarto.

- Tá aqui nenê- ele levantou e abriu o armário do lado da cama. - A roupa das crianças fica com a enfermeira, já está lá - ele beijou minha testa e ficou olhando eu me trocar.

- Tu quer ajuda pra vestir as roupas ? - ele perguntou, mas eu neguei- É tu tem razão, eu sou bem melhor tirando elas- ele falou com aquela voz rouca que eu amo, um arrepio subiu pelo meu corpo, que saudade de tê-lo só pra mim, mas não tenho condições nenhuma agora.

- Tu para Marrrcos, tu para com isso agora - falei enquanto colocava minhas sapatilhas.

- Para com o que ? - ele fez uma cara de sonso.

- Tu para de me provocar, porque sabe que eu não posso- falei prendendo o cabelo e ele me abraçou. A enfermeira entrou no quarto, com os bebês em um carrinho especial.

Peguei a Alice no colo e o Marcos carregava o Marcos Júnior, dei minha bolsa para ele carregar e fomos até o carro. Já tínhamos comprado as cadeirinhas, então colocamos os bebês e seguimos para a casa. Estava doida pra chegar logo em casa, ficar o resto do dia paparicando meus filhos e o Marcos. Ele dirigia segurando minha mão e bem devagar.

- Tu não precisava ir tão devagar assim meu bem, a cadeirinha é segura- eu provoquei ele.

- Eu sei, é por outra coisa. - ele falou misterioso e a curiosidade tomou conta de mim. Ele estacionou na frente de casa e saímos para pegar os bebês no banco de trás.

Carregava o Junior nos braços e ele carregava Alice, ela era tão pequenina que parecia uma boneca, em seus braços fortes. Ele segurou minha cintura e entramos em casa.

- SURPRESA! - eles falaram, não gritaram para não assustar as crianças. Mayla, meu Pai, Dona Enilda e Seu João estavam ali. A sala estava enfeitada com bexigas e um cartaz de boas vindas.

- Aí meu Deus, que coisa mais linda- Dona Enilda se aproximou de mim pegando o Júnior no colo - Tudo bem Norinha ? - ela me deu um beijo e foi até o sofá.

Mayla correu pra paparicar Alice e o meu pai e o seu João assistiam tudo, esperando a vez de segurar as crianças, eram dois avôs coruja.

- Obrigada pela surpresa, eu amei - agradeci eles e me sentei no colo do Marcos, que estava na poltrona.

POV MARCOS

Estávamos conversando sem parar sobre as crianças, minha mãe achava os narizes idênticos aos da Emilly, agradeci aos céus por isso, o nariz dela é lindo.
Notei que ela já não interagia mais, a respiração estava profunda.

- Ela dormiu - Mayla disse baixinho, leva ela lá pra cima, ela ainda deve estar cansada.

- Tenho três bebês em casa, pra carregar pra lá e pra cá - falei levantando com ela nos braços e todos riram.

Carreguei ela até o nosso quarto e deitei ela na nossa cama, tirei duas sapatilhas e cobri ela. Fiquei deitado ao lado dela acariciando seus cabelos, eu a olho e meu coração se derrete, eu me sinto tão completo, tão feliz, eu não vejo a hora de tê-la como minha esposa, aí sim eu vou ser o homem mais feliz do mundo.

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