Capítulo CLXXII

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(Sarah narrando)


Horas antes...

Nicolas se jogou no banco do carona do meu carro, seu rosto estava marcado pela aflição. A notícia do desaparecimento de Verônica havia caído como uma bomba em seu fim de noite. Deixávamos a pequena quitinete onde ele morava e seguíamos em direção à casa de Verônica.

— Conseguiu falar com Ema de novo? Ela precisa dar notícias. – disse ele, com a voz tensa, enquanto colocava o cinto de segurança.

— Sinto muito, Nick. A Ema não atende o telefone. – respondi. Nicolas bufou, virando o rosto para a janela, visivelmente frustrado.

— O que vai ser da Vanessinha se a Verônica morrer? – murmurou, quase para si mesmo.

— Vamos tentar ser positivos? – dei partida no carro, tentando manter a calma.

— Seu pai vai estar fodido se ele fizer mal pra Verônica. – disse Nicolas, a raiva era evidente em sua voz.

— Nick, eu também estou preocupada, mas prefiro pensar que a Verônica vai aparecer e estará bem. – comentei, tentando injetar um pouco de esperança na situação.

— Vou ligar para Ema. – Nicolas pegou o celular do bolso e procurou o número de Ema na agenda. Tentou várias vezes, mas todas as chamadas caíram na caixa postal. Frustrado, ele jogou o celular no painel do carro. — Que droga! A Ema parece que sumiu do mapa.

— A raiva não vai ajudar, Nick. Melhor aguardarmos a Ema ligar de volta. Ela deve estar ocupada. – falei, tentando acalmá-lo.

***

Me afastei da entrada da casa de Verônica. Nicolas havia entrado para acalmar a mãe de Verônica, que havia passado mal ao receber a notícia do desaparecimento da filha. Felizmente, Vanessa dormia, alheia ao caos daquela noite.

Liguei para Ema novamente e, dessa vez, deixei um recado na caixa postal.

— Amor, por favor, retorna assim que ouvir essa mensagem. O Nick está nervoso e pode acabar fazendo uma loucura. – respirei fundo. — Até logo. Beijo. – guardei o celular no bolso da calça e entrei na casa de Verônica.

Me acomodei no sofá por quase duas horas, chegando a cochilar. Sem notícias, decidi ir até a delegacia onde Ema trabalhava. Nicolas ficou com a mãe de Verônica e a pequena Vanessa, na esperança de que Verônica entrasse pela porta a qualquer momento.

Dirigi por alguns quilômetros, pelas ruas tranquilas da madrugada. A cidade parecia um cenário de filme, silenciosa e vazia, em contraste com a turbulência que sentia por dentro.

Ao chegar na delegacia, encontrei apenas o plantonista, que parecia cansado e desinteressado. Expliquei rapidamente o motivo da minha visita, mencionando o desaparecimento de Verônica e a urgência em falar com Ema. O policial ergueu uma sobrancelha e soltou um suspiro pesado.

— Ema? Ela esteve aqui mais cedo, mas já saiu. – ele mexeu em alguns papéis sobre a mesa, antes de continuar. — Na verdade, ela se desligou da polícia hoje.

Fiquei atônita, a notícia me atingiu como um soco no estômago.

— Como assim? Ela se desligou? – perguntei, tentando processar a informação.

— Foi isso mesmo. Pediu exoneração e deixou o distintivo. — respondeu o plantonista, voltando a olhar para os papéis, como se isso encerrasse a conversa.

Senti um frio na espinha. Por que Ema sairia da polícia justamente agora, no meio de uma crise dessas? Algo não estava certo. A inquietação crescia dentro de mim, enquanto eu tentava organizar meus pensamentos.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Where stories live. Discover now