Capitulo 1

5.9K 51 9
                                    


RIO DE JANEIRO

1 ano depois...
POV EMILLY
- Emilly... Emilly- ouço uma voz ao fundo dos meus pensamentos, me chamando- Emilly acorda agora !!!-  abri os olhos e vi que era Mayla, ela tinha me acordado no meu dia de folga, mereço.

- Por que tu tá me chamando as 07h de uma manhã de sábado mana ?- disse sonolenta olhando pra ela.

- Mana o Jota tá aí no portão, está bêbado, gritando seu nome na rua, não sei o que fazer - Mayla disse apavorada, pois sem sombra de dúvidas, se alguém visse, renderia notinhas mais tarde.

- Meu Deus o que ele quer? - disse levantando e indo me trocar.
 
Na verdade eu sabia exatamente o que ele queria. Estávamos juntos há 9 meses, ele era muito atencioso comigo, me ajudava muito, muito carinhoso, os amigos mais próximos dizem que eu o mudei, transformei ele em um homem direito, que queria família e não ficar apenas na farra. Ele comprou um apê aqui no Rio, para ficarmos mais tempo juntos. Mas eu nunca amei o Jota de verdade, desde o Marcos eu não me sinto completa. Fizeram uma festinha entre amigos e ele ficou com a ex, não demorou pra notícia chegar nos meus ouvidos, a internet toda já sabia, virou um inferno. Embora sempre disse que não perdoaria traição, não sinto raiva dele, acho que resolvi terminar pela falta de sentimento que já existia, a traição foi um empurrão pra eu tomar coragem e fazê-lo. Desde então ele me liga bêbado, pelo menos 3 dias na semana, implorando pra que eu não o deixe, que eu volte, mas eu não posso engana-lo, eu não o amo.

Desci correndo as escadas, o elevador estava demorando pra chegar, precisava controlar os gritos do Jota, não queria um escândalo estampado nos sites. Avistei ele no portão e corri em sua direção.

-SHHH! JOTA CHEGA!- disse tapando a boca dele- por favor vai pra casa, nós já conversamos tudo o que tínhamos pra conversar, não piora tudo.

- Emy... gata... não posso aceitar isso, não quero te ver com ninguém, não dá, eu amo você- ele dizia tudo enrolado, tive dificuldade pra entender o que saia de sua boca.

- Joclécio ! - ele sabia que quando eu o chamava pelo nome, estava no meu modo Demy- você vai acordar os vizinhos, acordar meu pai... é isso que você quer ? Por favor chega, você sabe que eu gosto de você, mas como amigo, eu tentei eu juro que tentei mas não dá, eu já te expliquei isso, não me faz perder o carinho que eu tenho por você, por favor.

-Eu só não quero me afastar de você, pelo menos não me afaste de você Emy, deixa eu saber notícias suas, não seja indiferente comigo- ele dizia em um tom magoado, eu não respondia suas mensagens há 3 dias, não por maldade, mas porque o papo era o mesmo e eu não tenho nada a dizer- não faça comigo o que você fez com ele, não aja como se eu não existisse.

Aquelas última palavras do Jota eram tão familiares, na verdade eram exatamente iguais às palavras que o Marcos usou em nossa última tentativa de encontro, julho de 2017, São Paulo. Eu me lembro perfeitamente desse dia. Tinha ido pra um festival em SP, nessa época, já havia boatos que eu estava com o Jota, mas não era verdade, era só amizade, mesmo. Então Marcos resolveu me procurar, nosso último encontro em Porto Alegre não foi nada agradável, dissemos coisas, gritamos um com o outro, nos machucamos ainda mais. Ele me mandou uma mensagem no WhatsApp, disse  que não podia acreditar que eu estava com aquele "MOLEQUE FESTEIRO METIDO A JOGADOR" foram exatamente as palavras que ele usou, mas eu não respondi. Novamente meu celular apitou, era ele. Uma nova mensagem surge, " EAI NÃO VAI RESPONDER? E AQUELA HISTÓRIA DE QUE SÓ BEIJA QUEM NAMORA? ELES ESTAVAM CERTOS SOBRE VOCÊ", não respondi, as palavras me magoaram novamente, porque ele tem que ser tão idiota? O celular toca mais uma vez, " não aja como se eu não existisse", essas palavras me fizeram tomar coragem pra responder, mas Mayla me impediu. E naquele mesmo dia ele postou foto com a garota do elevador e nunca mais nos falamos.

Jota me fez reviver tudo aquilo com uma simples frase, me fez lembrar dele, eu já nem lembrava mais fazia um ano, ou pelo menos fingia que não.

Com o Jota mais calmo, chamei um táxi pra ele e esperei ele ir embora. Subi para o apartamento, pensando nele, pensando no Marcos, em como tudo podia ter sido diferente, a dor... ela tinha voltado.

Second Chance Where stories live. Discover now