40 - SERÁ QUE ESTRAGUEI TUDO?

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Eu não conseguia dormir. Peguei o celular e me levantei em direção a varanda. Ainda estava escuro, mas não fazia frio. Eu podia ouvir grilos; isso até me soava cômico. Há muito que eu não ouvia nada mais que buzinas, palavrões e Adriel... Ah, meu Adriel. Como será que ele está? Meu coração apertou...

Chegando na varanda pude sorrir de forma nostálgica. Minha mãe havia colocado a rede como nos meus tempos de infância. Sentei ali e peguei meu celular. Será que Daniel estava acordado? Eu tinha que saber sobre Adriel... Todo o meu ser precisava saber!

Na empolgação o celular saiu de minhas mãos, rodopiou e estatelou no chão de madeira de lei. Por sorte, ele estava com uma capa protetora, ainda assim uma parte dele foi parar alguns centímetros a frente. Recolhi as partes e reparei em um papel dobrado que havia extraído da tampa traseira do celular. É claro! O poema!!! Meu poema... Eu havia me esquecido que o havia passado a mão. Eu não conseguia digitar todos aqueles caracteres. Alguns estavam conforme nosso alfabeto, mas outros pareciam desenhos, riscos... Sei lá!

Era isso! Eu podia pedir ajuda ao Daniel; acredito que ele seria capaz de desvendar tudo. Porém, eu não poderia dizer que era de Adriel...

Como ainda era muito cedo, ou muito tarde para quem ainda iria dormir, decidi enviar uma mensagem de texto. Talvez a conversa poderia fluir melhor assim, quem sabe...

Escrevi e, meio trêmula, enviei:

"Oi Daniel. Está desperto? Preciso te questionar..."

Com a ajuda do celular, do qual eu não tirava a atenção, contei o passar do tempo e a falta de resposta. Os minutos foram passando e comecei a ficar um pouco mais impaciente, batendo o antepé direito no assoalho. Pelo jeito ele já estava dormindo... É claro! Eles sempre tinham muito o que fazer pela manhã e... Ouvi o chamado do celular quando já o havia colocado em descanso de tela. Meu coração acelerou outra vez.

Ao olhar percebi que se tratava apenas de uma mensagem da operadora. Ótimo! Enfim, de qualquer maneira a mensagem ficaria ali e ele logo olharia e...

Recebi outra notificação de mensagem. Ignorando a possibilidade de ser a operadora de novo, uma propaganda ou qualquer outra coisa, rapidamente deslizei meus dedos para me certificar.

"O que você quer?"

Daniel havia me respondido. E agora? Eu conseguiria dizer? Eu tinha que tentar, por isso o incomodei... Mas, antes...

"Como vocês estão? Você e seus irmãos...?"

Pouco tempo depois d'eu ter enviado a mensagem, a resposta chegou:

"Estamos bem."

Insisti em saber mais:

"Alguma novidade desde minha saída?"

Ao que me respondeu em menos de um minuto:

"Nenhuma."

Ele não parecia estar tão divertido quanto antes. Pudera, eram três da manhã! Decidi tentar começar no assunto em questão:

"Preciso de sua ajuda. Tenho que decodificar uma mensagem, do tipo soneto, para a faculdade. Pode me ajudar?"

Não era de todo mentira o que escrevi, afinal eu queria usar mesmo os poemas de Adriel nos trabalhos. Logo ele respondeu:

"Mande a mensagem para que eu veja."

Gelei-me. Eu sei que era isso que eu queria, mas será que ele desconfiaria de algo? Não, não, não creio. Uma vez Vando e ele disseram que Adriel não deixava que ninguém visse o que ele escrevia, então, como Daniel poderia saber? No entanto, o soneto poderia ser, talvez, meio... comprometedor. Então, adiantei já me desculpando:

"OK. Embora ache que seja apenas alguma brincadeira do meu parceiro de trabalhos, mas, se puder ajudar ficaria muito grata."

Antes que eu pudesse enviar a foto, que ainda estava salva no meu celular, Daniel respondeu:

"Então me envie logo."

Ele parecia mais impaciente do que eu...

Encontrei a foto e esperei carregar. Enquanto assim o fazia, recostei na rede e olhei o céu a minha frente e a distância. Ouvia os ruídos noturnos, não tão suaves, do interior; sentia o cheiro do frescor da grama, podia contemplar as estrelas e uma grande lua cheia. Será que essa paz seria suficiente para mim? Acho que não... 

A foto havia sido carregada e enviada para Daniel. O que ele teria para me dizer a respeito? Será que eu devia mesmo ter feito isso? Não era melhor ter pedido ajuda para o Jadir? Por algum motivo comecei a me arrepender do que havia feito, como se tivesse cometido um grande erro. Mas, o que fazer agora? Ele já estava com a foto e com o meu soneto.

Tentei manter a calma, fechar os olhos, continuar inebriada, mas a falta de notícia da parte dele me incomodou e o silêncio do meu celular continuou até o amanhecer...

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Será que Estela cometeu mesmo um grave erro? Ela não sabe, mas sabemos, ou tudo nos indica, de que seja Adriel quem está respondendo as mensagens por Daniel. O que será que ele fará agora que soube que Estela tem conhecimento do que escreveu? 

Até já seus lindos!!! <3

DEBILITADO - Livro 1 [COMPLETO] - Trilogia dos irmãos AmâncioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora