Capítulo 66 - When all the things end

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Huntington Beach, Califórnia: Quatro dias depois

Brian e eu estávamos bebendo uísque há quatro dias sem parar, desligamos nossos celulares e trancamos a porta. Não queríamos condolências, ninguém sabia o que estávamos passando, nosso bebê de quatro meses havia morrido e ainda não sabíamos o porquê.

Então, Brian me ofereceu mais uma garrafa de uísque escocês, eu aceitei, agradeci, chorei um pouco, mas a ficha ainda não tinha caído, eu teria que ver o meu filho dentro de um caixão para poder acreditar que Lucas havia partido.

Queria esquecer aquela dor, faze-la sumir, mas parecia impossível. Eu dei um longe de uísque, parecia agua, não ardia mais, não doía mais. Brian tomou a garrafa das minhas mãos e sentou-se na escada, deu um gole e voltou a chorar. Não poderia consola-lo, pois estava tão ruim quanto ele.

O telefone fixo tocou, como eu estava mais perto do telefone, eu o peguei, atendi rapidamente.

- Poderia falar com os pais de Lucas Haner? – Eu cocei a minha cabeça.

- Sou Emma Cullen, mãe do Lucas.

- Sinto muito. – O homem disse, ele não sentia, apenas estava tentando ser gentil. – A autopsia foi feita e o corpo já foi liberado.

- A funerária vai busca-lo, obrigada de qualquer forma. – Eu desliguei a ligação.

- Já liberaram o corpo do Lucas? – Confirmei com a cabeça e voltei a chorar. – Vou ligar para funerária, toma um banho e se arrume.

- Ok.

Apenas subi as escadas, passei pelo quarto de Lucas, abri a porta, ver o bercinho vazio, apertou o meu coração. As lagrimas desceram do meu rosto, era uma tortura que teria de passar por muito tempo.

Fui ao quarto, abri o armário, peguei um vestido preto, joguei em cima da cama, peguei lingerie igualmente pretas. Tomei um banho rápido, me vesti rapidamente, coloquei sapatilhas, olhei para o porta-retrato em cima do criado mudo. Era uma foto minha com Lucas no natal, estávamos tão felizes, Brian havia tirado a foto. Eu voltei a chorar, me deitei na cama, a dor somente aumentava.

Brian entrou no quarto, foi tomar banho, depois vestiu roupas pretas, colocou óculos escuros, deitou na cama ao meu lado. Eu queria ficar sozinha, mas ele estava sofrendo na mesma intensidade do que eu, era filho dele também.

- Não quero nunca mais levantar dessa cama. – Brian disse.

- Eu também, não quero viver no mundo, onde Lucas não está. – Respondi. – Que horas vão enterrar o Luke?

- Ao meio dia, quanto mais cedo passarmos por isso, mais cedo termina. – Brian colocou as mãos no rosto.

- Por que? Eu não entendo, cuidei dele a noite toda, eu saio e...

- Não se culpe, não foi nossa culpa, nós cuidávamos e amávamos nosso filho. – Brian me interrompeu. – Infelizmente, era a hora dele partir.

- Não sei como você pode estar tão calmo, Lucas não vai voltar para casa, nunca mais! – Gritei e Brian me abraçou. – Eu não quero ser abraçada, me solta.

- Tudo bem. – Brian me soltou. – Você tomou o remédio que o médico te passou para secar o leite?

- Sim, tem calmante dentro da geladeira, caso queira se dopar. – Brian levantou da cama.

- Quer um comprimido? – Balancei a cabeça positivamente. – Vou trazer dois, você é mais resistente do que eu. Talvez eu vá me drogar, seja mais eficaz.

- Volte para casa depois que o efeito passar.

Mais tarde, Brian me levou até a funerária, decidimos de última hora, pela cremação do nosso pequeno. Não tinha coragem de encarar o caixão, sempre fui forte e determinada, mas naquela hora, eu me acovardei.

Love and VengeanceWhere stories live. Discover now