Capitulo 74

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POV EMILLY

- Marcos ?- chamei mas não obtive resposta- Meu bem ? Sai de cima de mim, pra eu desligar o despertador- ele só resmungou e eu o joguei pro lado fazendo ele acordar de vez.

- O despertador- falei levantando da cama e indo desligar- Vem que nós vamos nos atrasar pra consulta - mas ele virou e voltou a fechar os olhos.

Resolvi deixar ele dormir, fui tomar meu banho sozinha, lavei meus cabelos, fiz minha higiene e fui me trocar. Coloquei uma calça jeans com rasgos no joelho, uma blusa branca leve e de mangas, uma sapatilha e peguei minha bolsa. Não ia tomar café, tive que acordar às quatro da manhã, para cumprir com o jejum de quatro horas que foi pedido pelo Doutor. Voltei pra acordar o Marcos, ele dormia tão profundo, que achei até que teria que ir sozinha.

- Marrrcos- falei sacudindo ele- Acorda tchê, ou vou ter que ir sozinha ?- foi só eu dizer essa frase, que ele deu um pulo da cama.

- Desculpa nenê, rapidinho eu me arrumo- ele me beijou na bochecha apressado e correu para o banheiro tomar um banho rápido.

Como já estávamos atrasados, eu mesma escolhi a roupa dele. Peguei uma camisa xadrez, calça clara rasgada, um sapato e uma cueca bóxer preta, que já me deixou excitada só de imaginar o volume dele ali. Peguei uma toalha e levei para o banheiro, deixei lá e subi para esperar ele na sala. Liguei a TV, coloquei em um canal qualquer e fui responder os recados que tinham no meu celular. Fiquei um tempo respondendo, até que ele surge arrumado, pega uma maçã e vem na minha direção.

- Tá bravinha picinho ? - ele disse notando meu olhar, mas não estou, mesmo.

- Não, só tô ansiosa- falei me agarrando na cintura dele e ele deu um beijo na minha cabeça.

- Vai dar tudo certo meu nenê- eu sorri como resposta e descemos pro estacionamento.

Pegamos o meu carro, eu quis pegar a direção, queria que o Marcos me visse dirigindo pelas ruas do RJ.

- Olha mas não é que tu dirige bem nenê- ele fez uma cara engraçada.

- Viu só, eu te disse e tu tirou onda com a minha cara. Palhaço- ele riu e seguimos para a clínica do amigo dele.

Assim que chegamos, fiz meu cadastro na recepção e me encaminharam para o laboratório ao lado. Verificaram minha pressão, perguntaram sobre o jejum e me levaram para a sala ao lado. A enfermeira me olhava sempre com um sorriso e me tratava com muito carinho e cuidado. Ela até disse "vai ser só uma picadinha" me senti como uma criancinha de novo, só faltou eu ganhar um pirulito. Descobri que ela era minha fã, agradeci por todo o carinho e voltamos para a clínica ao lado.
Estávamos na sala de espera, Marcos estava com a mão entrelaçada na minha e sempre olhava pra mim com um sorriso orgulhoso. Sentia um frio na barriga por estar ali.

- Emilly Araújo - O Doutor chamou e nos encaminhamos até a sala dele.

- Fala meu amigo, quanto tempo- Marcos abraçava o amigo.

- Quanto tempo meu amigo- ele retribui o abraço- E você é a Emilly- ele esticou a mão pra mim e apertou.- Meu nome é Gustavo e serei seu obstetra. - ele sorriu de orelha a orelha e eu retribui.

Nos sentamos nas cadeiras e conversávamos sobre a vida. Tudo o que fizeram nesse tempo distantes um do outro, ele e Marcos me contavam histórias de quando fizeram residência juntos e eu ouvia tudo atenta aos detalhes. Fomos interrompidos pelo e-mail que ele recebeu, era o resultado do meu exame de sangue. Ele me fez uma série de perguntas, analisava o resultado e imprimia uma folha.

- Bom Emy, vamos falar sério agora- um arrepio subiu minha espinha e o Marcos segurou minha mão com força- Tem um bebezinho aí dentro, realmente, mas ainda é cedo pra eu pedir um ultrassom. Daqui três semanas, já vamos conseguir ver melhor a formação. Eu vou pedir pra que você se alimente direito, cuide muito bem da sua saúde, evite o Máximo de sal que você puder, nós vamos encaminhar você e te preparar pra um parto normal, eu quero você saudável pra que tudo ocorra bem. - concordei com cada palavra que ele disse.

- Tá certo doutor, muito obrigada- nos levantamos e nos despedimos dele.

- Eu que agradeço e se cuida, nos vemos daqui três semanas.- ele apertou nossas mãos e nos guiou até a saída.

Saímos de mãos dadas e o marcos me olhava orgulhoso. Fomos até a porta do carro e ele me encostou nela.

- Ei campeão ou campeã, então tu tá mesmo aí dentro- ele beijou minha barriga e eu afaguei seus cabelos.

Fomos interrompidos pelo celular dele que tocava. Ele atendeu e me olhou com uma cara triste, já até imaginava o que poderia ser, trabalho.

- O que foi meu bem ? - perguntei mesmo tendo certeza do que se tratava.

- O Juliano tá tendo problemas com as datas das operações, vou precisar ir pra Sorriso e voar pra São Paulo- meu coração se despedaçou, ficou pequenininho, já estava cheia de saudades. Eu o abracei pela cintura e repousei a cabeça no seu peito.

- Vai passar rápido nenê, prometo. Vou te ligar todos os dias, igual sempre fizemos tá ? Vou estar aqui pro primeiro ultrassom- ele segurou meu rosto entre as mãos e eu concordei, passei com um sorriso, a sensação de que tudo ficaria bem.

Eu já estava com saudades, mas entendo que ele tem o trabalho dele e afinal eu já estava ansiosa pra voltar pro meu, só precisava conversar com a minha assessora antes.

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