- Sim, eu de novo com essa história. Não é justo ficar oculta a tudo, enquanto você quebra a cara por aí.
- O que você está dizendo? - vira-se novamente e aproxima-se lentamente de mim.
Percebo que o que eu falei lhe deixou confuso. A essa altura ele já deve ter deduzido que estou sabendo ou desconfiada de alguma coisa.
Levanto e fico de pé, bem em frente a ele. Ficamos com os corpos a centímetros de distância. Nossos olhares se encontram e se misturam em uma explosão de sentimentos sem fim, permanecendo presos a nossas inquietações.
Meu músculo da boca está preste a se movimentar e dispersar aquilo que está preso dentro de mim. Reúno toda minha coragem, pois sei que não vai ser nada fácil falar isso.
- Edward... você está usando... drogas? - falo calma e pausadamente, com hesitação e o coração batendo a mil.
Sua reação foi totalmente controversa ao meu modo de falar. Ele franze duramente o cenho, deixando as sobrancelhas bem próximas uma da outra.
Não consigo identificar ali uma resposta.
- O quê?! - diz alto, com a testa enrugada. Seu tom transparece que o que eu falei foi totalmente absurdo, ou pegou-lhe de surpresa. - O que você está falando? - ele indaga abismado e começando a ficar irritado.
- Você está usando drogas? Ou será que tem algum envolvimento? - repito uma hipótese e acrescento outra. Minha voz soa desesperada, e dessa vez falei bem mais rápido.
Edward dá um passo para trás e desvia os olhos de mim. Parece que está pensando em algo. Já que ele não fala nada eu prossigo:
- Eu ouvi sua conversa no telefone. - afirmo dando um longo suspiro em temor. - Eu te segui ontem... - confesso por fim. Apesar de estar temerosa por ter confessado o que fiz, não me arrependo de ter feito isso.
Seus olhos rapidamente se deslocam para mim. Seu olhar intimidador e acusador é como um furacão que causa um impacto imenso em mim, fazendo com que eu dê um pequeno passo para trás e caia repentinamente no sofá. Sua expressão mudou de irritado, para extremamente irritado.
Engulo em seco. Essa cara de Edward está me fazendo ficar meio assustada.
- Eu não ouvi isso. Diga-me que é mentira. - diz tentando manter a calma.
- Não é mentira.
Edward com raiva é o sinônimo de pavor e medo para mim. Os olhos deles estão tão fixos em mim, que ele poderia muito bem descontar a sua fúria com apenas o poder do olhar.
- Que droga!! - ele me olha rancoroso, depois vira de costas para mim. - Por que você fez isso? - ele questiona quase gritando, enquanto passa a mão pelos cabelos com força.
Odeio quando alguém grita comigo e com Edward não é diferente. Ele pode estar com muita raiva e até me fazer sentir um pouco de medo, mas me tratar dessa forma, terminantemente eu não vou permitir.
Levanto, tomando postura para poder respondê-lo.
- Foi preciso! Você e suas atitudes estúpidas me fizeram agir assim. Então você é o culpado! - respondo indignada apontando para ele.
Edward me olha por um mero segundo. Depois de me encarar pelo que se pareceu um longo tempo, com a expressão ainda muito irritada, ele abre a boca, parecendo que irá dizer alguma coisa, mas interrompe seu ato, cerrando a boca.
- O que você estava fazendo ali ontem? Quem era aquele homem?
Edward gira seu corpo e se dirige para a cozinha, me ignorando completamente. Eu vou atrás dele.
- Por que você não me responde? É tão difícil assim? - indago o seguindo.
- Você foi longe demais, Sophie. - diz sem me olhar. - Céus, como eu não percebi isso?!
Ele fica perambulando para lá e para cá. Em movimentos circulares e inquietos. Em um desses movimentos ele desconta toda a sua raiva com um soco forte na mesa.
Eu olho para ele assustada e revoltada ao mesmo tempo.
- Se você quer descontar toda a sua raiva em algo, por que não desconta em mim? - digo respirando nervosamente. - Afinal, sou eu a causadora dela.
Edward para de andar de forma incontrolável e se aproxima de mim.
- Vamos, faça em mim a mesma coisa que fez com aquela mesa! Talvez assim possa acabar com toda sua fúria! - digo alto e convulsivamente.
Ele me encara, franzindo o cenho.
- Pare de falar bobagens, pelo amor de Deus!
- Então para de agir como se eu fosse a única errada nessa história. Pare de ser tão babaca! - vocifero.
Ele abaixa a cabeça e não me diz mais nada. Por que ele não entende que só estou preocupada?
- Estou muito preocupada com você... Se você acha que fiz isso porque sou uma intrometida...
- Sophie, eu não acho nada! - ele me interrompe andando rápido em direção à porta.
- Por que você faz isso? Não me diz a verdade, por mais dura e cruel que ela seja?
- Você não deveria estar se metendo nesses assuntos. Não deveria mesmo! - diz andando, antes de passar pela saída do meu apartamento.
Ando até a porta, para o ver fugindo de mim.
- Você é um egoísta! Um idiota! - grito da porta, enquanto ele aperta o botão do elevador.
Ele nem se quer me olha. As lágrimas de nervosismo começam a nascer em meus olhos.
- Não posso me meter nos seus assuntos? Ok. Vai e nunca mais olhe na minha cara! - berro, enfurecida.
Não espero ele entrar no elevador. Bato com imensa fúria a porta, causando um estrondo que ecoa pelo apartamento.
Todas minhas forças parecem ter se esgotado. Enfio meus dedos entre meus cabelos e escoro na porta, deslizando lentamente por esta.
Fecho os olhos e abaixo a cabeça entre os joelhos. Sentindo um dor incendiar meu peito e as lágrimas escaparem progressivamente dos meus olhos fechados.
*****
Olá, gente!! O que acharam do capítulo?
Ele está um pouco conturbado, não é mesmo?! Será que Sophie está certa? Em breve tudo será revelado...
Votem, comentem e continuem me motivando ainda mais!
Beijoos!! ♥♥
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Inalcançável
Ficțiune adolescenți"Sinto-me tão perto e ao mesmo tempo tão longe... Você é como a estrela mais distante ... Como o fogo que não queima... " Sophie é uma jovem que mudou-se para Houston com o objetivo não só de se ingressar na faculdade, mas também de fugir de tudo aq...
Declarações conturbadas
Începe de la început