Six years ago

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  Após notar o sumiço de sua carteira, Bruna volta as pressas para o estacionamento da faculdade, esperando que Matheus ainda não tenha ido embora. Ela suspira ao pensar que depois de tantos anos brigando com aquele otário, tinha se apaixonado por ele. Foram noites com queijo e vinho, sexo no banco de trás do carro, tudo muito intenso e louco mas, ela gostava da sensação de perigo ao estar com ele.
Desceu as escadas apressadamente e ao encontrar o que procurava, desejou que não tivesse encontrado. O coração apertou e ela engoliu as lágrimas, o amor virou raiva e ela se jogou de cabeça no meio do furacão.
Lá estava ele, os lábios presos aos de outra pessoa, gemidos de satisfação saindo involuntariamente, puxões de cabelo e aperto no quadril.
— Esqueci minha carteira — diz ela, tentando manter-se de pé, os braços cruzados e um suave levantar das sobrancelhas.
Ele se vira assustado, não acreditando que a morena havia voltado. Não queria que ela tivesse o pego em flagrante, aos beijos com Julieta, a garota mais gostosa de toda faculdade. Os dois já haviam passado por muitos altos e baixos pra chegarem a onde chegaram, juntos eles eram mais fortes. Mas ela exercia um poder sobrenatural sobre ele, que nem o mesmo conseguia entender, era hora de dar um fim ao que mal havia começado.
— Julieta, nos vemos depois? — Matheus pergunta, com a mesma cara de pau de anos atrás.
— Claro — ela sela os lábios aos dele e saí caminhando, os quadris movimentando-se naturalmente, os cabelos presos em um perfeito rabo de cavalo e os saltos gritando a cada passo.
Ele abre o carro e procura a carteira dela, em poucos minutos ela já a tem em mãos.
— Você não vai nem falar nada? — Pergunta, incrédula.
— Falar o que Bruna? — Diz, fazendo-se de desentendido.
— Vai se foder — ela grita puta de raiva e saí pisando duro.  

6 NÃO SOU DONA DO MORRO MAS SOU FILHA DO DONOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora