Capítulo LXXXIII

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Conforme combinado, Nicolas e Verônica voltaram pouco antes do jantar, transbordando entusiasmo. Fui a única a recebê-los na sala. Sarah estava no andar de cima, ocupada cuidando do banho de Vanessa.


― Eu morri de saudade da minha filha. - disse Verônica, caminhando de mãos dadas com Nicolas.


― Pode subir. Ela se sujou bastante no parquinho. Então, Sarah está dando banho nela. - informei, de pé.


― Ah, tudo bem. - Verônica soltou a mão de Nicolas. - Onde estão?


― Sobe as escadas, entra no terceiro quarto. A porta já deve estar aberta. - falei, apontando para a escada.


― Com licença, gente. - Verônica seguiu para a escada. Nicolas se aproximou de mim, parecendo inquieto. Quando Verônica sumiu no corredor, Nicolas me abraçou com força.


― Ema, eu tô muito apaixonado.


― Diga isso sem me apertar. - fiz careta. Ele me soltou.


― Foi mal. Tô empolgado. - ele coçou a nuca.


― O que fizeram? - ergui a sobrancelha ao ver o sorriso malicioso de Nicolas. - Corta a parte que foram para um motel, porque isso é óbvio.


― Por quê?


― Você está cheirando a flores, imagino que tenha tomado banho no motel. - respondi.


― Esperta. - Nicolas sorriu. - Fomos ao cinema, comemos pipoca e tomamos refrigerante. Foi divertido. A Verônica riu bastante. E depois fomos invocar bebês, mas interrompemos o ritual, entende?


― Diga que usou camisinha, por favor. É cedo demais para fazer um bebê. - agarrei a gola da camisa de Nicolas e encarei-o.


― Calma, Ema. Eu usei. Só estava te zoando. - Nicolas pôs as mãos em meu rosto e apertou minhas bochechas. - Que gracinha. - ele agitou minha cabeça de um lado para o outro.


― Nick! - puxei as mãos dele, fazendo-o soltar minhas bochechas. - Para de gozação!


Nicolas segurou o riso por um momento, depois riu alto.


― Gozação, sacou?! - revirei os olhos ao ouvi-lo.


― Você tem 13 anos? - perguntei.


― Talvez, mentalmente. - respondeu.


― Vem. - agarrei o antebraço dele. - Vamos arrumar a mesa e servir o jantar.


― Quem cozinhou? Você?


― Não, pedimos comida. - andávamos em direção à cozinha.


― Quando a Sarah vai contratar uma cozinheira? Eu quero me sentir um burguês pelo menos uma vez na vida.


― Não sei, mas nós vivíamos sem regalias, lembra?


― Eu já estou desacostumado com a pobreza, Ema. - disse ele, me fazendo agitar a cabeça negativamente.


― Ainda somos pobres.


― Só até você casar com a Sarah. - disse ele.


― Quem tem família rica é ela, não eu. Eu sou filha de professores. - respondi.


― Falando nisso, quando vou conhecer seus pais?


― Parece que todo mundo quer conhecer meus pais. - comentei ao entrar na cozinha. - Eu ainda não avisei a eles que estou na cidade.


― Caraca, Ema! Você não pode adiar isso por muito tempo. Seus pais vão ficar magoados com você. - Nicolas me deu um sermão.


― Eu sei, mas... - respirei fundo. - Na outra semana, ok?


― Vou conhecer o papai e a mamãe adotivo. Já posso me chamar Nicolas Campos? - ele brincou.


― Não.


― Você é má pra caramba. A Sarah você deixa, hein?! - ele reclamou.


― Podemos arrumar a mesa, Nick? - perguntei, franzindo a testa.


― Você não vai ser a madrinha do Nicolas Júnior. - disse ele, emburrado.


― Ei, não fale em bebês durante o jantar. A Sarah está muito maternal hoje. - pedi.


― Ih, Ema, cuidado para não engravidar ela mais tarde. - Nicolas empurrou meu ombro, rindo.


― Você está louco para ganhar um pescotapa. - resmunguei.

Continua...

Então, gente, o que estão achando da história até agora? Vamos interagir!

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