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Depois de muitas ligações para a melhor amiga Bruna decidiu misturar vermelho e preto, deixou os cabelos soltos e calçou saltos Jimmy Choo que faziam seu coração quase saltar pra fora do peito.
Fez questão de tirar uma foto antes de sair, relembrando os velhos tempos, hoje em dia quem tirava suas fotos eram os jornalistas. Pegou um de seus cigarros de ouro e colocou nos lábios, em um segundo apareceu um cara para acende-lo, ela sorriu em agradecimento e tragou toda aquela onda de doenças e paz, soltou a fumaça devagar após prende-la um bom tempo nos pulmões, sentiu a pressão cair e fechou os olhos, se deliciando com a sensação. Logo, o manobrista saiu com seu carro e ela atirou o cigarro, quase inteiro no chão e pisou em cima, quatro reais e setenta e cinco centavos jogados na calçada.
Ao chegar na casa de seu pai, todos os olhares foram pra ela, que era apenas mais uma de muitas que usava vermelho, mas nenhum era tão puro quando o dela e nem custava mais de cem e em dólares.
Quando o pai a viu ficou em êxtase, a filha caçula, rica e bem sucedida estava lá, ele arrastou ela para conhecer seu sucessor, que ele amava como um filho.
— Hades, vem conhecer minha princesa — Boy disse abraçado com a morena.
O gato se vira e suas esmeraldas brilhantes se chocam com aquelas amêndoas curiosas que sorriem pra ele.
— Olha a burguesinha aí de novo — ele riu — também quer vir pro inferno? — Perguntou ao reparar a cor de sua blusa.
Ela levanta uma sobrancelha.
— Vai sonhando trafica — ela responde com um misto de brincadeira e desdém.
Ele pega a mão dela e a beija.
— É sempre bom revê-la.
— Pena que não posso dizer o mesmo.
A gata puxa a mão e sorri maliciosa pra ele e se vira, dando de cara com Matheus e bufando em seguida.
— Bruna? — Ele parece igualmente surpreso.
— Não, sua avó, com licença — ela diz e saí em disparada até a mesa do irmão.

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora