Capítulo CXXV

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(Ema narrando)


Entramos no quarto secreto de Sarah, seus passos direcionaram-se imediatamente à parede onde estavam os acessórios que eu poderia usar para discipliná-la. Enquanto ela observava-os, vasculhei o ambiente com os olhos em busca de detalhes que talvez tivessem passado despercebidos da última vez.
— Ema, quero que faça aquilo que te deixar confortável. – disse Sarah. — Mas não vá com muita delicadeza, senão, me entregará a vitória sem o menor esforço.
— Isso é seguro, Sarah? Você é competitiva e pode se colocar em risco por algo desnecessário. – indaguei, preocupada. — Não precisamos decidir a data do nosso casamento dessa maneira, parece imaturo da nossa parte, não acha? Podemos conversar e chegar a um acordo seguro.
Sarah se aproximou, soltando seus cabelos e se desfazendo da liga que os prendia. Suas mãos deslizaram pela minha blusa até alcançarem minha cintura, enquanto seus olhos buscavam os meus.
— Você sabe o que é uma brat? –  perguntou ela.
— Não. – respondi.
— Eu sou uma brat, Ema. Eu gosto de provocar. As punições me excitam. Garanto que há poucas coisas que eu não suporte, mas não revelarei nada hoje, a menos que você descubra sozinha durante a nossa sessão. Só assim você poderá me vencer, caso contrário, eu ganharei.
— Isso é seguro, Sarah? – perguntei novamente, preocupada com sua segurança.
— Estou perfeitamente sã. Não colocarei uma gota de álcool sequer em meu corpo e não irei me pôr em risco. Estou nisso há mais tempo que você, Ema. Eu nunca me excedo.
— Sarah, quando te encontrei, você estava presa em uma cama. E uma arma de fogo havia sido disparada no quarto do motel. Isso não parece um excesso?
— Eu não senti medo, portanto, não considero que minha vida esteve em risco.
— Está vendo como a nossa concepção de perigo é diferente? Um pequeno erro naquele quarto e você poderia estar morta.
— Norman não ia me ferir. Ela é um pouco imprudente, mas eu sabia como controlá-la. Não ache que nesse jogo de poder entre uma submissa e uma dominadora, a submissa não tem controle da situação. Você vai até onde eu permito, Ema. – disse Sarah, suas mãos desciam para meus quadris. — Eu gosto da sensação de vulnerabilidade, te dar controle sobre mim me excita.
— Eu sei que confia em mim, mas eu sou nova nisso, Sarah. Posso me exceder.
— Não, Ema, eu sei que você nunca se excederá. – assegurou-me Sarah, depositando um selinho em meus lábios. — Eu gosto da Ema responsável, fofa... É, às vezes você é fofa. Você não gosta de se declarar, mas sinto em seus atos o seu amor por mim e o seu respeito. Por isso, eu confio meus sentimentos e meu corpo a você. Agora, extravase, deixe que seu lado perverso venha à tona. Seja meu carrasco, meu amor. – ela acariciou meu rosto com a mão direita. — Eu vejo a domme incrível que existe dentro de você.
— Sarah, eu tenho um pouco de receio. Eu não gosto de acessar as minhas emoções negativas. Eu-eu... – respirei fundo. — E se eu gostar disso?
— Amor, assim como você vai transitar entre os mundos, eu faço todos os dias. Todos nós nos adequamos ao momento, às pessoas que nos rodeiam. Acha que em um julgamento, eu sou a Sarah que gosta de rédeas? Acha que permito que alguém me subjugue, que me humilhe ou me trate como uma vadia? Não, Ema. Lá, eu sou a Dra. Sarah Rodrigues, a advogada. Aqui eu sou apenas Sarah, a sua escrava.
— Entendo. – observei Sarah por um instante. — A princípio, prefiro que não use amarras ou algemas, hoje iremos testar algo. Eu vou extravasar como deseja. E se isso infligir algum dos seus limites, por favor, me diga. Eu não quero ganhar, se isso for te machucar.
— Eu prometo, Ema. – Sarah ergueu a mão direita, exibindo apenas o mindinho. — Sabe que promessas de dedinho são inquebráveis?
Sorri.
— Isso é no mínimo engraçado vindo de uma advogada.
— Vamos lá, Ema, prometemos sempre respeitar os limites uma da outra.
— Certo. – cedi, enroscando meu dedo mindinho no dela.
— Nosso acordo está selado. – Sarah exibiu um pequeno sorriso. — Agora, por favor, seja rude comigo. Suplico.
Ciente de que Sarah apreciava aquele comportamento durante o sexo, concordei, agitando a cabeça positivamente.

CONTINUA...

DOMINADORA POR ACASO (Sáfico)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora