Capitulo 76

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POV EMILLY

- O que tu quer ? - perguntei séria.

- Bom acho melhor eu deixá-los conversando, volto em dez minutos, esteja preparada Emy- Priscila disse se retirando.

- Cinco minutos! - gritei alto o suficiente pra que ela ouvisse. - Fala logo, não tenho muito tempo- falei me dirigindo a ele novamente e cruzei meus braços esperando sua resposta.

- Eu vim aqui te pedir desculpas Emy, eu fui um idiota, eu sei. Eu confundi tudo, eu tô muito arrependido por tudo, me perdoa de verdade. Eu nunca, nunca mesmo, tive a intenção de fazer sua Irma sofrer. Eu nunca faria isso, ela, sua família sempre foi maravilhosa comigo, eu sinto muito por tudo mesmo. - ele falou e eu dei um suspiro longo, processando tudo o que ele falou.

- Lembra como a gente se conheceu ? - concordei- Foi em um teatro desses- ele apontou para as poltronas- Você tava nervosa e eu te dei palavras de conforto, lembra ? - concordei novamente- Sua amizade sempre foi mais importante pra mim, sempre a coloquei acima de qualquer sentimento não correspondido. Eu espero que você coloque ela acima de qualquer bobagem que aconteceu, vamos esquecer pode ser ?- eu o olhei nos olhos buscando sinceridade.

- Tá- sorri fraco, não estava convencida, mas não queria guardar rancor de ninguém.

- Emilly! - Priscila desceu correndo na nossa direção- Os preparadores e o diretor chegaram, vai se ajeitar com os outros atores, vai. - ela me disse, me empurrando para o palco novamente.

Respirei fundo, é a hora do show.

POV MARCOS

Cheguei em Sorriso, só deixei as malas em casa e fui pra clínica. Cheguei e recebi os cumprimentos de todos pelo bebê, Juliano fez questão de espalhar pra todos ali. Peguei meu jaleco no armário e subimos para minha sala, voo pra São Paulo hoje ainda, pela madrugada. Entramos na sala e ele se sentou com a papelada na minha frente. Liguei para a recepção e pedi pra que a Fran trouxesse um lanche, eu estava morto de fome. Chequei toda a papelada de São Paulo, confirmamos com todas as pacientes e chequei toda a programação de Sorriso, conseguimos organizar tudo. Fran trouxe o lanche para mim e eu jogava conversa fora com o Juliano, enquanto comia.

- Mas velho, quem diria que você seria pai em bagual? Logo você. - ele dizia rindo e colocava uma batata na boca- Tô muito orgulhoso, vocês vão dar conta do recado, tenho certeza.

- Eu espero que sim - disse sorrindo- Preciso agora pensar no meu futuro com a Emilly, tudo o que eu fizer a partir de agora é pensando nos dois, no futuro deles, não dá mais pra ficar tanto tempo longe dela cara, tô pensando muito em um assunto, já era um plano, mas agora já quero botar em prática. - explicava e ele me olhava confuso.

- Como assim Marcos? - ele perguntou, franzindo a testa.

- Eu quero abrir uma clínica no Rio, eu tenho sócios já querendo investir, tenho parcerias de outros cirurgiões, eu tenho uma equipe disponível, já tenho tudo no esquema, inclusive a clínica. Precisa de umas reformas, algumas burocracias, mas até o ano que vem, já tenho ela pronta. - ele me olhava impressionado. - Vou manter a Duo com você, nossa parceria vai ser sempre, mas vai ser raro eu operar aqui, vou transferir todos para o Rio.

- Ual, você pensou em tudo mesmo. - ele disse, bebeu um copo de suco e voltou a falar- Achei que quisesse ela morando aqui com você, em Sorriso.

- Eu queria, mas é diferente agora. Quando planejei, ela não tinha uma carreira, não era uma estrela de novelas, não tínhamos um bebê... Agora tenho que pensar no melhor pra ela também, ela nunca aceitaria desistir do sonho pra se enfiar aqui em Sorriso, eu conheço ela, é geniosa, ia bater o pé. - eu ri, pensando no modo pinscher louco que ela agiria- Lá eu tenho o dobro de pacientes, lá e em São Paulo são os lugares que eu opero mais.

- Você tem o meu total apoio meu amigo, estou aqui pro que você precisar- ele sorriu- Você já propôs morarem juntos ?

- Ainda não, vou com calma, é muita coisa pra ela assimilar. Quero fazer tudo certinho primeiro. Mas queria que ela aceitasse, pretendo morar com ela antes do bebê nascer, quero estar com ela pra tudo. Eu quero uma família, eu chegar em casa e ela estar me esperando pronta pra contar seu dia, meu filho correndo pros meus braços, quero tudo isso- sorri orgulhoso, ainda não caiu a ficha que vou ser pai.

- Conta comigo irmão, conta comigo- ele levantou da cadeira e me deu um abraço forte.

Terminei todas as pendências que tinha na clínica e corri pra casa, tomar um banho e partir pra São Paulo. Tenho muito trabalho por lá, não vou ter tempo pra nada, vão ser três longas semanas, espero dar conta da saudade do meu picinho. Não deixava de avisar a Emilly sobre meus passos, mesmo longe quero estar perto.

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