Capitulo 7

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POV EMILLY

Porque eu falei aquilo? As palavras saíram da minha boca sem eu nem perceber, era pra ser um pensamento mas quando vi despejei a mágoa daquela frase em cima do Marcos.

- Eu sei, era pra ser diferente, mas eu eu me perdi, nós nos perdemos. - ele disse, notei tristeza na sua fala- Emilly sei que todo esse tempo você me deu o silêncio, mas está mais do que na hora de conversarmos.

Eu concordei, caminhamos para mais longe das pessoas que observavam o mar e sentamos na areia.

- Eu tenho muita coisa pra dizer e eu quero que você me ouça, sem interrupções, você vai ter sua vez de falar- foi difícil, mas eu concordei por um momento, mas eu me conheço, sei que vou me alterar muitas vezes nessa conversa.

- Eu quero começar te pedindo desculpas, eu fui um idiota todo esse tempo, eu te acusei sem ao menos saber a verdade, eu expus você, eu te magoei e agora sei que nada era verdade - enquanto ele falava, meus olhos derrubavam lágrimas de tristeza e muita dor, me lembrei de tudo o que passei por causa dessa desconfiança dele- Eu não devia nunca ter desconfiado de você...

- Mas desconfiou- disse dura, interrompendo sua fala.

- Eu sei, eu me culpo por isso. Eu me alterei tantas vezes dentro da casa, já tapei meus ouvidos pra não te escutar e mesmo assim, você nunca me deixou, sempre esteve ao meu lado. - ele disse quase perdendo o ar, falava rápido com medo que eu o interrompesse- Eu escrevi aquela carta por impulso, eu sai e era tanta gente me dizendo coisas sobre você, eram tantas acusações, minha própria família, eu fui chamado de agressor por tanta gente, eu fui fraco Emilly.

- A minha vida virou um inferno- eu disse com a voz embargada- ninguém acreditava que eu não tinha pedido sua expulsão, eu fui humilhada, eu fui agredida verbalmente com mais de oitenta mil comentários Marcos, por simplesmente você não seguir o que pregava na casa. Que falta fez um diálogo.

- Você teve a chance de se defender, eu tentei chamar sua atenção, você ficou muda, dei entrevistas e você continuou calada, então eu escrevi aquilo, mas você fingiu que eu não existia, aquilo me matou, foi aí que eu tive certeza que eles falavam a verdade.- ele terminou de falar e meu sangue subiu, ele queria que eu berrasse com ele publicamente.

- O que você queria ? Que eu expusesse a minha família ? Ninguém ia acreditar em mim, ninguém- eu já gritava e ele me olhava com os olhos cheio de lágrimas, eu respirei fundo três vezes e continuei- Marcos, eu ouvi tudo de você e de todo mundo, coisas que eu nunca pensei ouvir, ofensas de todas as maneiras, eu tive que engolir tudo calada pra não machucar Ainda mais minha família. A pessoa que eu queria do meu lado me apoiando, era justamente a que estava me acusando do outro lado.

- Eu sinto muito mesmo, eu espero que um dia você possa me perdoar, de verdade. - cada palavra dele, eu sentia a dor que ele carregou durante todo esse tempo.

- Eu não guardo mágoas de você e nem de nenhum deles, mas ainda dói, nós fizemos tantos planos e não concretizamos nenhum deles.

Nós dois estávamos ali, sentados na areia, olhando o mar, carregando as nossas dores do passado, soltando elas ali, depois de tanto tempo. O silêncio se fez presente de novo.

POV MARCOS

-Quando descobriu a verdade ?- ela perguntou curiosa.

- No Natal. Eu não passava o natal com a minha família há muito tempo, mas resolvi ir pra Porto Alegre. - continuei- Estávamos todos conversando, o papo sobre o programa invadiu a mesa e então minha irmã soltou uma frase " Ainda bem que te tiramos a tempo, você estava enlouquecendo por causa daquela garota". Foi aí que cai na real, exigi explicações e ela me confirmou, foram eles que pediram minha saída, mas depois de tantos meses, você com outro cara, eu só guardei pra mim, entendi que eles tinham se preocupado comigo e resolvi me calar.

- Sinto muito por isso, deve ter sido difícil saber que sua própria família tramou pelas suas costas- ela disse dura, ela estava tão magoada, tinha medo de não conseguir nunca me aproximar dela de novo.

Eu a olhava pensando em tudo que deixamos pra trás, tudo o que podíamos ter construído juntos, eu tinha tantos planos com ela, eu a queria muito, nunca fui de demonstrar, sou meio frio em relação a isso, mas ela me mudava aos poucos. Agora tudo tinha ficado pra trás, mas eu não aceitava eu a queria, queria muito, eu a desejava como antes, talvez muito mais.
Agora ela olhava no fundo dos meus olhos, eu estava hipnotizado por ela, queria aproveitar o momento e fazer o que eu tinha tanta vontade, durante todo esse tempo. Passei os dedos pelos seus cabelos tirando-os do rosto, coloquei uma mão em seu queixo a trazendo pra perto, ela não recuou. Fui chegando cada vez mais perto, nossas bocas estavam a 1 mísero centímetro de distância, ela olhava no fundo dos meus olhos, eu sentia sua respiração ofegante, seu hálito quente, como eu sentia falta disso. Fechamos os nossos olhos e nossas bocas se esbarraram de leve, senti meu coração pular do peito, aquele beijo era tudo o que eu precisava naquele momento.

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