Capítulo LXXXIV

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Após um jantar tranquilo, onde o suco de uva se destacou, Vanessa nos surpreendeu com seu apetite voraz, deixando o prato vazio em poucos minutos. Com trocas animadas de histórias e risadas, desfrutamos de uma noite agradável. Posteriormente, Nicolas gentilmente acompanhou Verônica e Vanessa até a residência delas, garantindo que chegassem em segurança. Em seguida, ele retornou para a casa de Sarah, encerrando a noite sozinho em seu quarto, mas certamente contente após ter desfrutado de bons momentos na companhia de Verônica.
Sarah já estava adiantada, relaxando no banho enquanto eu lidava com a pilha de louça suja. Recusei sua ajuda, sabendo que ela não tinha muito jeito com a louça e poderia acabar quebrando algo. Quando subi para o quarto, encontrei-a envolta em um robe cinza, aplicando creme nas pernas. Seus cabelos já secos caíam suavemente sobre os ombros, criando uma imagem de serenidade e tranquilidade.
— Cansada? – perguntei.
— Não, o banho quente me revigorou. Estou pronta para nos divertirmos um pouco. – piscou para mim. Sorri.
— Se sentindo fértil? – brinquei.
— Sempre. – Sarah ajeitou o lençol sobre as pernas e se aconchegou na cama. — Vou assistir TV enquanto te espero.
— Tá. – dirigi-me ao banheiro, escovei os dentes e tomei uma rápida ducha, evitando molhar os cabelos por preguiça de secá-los. Ao retornar ao quarto, vestido com um roupão branco, encontrei Sarah cochilando com o controle remoto sobre o abdômen. Com cuidado, peguei o controle e desliguei a TV, colocando-o na mesa de cabeceira. Observei-a dormir tranquilamente e decidi não acordá-la. Fui até o closet, vesti um pijama azul e me deitei, cobrindo-me até os seios e fechando os olhos. Levei apenas alguns minutos para adormecer.
Acordei sentindo a intensa luz do quarto sobre meu rosto, ainda não parecia ter amanhecido. Sarah saiu do closet, elegante em uma calça social preta e uma camisa branca, com seu blazer dobrado sobre o braço esquerdo. Equilibrando-se nos saltos, ela falava ao celular enquanto tentava domar os fios rebeldes que escapavam do coque.
— Carla, relaxa, estou a caminho da delegacia. Diz para o Tadeu permanecer calmo, ok? Chego em menos de 30 minutos.
Sentei-me na cama e observei Sarah encerrando a ligação.
— Sarah, você vai sair?
— Ossos do ofício. Preciso tirar um cliente da cadeia. Ele bebeu demais e resolveu dirigir. Teve sorte de encontrar uma patrulha enquanto zigzagueava pela rua. – ela vestia o blazer. — Volte a dormir, não sei que horas volto para casa, mas será antes do café da manhã.
Levantei-me da cama.
— Vou te acompanhar. – dirigi-me ao closet.
— Amor, já dirigi de madrugada algumas vezes. Não precisa me acompanhar.
— Isso foi antes de começarmos a namorar. Agora, eu te acompanho. Não vou deixar você sair por aí sozinha a essa hora. É perigoso. – insisti enquanto me despia para trocar de roupa. Optei por uma calça jeans, botas de cano médio e uma camiseta, pegando um casaco por precaução contra o frio. Ao sair do closet, encontrei Sarah me esperando.
— Obrigada, amor. – Sarah me deu um selinho.
— Que tipo de namorada eu seria se não cuidasse de você? – olhei nos olhos dela, deixando claro o meu compromisso em zelar por ela.
Dirigi por cerca de 25 minutos, desfrutando do trânsito tranquilo enquanto seguia as instruções de Sarah sobre a delegacia para a qual estávamos nos dirigindo. Foi então que minha mente se perdeu em antigas lembranças. Recordava-me vividamente de ter estado naquele lugar antes, quase cinco anos atrás, quando ingressei na polícia como uma novata. Após uma breve parceria, finalmente fui designada para realizar patrulhas regulares ao lado de Alfredo.
Estacionei o carro e Sarah saiu, lançando-me um breve olhar antes de fechar a porta.
— Amor, vou tentar ser rápida. – disse ela, soprando-me um beijo. Acenei positivamente com a cabeça, concordando. Enquanto Sarah se afastava, aproveitei para observar o entorno. Uma viatura estava estacionada ali, e dois policiais conversavam animadamente ao lado dela, aparentemente envolvidos em uma conversa empolgante. Soltei o cinto de segurança, peguei meu casaco que estava jogado no banco de trás e desci do carro. Vesti o casaco e me apoiei no capô, cruzando os braços e deixando meus cabelos balançarem ao sabor do vento. A noite parecia envolta em uma densa atmosfera.

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora