49 - EPÍLOGO PARTE 1/3 - ADRIEL

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Preparados para os capítulos finais?? 

Surpreendemo-nos e apaixonemo-nos mais pelos nossos amados personagens nesses momentos que ainda incutirão suspense, revelações e paixão - muita paixão!!! 

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Eu não estava enervado! Eu estava envolto em uma paz quase que perturbadora.

Porém começava a me incomodar aquele farfalhar todo. Onde eu estava afinal?

Logo o breu que me cercava foi sendo irrompido por luzes faiscantes. O barulho a minha volta estava aumentando, assim como as cores. Pareciam tentar me trazer a alguma realidade... Mas para onde me levariam? Qual vida me chegaria? Para que realidade eu estaria destinado? A que sempre tive? Não... Não... Eu jamais voltaria para a vida que eu sempre tive, disso eu me lembrava e sempre me lembraria! Como tudo havia mudado para mim nos últimos meses... Será que eu deveria voltar? Ah, eu sabia que não havia nada mais que eu pudesse querer.

Mas será que...? Espera... Isso deve ser... Sim!!! Eu posso ver a vida!

De súbito despertei.

***

– Adriel? Consegue me ouvir?

O médico analisava minhas pupilas quando eu respondi e o interpelei:

– Sim. O que aconteceu? Quanto tempo fiquei aqui?

– Tenha calma, sim? – Pediu, guardando a lanterna clínica e abrindo um sorriso. – Ao que tudo indica a cirurgia foi um sucesso.

– Mas... – Na tentativa de elevar a cabeça, senti um enjoo e voltei a apoiá-la, não conseguindo contra argumentar.

– Acalme-se Adriel. Você acabou de ganhar um coração! Levará algum tempo para a nova adaptação, mas fique tranquilo. Você logo vai poder correr por aí...

Olhei para o médico, ainda com enjoo, de soslaio e, ofegante, comecei a rir. Eu não o levaria a sério, como eu costumava fazer, mas também não iria me irritar. Nada mais poderia me irritar!

– Parece que estamos de bom humor – falou por fim o médico.

Tive de interromper a risada, pois começava a sentir falta de ar, ainda que estivesse com um prong nasal recebendo ventilação mecânica. Também estava conectado ao monitor de sinais vitais e por certo, ainda estava na terapia intensiva.

Eu estava diferente e, não era apenas pelo novo coração. Eu sabia que havia um motivo para o bom humor, para a falta de ar, que independia do fisiológico. Tinha a ver com a descarga hormonal, eu sabia... Uma certa ansiedade me aflorava a pele e eu me sentia um adolescente normal, embora já tivesse passado da idade.

Quando meu irmão mais velho, o Maciel, morreu, eu enfrentei muitos problemas. Os físicos vieram mais recentemente, mas o mental e espiritual me foram muito abalados naquela época. Eu não tive uma adolescência normal. Por vezes eu me sentia tão desesperado que cometia atos insanos a fim de acabar com minha própria vida.

Meus pais estavam separados, minha mãe estava cada vez mais desatenta a nós. Então, em tentativas desesperadas, fosse para chamar atenção, fosse para não mais pertencer aquele tipo de vida, eu fiz coisas das quais não me são nada agradáveis.

Daniel era muito pequeno para se lembrar de qualquer coisa, Natiel costumava ser mais alienado e com memória fraca, então tudo o que fiz ficou guardado para mim mesmo. E as marcas provocadas pelos meus mais terríveis atos eu passei a levar como uma cruz em minhas costas.

Não vou tentar relembrar tudo o que fiz naquela época, até porque me seria muito doloroso, mas, após uma tentativa de incendiar nossa casa, com minha mãe, Natiel e Daniel ali dentro, além de mim, meus responsáveis acharam por bem que eu fosse internado em uma clínica psiquiátrica. Ali eu passei mais dias sofridos, mas aprendi a canalizar minha dor em meu humor.

Por tentar manter esse nível de segurança entre o meu emocional e as demais pessoas, passei a falar menos, a agir menos... Enfim, a ser uma pessoa diferente da que eu era. Não era culpa da distrofia, a culpa era da dor! Eu não sabia lidar com ela de outra forma.

Eu ainda me lembro do Maciel. Na verdade, não houve um só dia, em toda essa minha existência, que eu não me lembrasse dele. Por muitas vezes, saí da realidade e pensava como nossa vida teria sido se ele não tivesse morrido; se não tivéssemos essa doença genética. Talvez nossos pais estivessem juntos. Talvez eles voltassem a se preocupar conosco. Talvez tivéssemos tido uma adolescência e início da fase adulta como qualquer outra pessoa. Mas, não era assim... Meu irmão não pôde sequer entrar na adolescência. Ele era alegre, inteligente, fantástico em tudo o que fazia... Era quem eu queria ser.

Por tudo isso eu temia a morte, mas a estava esperando. Afinal, eu não me sentia mais digno do que Maciel para viver tanto. Achava que ela chegaria a qualquer momento, pois tudo o que me envolvia acabavam sendo os maus sentimentos, as cores mais gélidas, as palavras mais tensas, a tristeza, o choro, a dor... Até que isso mudou. Dezoito anos depois tudo mudou! E pensar que esse é todo o tempo de vida que Daniel tem; o meu irmão caçula e saudável. O irmão meigo, protetor, cuidadoso, que batalha por ele e por mim, já que eu nunca quis enfrentar nada. E em meio ao meu atual estado de êxtase, ele me era a única preocupação. Não era justo condená-lo a servir de babá e nem de tirar dele as chances de felicidade...

Ainda que muito pudesse me doer, já que me foi concedida outra oportunidade de vida, eu tinha que fazer. Tinha que libertar Daniel e permitir que ele amasse a única mulher que eu amo e sempre amarei...

– Hey irmão, como você está?

...E seria agora.

***

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Olá leitores lindos!!! Estão tão nervosos, quanto eu, com essa nova decisão de Adriel? O que mais acontecerá? Ainda essa semana teremos mais respostas!!! E não se preocupem, virão mais cedo do que possam imaginar...

Enquanto isso, que tal conferir meu mais novo livro apaixonante chamado Do Vale? Já há até um booktrailer, vejam só:

Do Vale  já está no meu perfil. Confiram lá ou no link externo!!!

Até breve seus lindos ;)

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora