Capítulo XXIII

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Após um breve silêncio, gemidos preencheram o ambiente. Olhei automaticamente na direção do corredor enquanto arrumava os pratos sobre a mesa.
— Desculpe por isso. – Sarah se aproximou com guardanapos. — Eu não tinha ideia de que elas viriam hoje. Deveria tê-la preparado melhor para conhecê-las.
— Está tudo bem. – respondi, olhando para Sarah. — Estou quase me acostumando com a... espontaneidade delas. Gostaria apenas que me explicasse o que estão fazendo.
— Pet play. – Sarah respondeu. — Dani vai se comportar como um animal de estimação, uma cadela neste caso. Daí a coleira. Pode ser chocante para você, mas para algumas pessoas é excitante.
— Literalmente uma cadela? – franzi a testa.
— Sim. – Sarah sorriu. — Quer assistir?
— Como? – abri mais os olhos.
— Elas não se importam de serem observadas. Pode esclarecer algumas de suas dúvidas, vendo a dinâmica entre uma submissa e uma dominadora.
— Não sei, Sarah. – cocei minha nuca. — Parece muito invasivo.
— Seremos apenas espectadoras, sem participar. – Sarah tocou minhas costas. — Quer?
Respirei fundo.
— Apenas por alguns minutos. – concordei. Sarah beijou meu rosto.
— Não vai se arrepender. – ela murmurou.
Retornamos à sala e recebemos o olhar de Mariana. Ela estava no sofá, com as pernas afastadas, e Daniele joelhada entre elas.
— Temos companhia. – Mariana disse, tocando o rosto da namorada. — O que uma cadela faz quando recebe visitas?
— Senhora, permissão para falar. – disse Daniele.
— Fale.
— Não estou usando meu rabo. Posso ir buscá-lo?
— Vá. E não demore. – Mariana soltou a corrente. Daniele fez menção de se levantar, mas teve a corrente puxada. — Engatinhando. E a partir de agora, responda latindo. Cadelas não falam. – soltou a corrente.
Olhei para Sarah, e ela aproximou o rosto da minha orelha.
— Tudo bem?
— A Daniele gosta de ser tratada assim? – indaguei baixo.
— Sim. – Sarah respondeu. Daniele atravessou a sala engatinhando, enquanto Mariana nos observava.
— Por que não senta ao meu lado, Ema? – sugeriu Mariana.
— Estou bem de pé. – respondi.
— Tenho a sensação de que te intimido. – Mariana comentou.
— Não. – neguei.
— Então, sente ao meu lado e veja minha serva me satisfazer. – Mariana me olhava fixamente.
— Mari, a Ema é inexperiente.
— Eu vou. – caminhei até o sofá e sentei ao lado de Mariana.
— Muito bem, Ema. Gosto da sua determinação. – Mariana pegou um copo de whisky e bebeu, mantendo o olhar em mim.
Daniele voltou engatinhando, com a boca ocupada mordendo a cauda de um plug.
— Veja como minha cadela é obediente. – Mariana devolveu o copo à bandeja.
Sarah se aproximou, sentou ao meu lado e apoiou a mão na minha coxa.
— Ainda está tudo bem?
— Sim. – coloquei minha mão sobre a dela.
Daniele parou na frente de Mariana, aguardando o próximo comando.
— Muito bem. – Mariana afagou a cabeça de Daniele e pegou o plug. — Agora, tire a roupa.
Daniele retirou a blusa e abriu a calça. Sua lingerie era azul.
— Tire tudo. – Mariana ordenou. — Ela adora usar isso. – exibiu o plug.
Daniele se virou, permanecendo de joelhos, com a mesa de centro à sua frente. Mariana se inclinou na direção dela e suavemente introduziu o plug entre as pernas da morena, causando um gemido nela.
Olhei para Sarah, certamente com uma expressão de confusão no rosto. Ela deslizou a mão para o meu cinto.
— Posso?
— E-eu...
— Ema. – Mariana tocou meu ombro, me interrompendo. — Por que resistir?
Quando me dei conta, a mão de Sarah passeava sobre minha calcinha.
— Só relaxa. – Sarah beijou meu pescoço. Apoiei minha nuca no sofá e fechei os olhos. A mão de Sarah estimulava minha intimidade, fazendo-me soltar pequenos gemidos.
— Sente como ela gosta de te dar prazer? Ela anseia por você, Ema. – disse Mariana com um tom suave.
Apenas gemi. Sarah pressionava os dedos em mim.
— Agita a porra desse rabo, cadela.
Ouvi um estralo. Abri os olhos e percebi que Mariana havia dado um tapa no glúteo de Daniele.
Sarah sentou sobre minhas pernas, ficando de frente para mim. Sua mão direita permaneceu dentro da minha calça.
— Eu posso fazer o que você quiser. – tocou meu rosto com a mão livre. Seu rosto estava próximo do meu, e eu podia sentir sua respiração.
— Apenas continue. – voltei a fechar os olhos.

Continua...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora