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Já é a décima vez (ou seria vigésima?) que ligo para Edward. Estou no meu apartamento, deitada na cama, esperando que apareça algum sinal dele. Na verdade, estou tentando encontrar.

Fico desesperada, pois seu celular só dá na caixa postal. E isso não é um exagero da minha parte. Como uma pessoa diz que vai viajar por dois dias e não telefona nem nada? E o pior: Já se passaram cinco dias!

Ele não disse que iria viajar provavelmente por dois dias?

Neste exato momento sou uma mistura de preocupação, desespero, ansiedade, saudades e raiva, muita raiva...

Acabo desistindo de continuar ligando repentinamente feito uma idiota. Entretanto não pensei na possibilidade de desistir de descobrir o que está acontecendo. Ligar já não adianta mais. Eu acho que só há uma pessoa que pode saber de algo.

Sua mãe.

Num movimento apressado, já me encontro na rua, e a caminho da casa de Edward.

Lembro-me quando fui a casa dele pela primeira vez, estava mais ou menos nesse horário, com o sol já se pondo. Há algumas semelhanças, entre aquele dia e hoje. O tempo é o mesmo e minha pressa é a mesma. No entanto, as circunstâncias e o meu juízo são diferentes. Aquele dia eu andava apressada, não pensava com clareza no que estava fazendo, não sabia para que estava indo até lá. Hoje eu tenho um objetivo claro: Descobrir algo sobre essa viagem estranha.

Quando me encontro em frente à mansão, não me atribuo a função de estátua como da outra vez. Imediatamente já estou tocando a campainha.

Minha aparência não está das melhores, do mesmo jeito que estava acabei vindo para cá. Enquanto espero alguém vir abrir o portão, enrolo meu cabelo, que estava solto e todo desgrenhado, e faço um coque. Minhas roupas não há como corrigir, fiquei tão afobada que sai na rua de shortinho de malha e com uma blusa fina de algodão.

Quando iria tocar novamente a campainha, o portão é aberto.

- Oi! A senhora Josephine está? - pergunto a Noemi, uma das empregadas que veio abrir o portão.

- Ainda não chegou. Seu nome é Sophie, não é? - faço que sim com a cabeça. - Pois é, Sophie, ela ainda não chegou. Entre. Espere-a lá dentro. - diz simpática, dando espaço para eu passar.

A enorme casa está muito silenciosa. Parece que não há ninguém da família.

- Você sabe algo sobre Edward? - questiono para Noemi, quando entramos na casa.

- Sei nada não, Sophie. Um pouco estranha essa viagem, não é? - diz pensativa.

- Sim. - falo sem muito entusiasmo, me sentando no sofá.

- A dona Josephine já deve estar chegando. - diz se deslocando para longe.

Olho para todos os lados. Aqui está realmente muito quieto. Onde Kylie está?

Levanto-me e ando pela casa, procurando por ela. Subo para o andar de cima, onde ficam os quartos.

Entro em seu quarto colorido e este está vazio, me fazendo ter certeza que ela também não está aqui.

Já ia descendo as escadas, quando me lembrei de um quarto no final do corredor. O quarto de Edward. Sem pensar começo a caminhar na direção deste.

Me aproximo e com cautela abro a porta. Seu cheiro está impregnado no ambiente. Sinto tanto sua falta.

Só entrei neste lugar uma única vez, quando ele me convidou, em um domingo, para almoçar na sua casa. Ele me mostrou cada canto da residência, inclusive seu quarto.

InalcançávelWhere stories live. Discover now