Capítulo CLXVII

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Era pouco mais de meio-dia quando Ema entrou na minha sala, vestindo sua farda e carregando duas sacolas de restaurante que exalavam um aroma delicioso. Seu semblante transmitia tranquilidade.

— Oi. Sua secretária me deixou entrar. – ela sorriu para mim.

— Amor?! Achei que nos encontraríamos em casa. – respondi, surpresa, enquanto me levantava da cadeira de couro preta.

— Eu quis fazer uma surpresa para você. – Ema trancou a porta atrás de si. E caminhou até minha mesa com passos decididos, os coturnos faziam um leve ruído no piso. — Podemos comer aqui?

— Sim, só vou abrir a janela para o escritório não ficar com cheiro de comida. – falei, dirigindo-me à janela de vidro que oferecia uma vista panorâmica da cidade. O sol brilhava intensamente lá fora, mas a temperatura dentro estava agradável. Antes que eu pudesse abri-la, senti o corpo de Ema encostando-se ao meu, sua presença familiar e reconfortante. Seus lábios tocaram suavemente meu pescoço, provocando um arrepio, enquanto suas mãos pressionavam minha barriga com carinho.

— Amor... Acho que você veio até aqui por outro motivo. – falei, sentindo a intimidade do momento crescer.

— Vim almoçar com você e também matar a saudade. – Ema subiu as mãos até meus seios, pressionando-os delicadamente sobre a roupa.

— Vai usar as algemas em mim? – brinquei, unindo os pulsos de forma sugestiva.

— Não, são algemas de trabalho, não de safadeza. – respondeu ela, afrouxando o abraço com um sorriso travesso.

— Terei que cometer um crime para você me algemar, agora? – virei-me na direção de Ema, que me olhava com ternura.

— Não. – Ema retirou o coldre e o colocou sobre a mesa de madeira escura, perto das sacolas. Logo, me abraçou novamente, me fazendo dar dois passos para trás até que minhas pernas tocassem a mesa. Ela me levantou levemente e me sentou sobre o tampo, posicionando-se entre minhas pernas. — Posso te prender de outra forma. – disse ela, me fazendo sorrir maliciosamente.

— Você fica uma delícia de farda. – mordi meu lábio inferior, observando cada detalhe de sua vestimenta oficial que a deixava ainda mais atraente. O distintivo brilhava discretamente, refletindo a luz ambiente.

— Diz isso para todas as policiais que te visitam? – Ema me olhou nos olhos.

— Só você me visita. – envolvi meus braços em seu pescoço, puxando-a para mais perto. — O que trouxe para a gente comer?

— Arroz, frango grelhado e legumes salteados. E de sobremesa, mini pudins. E para beber, limonada. – respondeu ela, sua voz soava suave e reconfortante.

— Bom. Vamos comer enquanto está quente. Embora, nós também estejamos quentes. – brinquei, apreciando a intimidade do momento.

— Posso me sentar aqui? – Ema apontou para minha cadeira de escritório, que oferecia conforto e apoio.

— Claro, amor. – sorri, encantada com sua consideração. Ema sentou-se e pegou uma das sacolas, retirando cuidadosamente a embalagem da comida, que estava impecavelmente apresentada. — Senta aqui. – ela deu duas batidas suaves na coxa direita, convidando-me.

— Vai me alimentar? – indaguei sorridente, apreciando o convite.

— Vou. – afirmou ela com determinação.

Sentei-me sobre as coxas de Ema, sentindo a firmeza e o calor de seu corpo. Apoiei meu braço direito em seus ombros, deixando-me envolver pelo carinho e pela proximidade.

— Você vai chegar muito tarde hoje à noite? – perguntei, minha voz revelava uma leve preocupação.

— De madrugada. – respondeu Ema, seu tom refletia a inevitabilidade do seu trabalho exigente.

— Esse é o lado ruim de namorar uma policial. Nem sempre você vai dormir comigo. – fiz carinho na nuca de Ema, sentindo a textura suave de seu cabelo preso em um coque impecável. — Vai pensar em mim?

— Quando possível, sim. Não posso ficar desatenta. – disse Ema.

— Sendo assim, não precisa pensar em mim. Só volte bem para casa, tá? – pedi, minha preocupação se misturava com o desejo de vê-la segura.

— Eu volto. – Ema acariciou meu rosto com ternura e me deu um selinho.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now