12

4K 333 64
                                    

  Quando Matheus chega a empresa fica maluco. Não acredita que isso está acontecendo com ele. Chuta a roda do próprio carro e coloca as mãos na cabeça. Horas antes ele havia levantado animado, tomou café e um banho quente e vestiu um terno que lhe deixava respeitável e atraente, os cabelos bem penteados para trás, a barba curta sem uma falha sequer. Agora, ele parecia um maluco, gritando e suando de raiva.
Enquanto isso, Bruna tinha na tela de seu computador a imagem das câmeras da frente e gargalhava de rir do garoto, não é possível que ele desistiria sem o jogo mal começar. Ele deu a chave para o manobrista e entrou no prédio espumando de raiva, ela acompanhou ele pelas câmeras até o mesmo sair do elevador, então ela fechou a imagem e fingiu trabalhar. Foi quando o furacão entrou.
— Você tem algum problema ou o que? Isso tudo é saudade? — Ele entra gritando.
— Se não quiser que eu chame os seguranças é melhor falar baixo!
— Nossa, oi eu sou a Bruna, dona do universo — ele diz irônico — quer saber? Eu vou embora, me recuso a trabalhar pra você.
— Tudo bem — ela diz sem sequer olhar pra ele, o que faz o mesmo ficar mais puto ainda.
— Agora eu estou desempregado por sua culpa, por que diabos você comprou minha empresa?
Ela encara ele com uma expressão decidida.
— A empresa não era sua. Só pra começar. Segundo, ia de mal a pior. Terceiro, eu posso comprar o que eu quiser — diz pegando um lápis e anotando algo em alguns papéis.
— Eu vou encontrar outro emprego, pode ficar com seu nariz empinado e aquela empresa falida se quiser.
Ela ri alto.
— Se eu não quiser você não trabalha nem vendendo cachorro quente.
— Qual o seu problema? Quer ferrar com a minha vida?
— Até que não é má ideia — ela coloca o lápis na ponta da boca fingindo pensar.
— Que jogo é esse Bruna? O que você quer?
— Eu vou te dizer o que eu quero. Se não trabalhar pra mim, vai ter que viver as custas do seu pai, porque eu garanto que você não vai encontrar emprego nem de catador de latinha.
Ele chuta a cadeira que está a frente da mesa dela, que caí alguns metros a frente e quebra uma das pernas.
— Eu vou descontar do seu salário — ela diz.
Eles ouvem batidas na porta e em seguida Ana entra.
— O que foi Ana?
— O Senhor Vieira chegou.
—Thiago? — Bruna dá um grito e saí correndo para fora, ignorando totalmente a presença de Matheus.  

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora