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  Matheus acordou de ressaca depois de uma noite conturbada, com muito álcool e mulheres nuas. Ao olhar pro seu lado uma loira cheia de curvas dormia profundamente, ele se levantou, tomou um banho e se vestiu para trabalhar. Depois de tomar café e um comprimido voltou ao quarto e bateu palmas. A loira acordou em um pulo e olhou para ele assustada.
— Aqui não é motel não, pode meter o pé — diz áspero.
— Poxa, ontem você estava tão carinhoso.
— É porque eu queria te comer. Quando eu voltar espero que você já tenha sumido.
Ele saí do apartamento pedindo um Uber. Mora perto do morro, o apartamento é pequeno, tem sala, quarto, cozinha e banheiro. Não queria ficar morando com os pais mas não tinha dinheiro suficiente pra um AP maior.
Ao sair do prédio o carro já o esperava, ele entrou e foi todo caminho conversando com Jorge, o motorista. Quase sempre era ele quem estava dirigindo.
Chegou atrasado no trabalho e levou uma bronca da sua chefe, que estava com os nervos a flor da pele por causa dos problemas financeiros da empresa. Quando entrou em sua sala a mesa de João, seu parceiro, estava vazia. Lembrou de Catarina, seu relacionamento de dois anos, quando ela foi embora pra Bahia levou o coração dele junto, Matheus achava que não se apaixonaria nunca mais. Então dois anos depois começou a ficar com Bruna, os amigos foram a um barzinho e rolou. Depois disso fizeram programas de mulherzinha, foram ao cinema, ao parque. O mais engraçado é que ele gostava. Gostava de beber Gran Legado e comer queijo trançado com azeite e orégano. Tudo que os dois faziam juntos ficava melhor, não tinham muita grana já que decidiram sair das asas dos pais, mas eram felizes. Até ele decidir que não queria mais.
João entrou na sala com café e pão de queijo, se sentou em sua mesa e abriu o laptop.
— Grande noite? — Pergunta Math.
— Ana me deu uma bela de uma bronca.
— Junte-se aos bons — diz rindo.  

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora