50 - EPÍLOGO PARTE 2/3 - Adriel

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A segunda parte veio mais cedo do que imaginaram, não é? Aguardo todos vocês no último capítulo que virá amanhã! Nem posso acreditar que a história que tenho me dedicado há 4 anos finalmente chegou ao fim... Pelo menos, em sua primeira parte! Não esqueçam que Natiel invadirá nossos corações no próximo livro com sua alegria, irreverência e muito mais...

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Eu me senti estranho desde a primeira vez em que vi Estela. Acabei traduzindo, por muito tempo, essa sensação nova em mais irritações, então ela se tornou um alvo. Apesar dessa "importância", já que eu não costumava deixar que pessoa nenhuma me tomasse qualquer tipo de pensamento, me senti atraído pelos seus passos. Foi por isso que eu topei fazer aulas de piscina na turma do Norberto, o eterno estagiário de fisioterapia.

– Vamos lá, cara – insistia ele. Têm lá alguns coxinhas, mas também umas garotas bem bonitinhas...

Por certo ele não sabia da minha atenção àquela garota que eu havia visto, apenas uma vez na academia, me encarando curiosa. Eu também não sabia a importância que ela já tinha para mim. Mas, ansiei por vê-la novamente. Eu não tinha nenhuma outra atividade na academia e, se não voltasse, dificilmente a veria de novo. Então topei o martírio somente para vê-la outra vez.

E qual foi a minha surpresa quando, no primeiro dia de turma, ela aparece justo nessa?

Assim que voltei a academia eu já a procurava com os olhos e, até mesmo, dando alguns passos pela recepção, tentando observar as divisórias. Senti-me estranho por me incomodar mais do que deveria ser normal por não tê-la encontrado. Mas, eis que ela surge, atrasada, na aula de piscina... Na minha própria aula de piscina. Senti-me incomodado... Meu coração havia acelerado e engoli em seco.

Sempre lutei contra esses meus novos anseios e tentei manter o limite de segurança entre mim e ela. Mas, parecia cada vez mais difícil. Comecei a pensar mais em Estela, a procura-la e quando em sua presença, não conseguia desviar minha atenção dela por muito tempo. Eu não sabia o que estava me acontecendo, de verdade.

Um dos momentos mais intensos da minha vida, até então, havia sido o dia em que tivemos aula juntos, somente ela e eu. Não parando apenas por aí. Eu não sabia o que falar, embora o quisesse, nem como agir, mas ela parecia sempre se encarregar disso por nós dois. Em meio a conversa, ela se distraiu o suficiente para que eu conseguisse tirar uma parte dela, um fio do longo cabelo castanho escuro e liso, e enrolar no meu dedo. Sabia que não poderia ceder a um contato maior e aquilo me contentaria, achava eu.

Eu não esperava que ela fosse tentar, naquele dia, me ajudar a sair da piscina. Tive muito de me conter para não ceder ao toque dela e me senti muito pior por ver sua expressão arrasada, quando a rejeitei. Mas, assim era melhor... Não me julgariam por isso.

Ainda naquele dia ela mesma nos levou para casa. Nunca vi tamanha disposição de alguém não tão próximo. Definitivamente ela me era especial...

E Estela parecia sempre estar nos lugares em que eu menos achava que estaria e, nos momentos em que eu mais clamava por ela. Assim foi no hospital. Embora o susto do meu miocárdio, nada poderia me ser de maior impacto do que ouvi-la confessar para Mikaela o que sentia por mim. Nem ao menos havia conseguido disfarçar meu espanto quando vi Emerson e ao ser questionado por Daniel quando voltei para o quarto. Pensei que ela tivesse me ouvido, mas me parece que não faz ideia disso.

Também assim foi na volta a academia. Logo ao voltar e enquanto Daniel falava com Helena, pude ver que havia um par de óculos disposto na mesa dela com um pequeno fio de cabelo preso no aro. Por certo não era daquela mulher e eu, meio insano talvez, sabia exatamente a quem pertencia.

Estela sempre aparecia para me fazer sair de meu próprio mundo. Mas, não era justo para com ela...

Eu também temia os sentimentos de Daniel que parecia mais interessado do que o normal por alguém, e tinha de ser justo por ela? Assim eu a rejeitei novamente... Como me doía cada rejeição!

Porém, ainda que a rejeitando, eu estava tentando iludir a mim mesmo. Eu queria me apegar, mas eu sabia que não podia. Eu sentia que meu fim logo chegaria. Estava cansado e cada dia com mais pesar por deixa-la. Estela havia se tornado a pessoa mais importante para mim. No entanto, havia quem me pudesse enfraquecer além dela.

Além de Daniel, Natiel andava me preocupando. Sua insistência em tentar evitar tudo o que estava nos acontecendo me fazia pensar que ele estava indo para o mesmo caminho que eu, ainda que descobrira formas diferentes de como colocar tudo o que fosse ruim envolto em um casulo. Por isso pedi um tempo ao Daniel para poder falar com a Natalie, que era uma pessoa muito especial para Natiel e eu sabia que era recíproco. Ela, com certeza, sabia mais a respeito dele do que eu. Eu que tinha uma rotina certa, contrária a quase nada de rotina de Natiel que, mesmo tendo que se tratar tanto quanto eu, fazia diversas atividades por fora...

Jamais pensei que encontraria Estela ali. Por um lado, fiquei incomodado, pois, sabia que sua presença só podia ser devido a alguma ligação com o Norberto. Eles pareciam próximos demais... Mas, o que eu tinha a ver com isso?

Percebi seu abalo ao me ver. Ela, por certo, não sabia que eu estaria ali e eu estava cansado de me impedir. Naquele dia eu me deixei levar pelo que sentia... Havia perfurado a crosta defensiva que nos mantinha separados. E eu sabia que não seria fácil refaze-la. E agora?

Senti-me incomodado com sua viagem, mas contente por ter me avisado. Permiti-me brincar com ela mandando mensagens, enquanto me passava por Daniel, embora o que Estela me diria depois pudesse me deixar realmente perturbado.

Eu escrevia, fazia parte da minha terapia passar os sentimentos para o papel. E é claro que eu havia escrito sobre ela. Não uma, mas muitas vezes. E Estela tinha conhecimento de uma dessas escritas.

Quebrando de vez toda a minha defesa me senti esvair. Ela sabia que eu não era indiferente a ela, mas parecia me pesar mais o fato dela não ser indiferente a mim.

Tentei mantê-la distante e por alguns dias consegui. Até que tudo aconteceu, pouco antes da cirurgia... 

Eu estava feliz como nunca estive. Mas, eu não podia permitir que isso continuasse... Ter um novo coração não me garantia ter uma longa vida. Eu não me curaria da distrofia.

– E então? Por que essa cara de preocupado?

Olhei para Daniel que franziu o cenho.

– É a respeito da Estela – decidi falar diretamente. – Você gosta dela, não é?

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Caros leitores: preparem-se para o próximo fim. Agradeço pela dedicação de todos, mas nos aguardem, surpresas mais virão!!! 

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Bjs seus lindos ;)

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora